O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Amor e saudade — Familiares diversos


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Tânia Mazzeo

NASC.: 28.07.1956 — DESENC.: 04.10.1980

Alegre, descontraída, inteligente, Tânia Mazzeo, desprendida de conceitos que martirizam na grande maioria os filhos para aproximarem-se do convívio dos pais, revelava com muita naturalidade sua presença perante os seus, não como filha, mas como amiga.

Moça de muitos predicados, recatada, passava a maior parte do tempo escorada na garantia de seu lar. Dividia sua atenção entre os afazeres das obrigações escolares e nas poucas amizades que a falta de tempo dificultava em ampliá-las.

Aos quatro anos de idade principiara no maternal infantil do Colégio Nossa Senhora Menina, até o 1.º grau. No Colégio São José, completara o colegial.

Desenvolvia com muita propriedade trabalhos manuais pela experiência adquirida no Instituto Musica! de São Paulo, onde cursara integralmente até a formatura a música através do piano, completando nesse mesmo Instituto cursos de pintura e desenhos.

Professora, possuía instrução universitária e vários atestados de Conservatórios Musicais, tais como:

De promoção do Conservatório Musical Ernesto Nazareth, do mesmo Conservatório, o curso de Folclore Brasileiro.

Do Instituto Musical de São Paulo, Seminário de Folclore, Turismo e Comunicação.

Participou do curso Internacional de Música do Paraná. Do Ministério da Educação e Cultura, especialização de música folclórica.

Tânia adquiriu pelo esforço, a simpatia dos familiares que a respeitavam e a amavam pela sua integridade profissional e moral. Com seu irmão Carlos Eduardo Mazzeo, relacionava-se como se fossem dois namorados. Sempre disposta, gostava de festividades em que estivesse um grande número de pessoas. Sentia-se feliz em vê-las agrupadas, divertindo-se.

Namorou e chega próximo ao casamento. Os pais, felizes, motivados pelo noivado, adquirem um apartamento para moradia da dócil criatura.

Discutiam pequenos detalhes como, escolha de cores de azulejos, pintura e outros mais.

Nessa noite próxima do enlace, conversavam da separação que se daria em breves dias. Tânia dirige-se ao seu quarto para o sono da noite. Levantaria muito cedo na manhã seguinte, o que não aconteceu.

Partiu da Terra sem qualquer resquício de sofrimento. Dormiu para não mais acordar.

Desesperados, seus pais, procuram com intensidade Francisco Cândido Xavier. Diversas viagens foram feitas a Uberaba, MG, e, para surpresa e felicidade, Tânia traz a sua saudade nas expressões que se fazem alegrias, através das lágrimas do amor que há muito aguardava para despencar dos olhos do coração, como gotas de esperança aos familiares desejosos de suas notícias.


ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM


Pais: Archimedes Victor Mazzeo e Wanilda Silva Mazzeo.

Irmão: Carlos Eduardo Mazzeo.

Avó: Marietta Valério, materna, desencarnada em 14.10.1975.

Noivo: Mário Luiz de Mello.

Padrinho de batismo: Américo Jesus Costa.

Amiga da família: Yolanda Cezar.


NOTA: Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação por ocasião da leitura da mensagem do Espírito.


MENSAGEM


1 Querida mãezinha Wanilda, abençoe-me.

2 Passa o tempo, mas não passa o amor. E o amor entre nós é uma força bendita que nos sustenta em serviço, de almas unidas para os mesmos objetivos.

3 É interessante para mim pensar que voltei para Cá em pleno repouso do sono e acordei quase que ao seu lado, porque não me seria possível arredá-la do pensamento. O padrinho Américo está em minha companhia e pode testemunhar o que digo.

4 Achávamo-nos plenamente identificadas uma com a outra para que a separação se fizesse sentir de todo. 5 É verdade que, embora o noivo tão querido, conquanto o papai Archimedes e o Carlos Eduardo sempre em minha lembrança afetuosa, foi unicamente em seu amparo que me escorei para vencer as lágrimas da inadaptação.

6 Não sei como expressar ao seu carinho quanto lhe devo à dedicação, mas a Divina Providência cuja contabilidade não falha, saberá retribuir-lhe quanto venho recebendo, desde a vida física, de seu devotamento.

