De Deus sempre esperamos sua Misericórdia.
Os emissários do reconforto em qualquer instante consolam e alertam os corações que estão prestes a passar pela provação da dor.
D. Lola Totaro Valiente nos conta: Osmar, dois meses antes de sua desencarnação, numa noite, em seu quarto, aparece-lhe em Espírito a figura real de Francisco Cândido Xavier. Encantado, com ternura e alegria, no dia seguinte foi à Igreja orar e levar umas rosas em homenagem àquele que o fizera feliz. Não conhecia o Chico Xavier pessoalmente. Nos conta ainda D. Lola que tivera na noite anterior da tragédia um sonho com a sua avó Maria Totaro, falecida em 1978, aparece-lhe vestida de preto. Esta avó residira em sua companhia durante 12 anos. Deduziu que algo estaria por acontecer.
Em 08.09.1982, quarta-feira, 11 horas da manhã, em sua casa comercial “Lotérica Divino”, no bairro de Moema, São Paulo — Capital, quando jogava num reservado no fundo da loja, uma partida de bilhar, isto fazia nas horas de folga. Osmar, seu irmão e seu pai estavam ali reunidos. Entram dois rapazes em direção aos três, dizendo: “— Estamos aí…” “— Estamos aí o que…” responde Sr. Victor Totaro, pedindo que se retirassem, principiou-se ligeiro desentendimento. Osmar observando isso, foi em socorro do pai, quando foi disparado um tiro por um dos invasores, atingindo-o no peito, na artéria aorta, seguido de forte hemorragia, morrera a caminho do hospital.
Osmar muito religioso, frequentava com assiduidade a Igreja Católica. Esportivo, pensava em formar-se em Educação Física e preparava-se para os exames vestibulares. Na família ficava altas horas da noite em diálogos com o pai, tinha-o como seu confidente.
Certa feita — nos conta o Sr. Victor Totaro — Osmar, em roda de amigos, num gesto brusco de minha parte, chamei-lhe a atenção por algo que houvera praticado; os amigos não gostaram e Osmar em minha defesa dissera-lhes que merecera a repreensão, pois estava errado.
Em outra oportunidade pedira-me para trabalhar um dia em minha casa Lotérica no centro da cidade, para que eu pudesse descansar. Nesse dia foi assaltado, com várias armas apontadas em sua direção, apenas perdera o dinheiro do movimento.
Nossas lembranças são preenchidas com a sua imagem de rapaz atlético, carinhoso, amigo e filho querido. Católico, eu continuo encontrando nesse caminho a minha filosofia religiosa, mas não posso deixar de registrar, os informes na mensagem de Osmar e as palavras de Francisco Cândido Xavier, das quais presenciei junto com minha esposa, informando-nos dos familiares vivos e mortos, sem que houvesse qualquer comentário sobre eles.
A avó Ana, que minha senhora não conhecia, esclarecida por sua irmã tratar-se da sua bisavó paterna. O agradecimento de Osmar pelas preces da tia Nena, minha irmã, ainda nesta vida. Por tudo isso o meu respeito a Francisco Cândido Xavier, com carinho, pois acalmou e tranquilizou-nos, transmitindo-nos muitas esperanças para o futuro.
ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM
Pais: Victor Totaro e Lola Valiente Totaro.
Irmão Omar Totaro.
Avós: Rosália Martins, materna, desencarnada; Rosa Romano Amato, paterna, desencarnada.
Tia Avó: Maria Totaro, desencarnada em 1978.
NOTA: Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação por ocasião da leitura da mensagem do Espírito.
MENSAGEM
1 Querida mamãe e querido papai, estou aqui na companhia da nossa amorável tia e avó pelo coração Maria Totaro, com o propósito de trazer-lhes algumas notícias. 2 Estou sem dúvida, muito desajeitado, já se vê. Um ambiente não nosso, mas formado de corações fraternos, entre os quais se respira o calor da amizade real…
3 Devo vencer as minhas próprias inibições e escrever.
4 Estou a recordar a nossa reunião em casa, ao fundo da loja e a chegada repentina dos infelizes irmãos que nos ameaçaram. 5 Lembro-me de que o sangue me subiu à cabeça e me coloquei na defesa do papai, quando o tiro explodiu e o projétil me alcançou.
6 Detive-me por momentos, no esforço de me levantar da queda de forças que me quebrantou o ânimo, no entanto, era impossível erguer-me e seguir no encalço dos pobres amigos que nos experimentaram a fé.
