1 Olhando a Terra envolta em sombra escura,
Fico a cismar sozinho na saudade…
Ó Galera da Vida, que procura
O teu giro na luz da imensidade?
2 Vejo o assomar de cenas vis e insontes n
Do palco de mim mesmo ressurgidas.
Nos brilhos festivais dos horizontes
Decifram-se mistérios de outras vidas.
3 Recordo os dias tristes e risonhos… (9) n
No presente, o passado entra em conflito… n
Na teia luminosa de mil sonhos,
O meu pensar desmaia no Infinito…
4 Doces notas ecoam delicadas… (13)
Há lira oculta além dos promontórios
Das nuvens de outras terras, espalhadas
Por alfombras varando espaços flóreos.
5 Vastos campos de dores e prazeres
Entreabrem-se ao mundo e aos corações.
A carícia da fé embala os seres, n
E as almas são repuxos de orações.
6 Em toda a parte o amor vibra e esplendora…
A vida — movimento de beleza —
Revela o eterno bem estrada afora
Em cada pulsação da Natureza.
7 Quais belos focos vivos de esperança,
Almas libertas tomam novo alento.
Do Amor Sem Fim derrama-se a bonança…
Em tudo há melodia e encantamento…
8 Terra! Galera ao sol, luta e porfia!
Guarda contigo a Grande Humanidade!
Homens! Cantai a festa da alegria,
Enquanto choro adeuses de saudade!…
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