Obrigado, Cornélio amigo!…
Você me visitou em setembro findo e solicitou o nosso concurso para a formação de um pequeno livro de trovas.
— Como? — Respondi, — não posso escrever senão bilhetes rápidos. Os 85 janeiros me pesam no corpo e qualquer esforço provoca a presença da angina…
— Mas você pode ouvir me… Desejo apenas transmitir, por você, algumas trovas… Falarei ao seu ouvido… Uma trova por dia, uma por noite… poucas palavras… Isso não será motivo de preocupação para seu médico, que é, realmente, um abnegado companheiro…
— Se é assim, — comentei, — creio que posso estar ao seu dispor, de vez que não posso sair da minha cadeira de doente.
E você, caro amigo, noite a noite, no horário de nossas preces, veio ao meu lado e segredou a trova.
Uma por uma.
Cinquenta noites consecutivas…
Você parou na trova de número cinquenta.
E aqui estão em livro.
Também eu acho curioso dizer:
— Um livro pelo ouvido…
Creio que tudo está conforme o seu desejo.
Só me cabe repetir: Cornélio amigo, muito obrigado!
E que Deus nos abençoe.
Uberaba, 10 de outubro de 1995.
Francisco Cândido Xavier