1 Não nos esqueçamos de que há também uma caridade que devemos a nós mesmos, a fim de que a caridade que venhamos a praticar, à frente do mundo, não se reduza a mera atitude de superfície.
2 Caridade que nos eduque no espírito do Senhor, cuja Doutrina de luz abraçamos com o pensamento e com os lábios e que, pouco a pouco, nos cabe esposar com toda a alma e coração.
3 Para exercê-la é preciso saibamos:
4 perdoar as faltas alheias sem desculpar-nos;
5 cooperar nas boas obras sem aguardar a colaboração do companheiro;
6 ajudar aos que nos cercam sem esperar que nos retribuam;
7 dar do que temos e detemos sem cobrar o imposto da gratidão;
8 iluminar o caminho que nos é próprio, aprendendo a vencer as sombras que ainda se nos adensem ao redor;
9 calar para que outros falem; defender os outros, sem procurar defender-nos;
10 humilharmo-nos, sem pedir que os outros se humilhem; reconhecer nossas falhas e corrigi-las;
11 servir sem recompensa, nem mesmo a da compreensão que nos remunera com o salário do reconforto;
12 trabalhar incessantemente, sem aguardar aguilhões que nos constranjam ao desempenho dos deveres que nos competem;
13 sentir no irmão de experiência necessidades e dores iguais às nossas, para que a vaidade não nos induza à cegueira;
14 considerar a bondade constante do Senhor que opera sempre o melhor, em nosso benefício, e cultivar o reconhecimento a Ele, através do sacrifício, em favor daqueles que nos rodeiam.
15 Aperfeiçoarmo-nos por dentro é ajudar por fora com mais segurança 16 e como salvar significa recuperar com finalidades justas no trabalho comum, assim como oferecemos mão forte à árvore a fim de que ela cresça, frondeje e produza para o bem de todos, salvando-se da inutilidade, também o Senhor nos estende braços amigos para que nos aprimoremos, transformando-nos em instrumentos vivos de seu Infinito Amor, onde estivermos.
Emmanuel