1 Além, a luz do espaço se esfacela
Em explosões de sons e cores raras, n
Tecendo o amor e a glória nas searas
Da vida universal sublime, bela…
2 Brilham, depois do azul que o céu revela,
Astros em bando, iguais longas aparas
De altas constelações, em formas claras:
Sóis pendendo de vasta passarela…
3 O homem fita espantado as nebulosas
Bailando em formações maravilhosas,
E vê-se um verme à frente do Destino…
4 Ante o excelso esplendor finda-se o engano.
Como se faz pequeno o orgulho humano! n
Como se torna imenso o Amor Divino!
|
[1] AFONSO CELSO de Assis Figueiredo Júnior — Poeta, romancista, historiador, jornalista, dramaturgo e orador consumado. Doutorou-se Afonso Celso na Faculdade de Direito de São Paulo, em 1881. Professor e diretor da Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Reitor da Universidade do Brasil. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, onde ocupou a cadeira nº 36. Pertencia à Academia das Ciências de Lisboa. Colaborou em muitos jornais e revistas de S. Paulo e do Rio, principalmente no Jornal do Brasil desta última cidade. Veio a ser presidente perpétuo do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Possuía numerosos títulos honoríficos. Foi um dos primeiros esperantistas no Brasil. A sua musa era natural e espontânea, clara e simples. Rodrigo Octávio Filho, à beira do túmulo do grande brasileiro, afirmou: “Afonso Celso foi poeta, e emocionou. Foi mestre, e ensinou. Foi patriota, e pregou.” (Apud Homenagem à memória do Conde Affonso Celso, pág. 35.) (Ouro Preto, Minas Gerais, 31 de Março de 1860 — Rio de Janeiro, Gb, 11 de Julho de 1938.)
BIBLIOGRAFIA: Prelúdios; Devaneios; Telas Sonantes; etc.
[2] Verso 2 - Observe-se a aliteração em s.
[3] Verso 13 - Antítese.