1 O artista
pára e reflete,
árvore de carne a enodular-se sobre a seiva do sangue…
2 A cabeça esguicha o pensamento
e a onda que se expande alteia-se, de leve,
num turbilhão de força…
Ideias-sentimentos… n
Sentimentos-ideias…
3 De cima,
do super-ultra-som,
desce jorro solar
que recolhe a onda célere,
qual se possuísse mãos e braços,
em lesto movimento
de oficina intangível.
4 Há no grande silêncio
buris que modelam, n
mensagens e vozes,
palavras que soam,
poemas em linha,
rimários andantes,
pincéis coloridos,
esboços e telas,
paletas fulgentes,
orquestras em pauta,
cantatas sublimes,
tecidos de sonho,
lauréis e grinaldas,
pedaços de estrelas,
hinários e luzes…
5 A onda que se elevava
torna ao cérebro vivo,
grávida de beleza…
Cravam-na dedos fluidos
no angusto espaço do crânio
e o artista, embriagado de visões,
exprime as Esferas superiores.
— Médium da vida,
inundado de sol…
|