1 O caso não deve ser categorizado à conta de anedota.
É um episódio ocorrido entre um homem franco e um companheiro de alma simples.
2 O amigo que tentava abraçar os princípios evangélicos chegou à casa do pastor e, depois do intróito natural na conversação entre pessoas sinceras, finalmente explicou-se:
— O que eu desejo, reverendo, é encontrar um cristão-modelo que me sirva de exemplo. Leal, desprendido das posses terrenas, consagrado ao reconforto dos infelizes, humilde e valoroso ao mesmo tempo, que não erre, que não negocie sobre assuntos religiosos para a extração de vantagens pessoais, que se esqueça no serviço aos semelhantes…
3 Porque o anfitrião silenciasse, prosseguiu:
— O que vemos por aí? Brigas e acusações recíprocas, orgulho e vaidade falando grosso, pretensões descabidas e o egoísmo feroz por nota dominante em toda parte. Que diz a isso?
4 O interpelado esclareceu brandamente:
— Sim, somos criaturas humanas, criadas por Deus, mas ainda inacabadas. As lições do Evangelho nos têm prestado serviços imensos na Terra, entretanto, ainda somos Espíritos imperfeitos, mas sempre tentando melhorar-nos, sempre mais…
— Isso não me serve — clamou o visitante um tanto desesperançado.
5 E acrescentou:
— Não existirá um cristão perfeito?
6 O pastor respondeu com a maior simplicidade que se possa encontrar no mundo:
— Não podemos esquecer que existiu um deles que foi perfeito. Possuía todos os dons excelentes que o senhor reclama. No entanto, foi sacrificado pelos próprios homens aos quais veio servir. Até hoje, é venerado por todas as criaturas… Seu nome é Jesus-Cristo. n
Emmanuel
[1] No original impresso: “Seu nome era Jesus-Cristo.”