1 Ao clarão do Natal, que em ti acorda a música da esperança, escuta a voz de alguém que te busca o ninho da própria alma!… 2 Alguém que te acende a estrela da generosidade nos olhos e te adoça o sentimento, qual se trouxesses uma harpa de ternura escondida no peito.
3 Sim, é Jesus, o amigo fiel, que volta.
4 Ainda que não quisesses, lembrar-lhe-ias hoje os dons inefáveis, ao recordares as canções maternas que te embalaram o berço, o carinho de teu pai, ao recolher-te nos braços enternecidos, a paciência dos mestres que te guiaram na escola e o amor puro de velhas afeições que te parecem distantes.
5 Contemplas a rua, onde luminárias e cânticos lhe reverenciam a glória; entretanto, vergas-te ao peso das lágrimas que te desafogam o coração… 6 É que ele te fala no íntimo, rogando perdão para os que erram, socorro aos que sofrem, agasalho aos que tremem na vastidão da noite, consolação aos que gemem desanimados e luz para os que jazem nas trevas.
7 Não hesites! Ouve-lhe a petição e faze algo!…
8 Sorri de novo para os que te ofenderam;
9 abençoa os que te feriram;
10 divide o farnel com os irmãos em necessidade;
11 entrega um minuto de reconforto ao doente;
12 oferece uma fatia de bolo aos que oram, sozinhos, sob ruínas e pontes abandonadas;
13 estende um lençol macio aos que esperam a morte, sem aconchego do lar;
14 cede pequenina parte de tua bolsa no auxílio às mães fatigadas, que se afligem ao pé dos filhinhos que enlanguescem de fome,
15 ou improvisa a felicidade de uma criança esquecida.
16 Não importa se diga que cultivas a bondade somente hoje quando o Natal te deslumbra!… 17 Comecemos a viver com Jesus, ainda que seja por algumas horas, de quando em quando, e aprenderemos, pouco a pouco, a estar com ele, em todos os instantes, tanto quanto ele permanece conosco, tornando diariamente ao nosso convívio e sustentando-nos para sempre.
Meimei