7 A vovó Marietta e eu estamos associadas ao gênero de esforço que o seu carinho escolheu para vencer as sombras. 8 Esse esforço é o trabalho, no qual as suas mãos e o seu coração se desdobram sem medidas a fim de atender aos desígnios de Deus, sem perguntar pelas razões do sofrimento. 9 Saiba que me comovo e edifico, ao vê-la agindo sem pausa no trabalho, em apoio aos nossos irmãos mais necessitados do que nós mesmos. 10 Somos com a nossa Yolanda, uma colmeia de operárias que não se descuidam das responsabilidades que abraçamos.

11 Mamãe Wanilda, esses longos períodos de aparente separação que a morte do corpo material nos impõe são ocasiões benditas para servir mais, fazendo mais pelos semelhantes, sem interpormos o nosso egoísmo nas realizações em andamento. 12 De início sofri bastante em me sentindo repentinamente despojada do instrumento físico, entretanto, com o seu auxílio, passei à própria reconstituição de minha alegria. 13 Não me preparara suficientemente para retornar à Vida Espiritual e, permanecer quase constantemente em família, era um imperativo de que não poderia fugir.

14 Notei, porém, que após chorarmos juntas, o seu espírito de iniciativa vencia aquela angústia em que nos paralisávamos e entrei no seu campo de atividade, à feição do doente que encontra o remédio adequado à própria cura, e continuo até agora, com mais tempo em sua companhia, aprendendo a esquecer-me para ser útil.

15 Muito grata por todas as suas lições de resistência e de bondade elegendo na ação criativa o clima ideal para a nossa melhoria e aproveitamento.

16 Agora que temos um santuário, todo ele consagrado ao serviço, prossigamos firmes, ao encontro de nós mesmos em novo nível.

17 Mãezinha, agradeça por mim ao papai Archimedes e ao prezado irmão todos os pensamentos de paz e amor que me enviam. 18 O propósito de escrever-lhe mais amiúde está sempre vivo em minha alma, entretanto, as circunstâncias nem sempre nos favorecem. 19 Ora é preciso cooperar na vaga para um filho doente que precisa comunicar-se com o carinho materno, ora é um obstáculo natural no intercâmbio.

20 Guarde porém a certeza de que a sua filha renasce da Vida Espiritual todos os dias para amá-la cada vez mais, e cada vez mais seguir a abençoada inspiração de seus exemplos. 21 Todas as dificuldades porém passam e o que fica em nós duas é a certeza de nossa união para sempre.

22 Rogo-lhe continuar em seu roteiro de obediência ao trabalho que tem sido o seu pão espiritual de cada dia. 23 Querida mãezinha Wanilda, não tenho outro campo a cultivar senão este — prosseguiremos juntas na mesma obra de redenção. 24 Servir agindo sempre tem sido a sua norma de atividade e até mesmo o seu refúgio para olvidar as sombras da vida humana e compreendê-las.

25 Deus aumente a sua coragem e abençoe as suas lutas das quais desabrocha a paz de muita gente. 26 Espero não me seja tão demorada a próxima vinda para doar-lhe o meu coração em forma de notícias.

27 Tenho feito o possível pelas melhoras do nosso Mário e esposa no que ele continue generoso amigo abnegado e fiel.

28 Querida mãezinha Wanilda, meus parabéns por tudo que você vem realizando nas boas obras. 29 Que Jesus lhe favoreça o coração carinhoso em auxílio de nossas crianças, é o desejo da filha que lhe pede abraçar o papai Archimedes e o meu querido irmão, ao mesmo tempo que lhe entrego uma braçada de rosas, da sua filha sempre sua.


Tânia


DEPOIMENTO


Deus me deu muitas alegrias, meus pais, esposo e filhos, mas nunca eu poderia imaginar que na dor da perda de minha filha pudesse encontrar alegrias, como as que tive ao conhecer o Chico Xavier e nas mensagens de Tânia, reconfortando-nos e alertando-nos para o trabalho da caridade.


Wanilda e família


Rubens S. Germinhasi


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