1 Ouço-te as preces, alma querida e boa,
Rogando proteção,
Como quem pede entendimento e abrigo
Para o cansado coração…
2 E sei que choras, com motivos próprios,
Mesmo vivendo no clarão da fé,
Porquanto quem passou pelas sendas humanas
Sabe o que seja a luta e a provação como é…
3 Para os que decidem a viver sob a inércia,
Tempo, ante algum tempo, é sono simplesmente,
4 Mas para quem aceita o próprio aprendizado
A vida é diferente…
5 Entretanto, recorda:
Os espinhos da alma
São sempre como são,
Formando, em qualquer parte, os degraus da subida
À luz da elevação…
6 E os espinhos são muitos,
No caminho interior,
É o dever de se dar à batalha do bem,
O encargo de atender ao plantio do amor…
7 É a incompreensão de alguém, é o desafio
A fim de que se anule a tentação
Que tantas vezes nos visita,
A testar-nos o próprio coração;
8 É a nossa dor e a luta dos que amamos,
A inquietação e o medo, em cada prova,
A tristeza, a amargura, a sombra e a mágoa,
Tudo, enfim, que nos fere e nos renova.
9 Inda assim, alma boa,
Vale a pena seguir… Ama e perdoa!…
10 A fim de que se alcance a suprema alegria,
Não basta ver em nós sofrimento e pesar,
É preciso vencê-los, dia a dia,
Trabalhar e servir, aprender e passar…
Maria Dolores
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