1 Rei Divino, na palha singela, por que Te fizeste criança, diante dos homens, quando podias ofuscá-los com a grandeza do Teu Reino?
2 Soberano da Eternidade, por que estendeste braços pequerruchos e tenros aos pastores humildes, mendigando-lhes proteção, quando o próprio firmamento Te saudava com uma estrela sublime, emoldurada de melodias celestes?
3 Certamente, vinhas ao encontro de nosso coração para libertá-lo.
4 Procuravas o asilo de nossa alma para convertela em harpa nas Tuas mãos.
5 Preferias esmolar segurança e carinho para que, em Te amando, de algum modo, na manjedoura esquecida, aprendêssemos a amar-nos uns aos outros.
6 Tornavas-Te pequenino para que a sombra do orgulho se desfizesse em torno de nossos passos, e pedias compaixão, porque não nos buscavas por adornos do Teu carro de triunfo, como vassalos de Tua glória, mas, sim, por amigos espontâneos de Tua causa e por tutelados de Tua bênção…
7 E modificaste, assim, o destino das nações. 8 Colocaste o trabalho digno, onde a escravidão gerava a miséria, acendeste a claridade do perdão, onde a noite do ódio assegurava o império do crime, e ensinaste-nos a servir e a morrer, para que a vida se tornasse mais bela…
9 É por isso que, ajoelhados em espírito, recordando-Te o berço pobre, ofertamos-Te o coração…
10 Arranca-o, Senhor, da grade do nosso peito, enferrujado de egoísmo, e faze-o chorar de alegria, no deslumbramento de Tua luz!… 11 Conduze-nos, ainda, aos tesouros da humildade, para que o poder sem amor não nos enlouqueça a inteligência e deixa-nos entoar o cântico dos pastores quando repetiam, em pranto jubiloso, a mensagem dos anjos:
— Glória a Deus nas Alturas, paz na Terra e boa vontade para com os homens!… ( † )
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