7 Tive alguns momentos de lucidez e dei graças a Deus ao ver que o papai e Omar estavam livres da agressão. 8 Enquanto me via no centro das aflições gerais, concentrei-me na oração, rogando a Jesus me fizesse aceitar a provação sem revolta e, aos poucos, como que se fez noite para meus olhos, quando estávamos em pleno dia.
9 Em seguida a isso, minhas energias esmoreceram de todo.
10 Por fim, o sono, um torpor implacável que me invadiu todo o corpo, a ponto de não conseguir mover um dedo.
11 Depois, o esquecimento. A memória fugira. Impraticável qualquer esforço para readquirir o domínio da mente agora abatida e desfalecente. 12 Ignoro quanto tempo estive assim, nesse crepúsculo interior, qual se fosse compelido a hibernar de modo incompreensível para mim.
13 Chegou, porém, o instante em que despertei vagarosamente. 14 Tive a ideia de que um sopro revitalizador me percorria o corpo, da cabeça aos pés. 15 Do projétil nada me restava senão leve dor no local ferido.
16 Em me reconhecendo reanimado de novas forças indaguei da senhora que me velava o compulsório descanso, sobre o que me ocorrera depois da agressão havida e a generosa enfermeira se me deu a conhecer por tia Maria Totaro e, conquanto aparvalhado ainda, a presença dela, de certa maneira, me tranquilizou o espírito e ouvi a descrição de tudo o que ela conseguira reter, porquanto me afirmou que já se achava ao nosso lado, em nossa casa, quando fomos surpreendidos pela invasão de nosso ambiente mais íntimo.
17 Confesso-lhes que chorei, recordando quanta inquietação e quanto transtorno dera motivo sem querer, em toda nossa família. 18 Mãezinha, sei quanto é amargo o pranto que lhe verte do sentimento, mas venho pedir-lhe calma e coragem.
19 O nosso Omar aí se encontra, fazendo mais e melhor do que eu e, de minha parte, encontrarei o caminho para lhes ser útil. 20 Basta que minhas energias se refaçam inteiramente e espero trabalhar em apoio a meu pai, ao meu irmão e também ao seu carinho.
21 Se lhes posso pedir algo rogo esquecerem os nossos irmãos desventurados que ainda tiveram necessidade de penetrar indebitamente a nossa casa, espalhando o sofrimento e a morte. 22 Jesus ensinou-nos o perdão das ofensas e esse perdão abrange as ofensas sejam elas quais forem. 23 Graças a Deus não tive conhecimento pessoal com aqueles que me despojaram do corpo físico e já consigo pensar neles na condição de doentes que se desequilibraram em lamentável momento de excitação.
24 Mãe querida, estamos em dias novos. Reflita comigo que seu filho está vivo e amando aos queridos pais e ao querido irmão cada vez mais. Ainda que isso lhe custe, peço a mamãe orações não só em meu benefício, mas igualmente em favor daqueles companheiros distantes do bem, para que acordem do pesadelo em que certamente se encontram. 25 Falo assim porque não creio que os autores da morte de alguém estejam no juízo claro e certo; devem ser criaturas hipnotizadas por forças das trevas que não nos cabe anatomizar.
26 Mãezinha, eis aí para seu coração, para meu pai e para o Omar as minhas notícias.
27 Perdoem-me se não pude transmiti-las omitindo as cenas de horror e sofrimento de minha passagem para cá, para a vida nova que estou atravessando, no meio de lugares mais reconfortantes que a tia Maria me recomenda aguardar com paciência. E não chorem, peço-lhes.
28 Estamos vivos e temos um consolo: não fomos os instrumentos para a desencarnação de ninguém. 29 Que Deus se compadeça de nossos perseguidores gratuitos e se compadeça igualmente de nós. É tudo o que peço agora.
30 Ao querido pai e ao querido irmão, as minhas lembranças traçadas de agradecimentos que trarei sempre na memória e para a querida mãezinha, deixo nestas linhas o coração saudoso e grato de seu filho, que será sempre mais seu filho, perante a Bondade infinita de Deus.
Sempre o filho reconhecido.
Osmar Totaro
DEPOIMENTO
Deus com você, meu filho!
Sobre a mensagem recebida em 31-03-1984 em reunião pública pelo médium Francisco Cândido Xavier em Uberaba, tivemos o maior respeito, admiração, tranquilidade com o pensamento em Deus e certeza de uma vida mais confiante Nele, o que nos fez compreender a divina mensagem recebida por Francisco Cândido Xavier de que a vida continua e, tanto aqui quanto lá desce sobre nós a misericórdia divina.
É preciso fazermos força e aceitarmos a força que se nos oferece.
Lola Valiente Toraro
Victor Totaro
Rubens S. Germinhasi