“Mas entregou Jesus à vontade deles.” — (Lucas, 23.25)
1 Pilatos hesitava. Seu coração era um pêndulo entre duas forças poderosas…
2 De um lado, era a consciência transmitindo-lhe a vontade superior dos Planos Divinos, de outro, era a imposição da turba ameaçadora, encaminhando-lhe a vontade inferior das Esferas mais baixas do mundo.
3 O infortúnio do juiz romano foi entregar o Senhor aos desígnios da multidão mesquinha.
4 Na qualidade de homem, Pôncio Pilatos era portador de defeitos naturais que nos caracterizam a quase todos na experiência em que o nobre patrício se encontrava, mas como juiz, naquele instante, seu imenso desejo era de acertar.
5 Queria ser justo e ser bom no processo do Messias Nazareno, entretanto, fraquejou pela vontade enfermiça, cedendo à zona contrária ao bem.
6 Examinando o fenômeno, todavia, não nos move outro desejo senão de analisar nossa própria fragilidade.
7 Quantas vezes agimos até ontem, ao modo de Pilatos, nas estradas da vida? Imaginemos o tribunal de Jerusalém transportado ao nosso foro íntimo.
8 Jesus não se punha contra o nosso exame, mas, esperando pela nossa decisão, aí permanece conosco a Sua ideia Divina e Salvadora.
9 Qual aconteceu ao juiz, nosso coração transforma-se em pêndulo, entre as exortações da consciência eterna e as requisições dos desejos inferiores.
10 Quase que invariavelmente, entregamos o pensamento de Jesus às zonas baixas, onde sofre a mesma crucificação do Mestre.
11 Vemos assim que Pilatos converteu-se em profundo símbolo para a caminhada humana.
Emmanuel