O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Amanhece — Autores diversos


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Escolha das provas

Sobre a escolha das provações, amigos vários falavam conosco. Diante de certas provas, aflitivas e terríveis, seria o próprio Espírito quem as pediria, antes de tomar o corpo terrestre? A pergunta, formulada por um simpatizante da Doutrina Espírita, provocou muitos comentários. No momento mais aceso da nossa conversação fomos convidados à prece em conjunto.

Consultado, O Livro dos Espíritos deu-nos a questão 259 para estudo, seguindo-se explanações rápidas e expressivas. Ao término da reunião, foi o nosso estimado Cornélio Pires quem nos trouxe a palavra do mundo espiritual.


ASSUNTO DE ACEITAÇÃO

1 “Se pedimos nossas provas,

— Diz você, Joaquim Paixão —

Como é que se vê do Além

O assunto da aceitação?”


   2 “Se há tanta gente na fuga

  Do respeito a compromisso,

  Diga, Cornélio, o que há,

  Como posso entender isso?”


3 Compreendo, caro irmão,

Seus raciocínios extremos.

No entanto, saiba!… Nós mesmos

Pedimos o que sofremos.


   4 Nos fatos da delinquência

  É que a coisa se complica:

  Reparação do infrator

  É a pena que se lhe aplica.


5 Sem essa exceção na regra,

Na verdade vista, a fundo,

Rogamos, antes do berço,

As nossas lições no mundo.


   6 Ao fim de cada existência,

  Em conta particular,

  O espírito reconhece

  Os débitos a pagar.


7 A gente anota com susto

Quantas faltas ao dever;

Quantos votos a cumprir,

Quanto trabalho a fazer!


   8 Analisando a nós mesmos,

  Em claro e justo juízo,

  Pede-se a Deus corpo novo

  Para o que seja preciso.


9 Aparece a concessão.

Eis que a pessoa renasce;

Por dentro, as tendências velhas

Sob a luz de nova face…


  10 Aí, começam problemas…

  Encontra-se a obrigação.

  Entretanto, é muita gente

  Nas ondas da deserção.


11 Se você quer aprender,

Segundo o Reto Pensar,

São muitos os casos tristes

Que podemos relembrar.


  12 Você recorda o Nhô Cássio?

  Pediu cegueira comprida:

  Ao ver-se na provação,

  Matou-se com formicida.


13 Aninha rogou viver

Com dois filhos mutilados;

Ao ter dois gêmeos em luta

Fez dois anjos enjeitados.


  14 Rogou fraqueza no corpo

  Nhô Nico Bartolomeu;

  Sentindo-se desprezado,

  Revoltou-se e enlouqueceu.


15 Anita pediu o encargo

De proteger João de Tina;

Ao vê-lo pobre e doente,

Largou-se na cocaína.


  16 Na penúria que pedira

  Nosso amigo João Vilaça,

  Em vez de buscar serviço,

  Atolou-se na cachaça.


17 Pediu nervos relaxados

Nhô Sizínio Rapadura;

Ao ver-se em corpo imperfeito,

Jogou-se de grande altura.


  18 Léo rogou prisão no leito

  E, tendo paralisia,

  Atirou-se na descrença

  E acabou na rebeldia.


19 Joana pediu procissões,

Corpo enfermo e vida em brasa,

Quando entrou na provação,

Desprezou a própria casa.


   20 É isso aí… Paciência

  Não vive conosco em vão…

  Quem se aceita, espera e serve,

  Melhora de condição.


21 De tudo, aparece um ensino

Que não se deve olvidar:

Dor de quem não se conforma

Tende sempre a piorar.


Cornélio Pires


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