1 Pesquisemos os próprios sentimentos e verificaremos quão difícil se nos faz a renovação íntima.
2 Quantas vezes, no mundo, teremos sentido a inconveniência de certos hábitos com manifesta incapacidade para desvencilhar-nos deles?
3 Em quantas ocasiões, sabíamos previamente quanto nos doeriam as consequências de determinada ação infeliz e a ela nos atiramos para nosso próprio sofrimento?
4 Referimo-nos ao assunto para destacar o impositivo da tolerância.
5 Ante os irmãos que te pareçam afastados do caminho que a vida lhes marcou, não lhes condenes a trajetória.
6 Ao invés disso, auxilia-os, através da providência que lhes consiga aliviar a carga das obrigações assumidas e com a boa palavra que lhes desanuvie o espírito atribulado.
7 Esse errou sob a pressão das necessidades de ordem material; 8 aquele cedeu, à tentações que se lhe figuravam irremovíveis; 9 outro penetrou nos labirintos da culpa, acreditando-se sob graves constrangimentos no campo doméstico; 10 e ainda outro conhecia a extensão do problema em que se emaranhava, entretanto, de momento, não encontrou forças, em si próprio, a fim de livrar-se dele.
11 Ampara-os, quanto possas.
Não será com aspereza que lhes reasseguraremos a tranquilidade, tanto quanto não será espancando uma ferida que lhe conseguiremos a cura.
12 O remédio destinado à recuperação do corpo é o símbolo do amor com que nos será possível reajustar a harmonia da alma doente.
O medicamento age, dose a dose.
O amor opera, gesto a gesto.
13 Diante dos companheiros de experiência na Terra, estende-lhes a beneficência da compreensão que lhes reerga o entendimento na estrada que lhes cabe trilhar.
14 Se não conseguimos, de imediato, fazer de nós aquilo que mais desejamos e se, muitas vezes, no Plano Físico, escapamos das piores situações, a preço de lágrimas, não será justo exigir dos outros uma condição diferente da nossa.
15 À frente do irmão, considerado em desvalimento, em vista desse ou daquele erro por ele cometido, compadece-te e auxilia-o para que se retome no equilíbrio próprio, porquanto, habitualmente, onde o próximo terá surpreendido a pedra de alguma dificuldade, ainda hoje, essa mesma dificuldade poderá, talvez, transformar-se no grande obstáculo que nos fará cair amanhã.
Emmanuel