O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Amor e saudade — Familiares diversos


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João Vaccari Neto

NASC.: 23.06.1959 — DESENC.: 14.05.1983

8726 dias de existência fizeram de João Vaccari Neto, o filho que trouxera a seus pais e irmãos momentos de extrema felicidade. Seu nome seria “Eduardo”, tudo programado, nome escolhido, a data da reencarnação próxima, sua mãe uma gestante feliz.

Mês de junho, festas juninas, nasce um menino, 23.6.1959, noite comemorativa a São João e, para aumentar a felicidade, aniversaria seu avô João Vaccari. Nesta dualidade de comemorações, os pais homenageiam o Santo Padroeiro e o avô, registrando o pequeno rebento com o nome de João. Nascera com pequena bronquite alérgica, a falta de ar fora uma constante em sua infância. Aos 13 anos começa a praticar vários esportes que o colocam em contato com a natureza. Pesca submarina, natação e esquiação. Adorava o vento e o Sol, alegrias no seu dia a dia.

Aos quatorze anos recebe as primeiras noções de trabalho. O pai dera-lhe a oportunidade de percorrer em sua empresa os setores que o fariam manter contato e aprendizado no relacionamento profissional e humano. Reconhecia nos mais aplicados no trabalho os seus valores e nos mais fracos, tentava o reerguimento com conselhos e exemplos. Aprendera a ser paciente.

Aliado à vida, não esquecera de aprimorar-se nos estudos, prestara exames vestibulares nas faculdades FMU, Faculdade de Guarulhos e Universidade Mackenzie, reconhecido apto na primeira chamada das três entidades escolares.

Dedicara-se profundamente ao esporte do motociclismo, sua paixão e, na aviação, conquista o “Brevê” de piloto privado. Não fumava e nem bebia. Gostava de dormir cedo. Sua filosofia de vida espiritualista o fizera prestativo ao sentimento cristão. Várias ocasiões colocara-se com seu automóvel nas estradas rodoviárias a percorrer muitos quilômetros em socorro aos carentes de auxílio, não medindo distâncias e tempo gasto. Ao dirigir seu automóvel, os passageiros tinham de se acostumar com o vento a soprar lhes o rosto. Sentia nisso espírito de liberdade A motocicleta proporcionava-lhe a extensão desse prazer. Em suas meditações, buscava nos bosques, no mar, os momentos de paz por estar em contato consigo mesmo em suas tendências e natureza.

Aos vinte anos de idade começam-lhe os efeitos da mediunidade. Por vezes, desdobrara-se, percebia-se flutuando e ao dirigir, via-se sentado ao lado do corpo.

O sentimento de liberdade de João, fizera-o também gostar de competições esportivas motociclísticas, das quais participava com muita dedicação e, em treinos em São José dos Campos, em São Paulo, encontra o fim de sua jornada Terrena. Terminados os preparativos de seu treino, resolvera dar a última volta para melhor reconhecimento do local da competição, encontrando aí o obstáculo que o acidentaria.

Esta pequena descrição é reforçada com suas palavras inseridas na carta-mensagem enviada em 22 de outubro de 1983, por Francisco Cândido Xavier, reafirmando o que João Vaccari Neto fora. Aos pais alentara nos 8726 dias, tristezas, alegrias, sonhos, orgulho, fantasias e, acima de tudo, a esperança do reencontro no abraço que os corações presos nas saudades almejam.


ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM


Pais: Américo Vaccari e Julieta Benvenuti Vaccari.

Irmã: Ivete Vaccari Menegazzi.

Bisavó: Júlia Baroni, materna.

Tio avô: João Benvenuti, materno desencarnado em 1975.

Amiga da família: Liliane Iglesias Sanches.


NOTA: Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação por ocasião da leitura da mensagem do Espírito.


MENSAGEM


1 Querida mãezinha Julieta, estou na doce obrigação de uni-la com o papai Américo, em meu pedido de bênção para iniciar esta carta.

2 Mãezinha, espero que a sua bondade me perdoe aquele apego à minha condução de aço. 3 Minha Moto! Ah!… ela não era simples máquina. Era a meu ver uma benfeitora que me transportava para o mundo ideal de meus pensamentos.   4 Admirava-lhe o poder de me carregar de modo a sentir a natureza comigo. Não havia pessoa alguma em nossa companhia a escutar-nos nas estradas para onde nos retirávamos. 5 Ela com o seu ruído semelhante à música de ninar com que me embalava e eu a cismar no tempo conversando com o futuro. 6 Pingos de chuva, telas verdes de vegetação, encontros com outros veículos e até mesmo a linguagem do vento.   7 Tudo isso era o campo em que nos movimentávamos.

8 Eu sei que o seu carinho não me contrariava e nem o papai Américo, nem a Ivete e nem a nossa Liliane me brecavam aquela vocação de velocidade a que me habituara, embora temessem por minha segurança, e sou grato a todos os meus pela paciência e compreensão com que me amparavam, mas confesso mãe, que para seu filho outro gênero de vida não serviria.

9 Quando me dirigi para o treinamento em São José dos Campos, pode parecer ridículo o que exponho, mas ansiava preparar-me para a Vitória nas corridas em perspectiva, mais para destacar a minha máquina do que pelo prazer de ganhar essa ou aquela distinção.

10 Lembro-me de que nos achávamos aproveitando as horas de um sábado tranquilo, quando os companheiros deram por finda a nossa rodada, entretanto pedi para repetir o percurso a sós, pois desejava conversar com a moto e faze-la ver as minudências da pista que nos conduziria a vitória, qual se a máquina tivesse alma…

11 Comecei o exercício de novo, sem qualquer sinal de cansaço, no entanto em certo trecho da pista, um pequeno entrave nos obrigou ao grande salto do qual me vi projetado no chão.

12 Tentei reerguer-me, porém, não consegui… Creio que algum vaso importante se me rompera no cérebro, porque notei que a minha cabeça pendia desgovernada em meus impulsos de retorno à verticalidade natural.

13 Sem que me conscientizasse da significação daqueles instantes aceitei o torpor que me invadiu… 14 Nada mais vi, nem senti, até que despertei num aposento calmo e confortável. Uma senhora velava junto de mim.   15 Não pude me retomar de improviso. Tive a impressão de que me apossava do corpo parceladamente. E isso demorou algum tempo.

16 Quando reconheci que a voz se me refizera na garganta, perguntei como era justo, sobre a posição em que me achava.

17 O corpo estava combalido num abatimento que eu não consegui explicar para mim próprio. 18 Foi então que a senhora de semblante amigo me esclareceu que era ela a vovó Júlia, que me trouxera para outro tipo de existência.   19 Chorei revoltado, porque me reconhecia numa situação que não pedira, entretanto, aquela criatura de coração magnânimo, que me abraçava, me clareou a cabeça com tamanha ternura que não tive outra alternativa senão concordar.

20 Depois de alguns dias pude vê-la em nossa casa, abraçar meu pai, acariciar a irmãzinha, a nossa Ivete, e visitar a querida Liliane…   21 Em toda parte e em tudo via o pranto sem razão de ser, porque me achava reconfortado com as lições e explicações recebidas.

22 Não pude, porém, resistir ao sofrimento que alcançara todos os meus e voltei ao estado anterior de desesperação.

23 Minha avó Júlia me fez sentir a necessidade de maior preparação, a fim de rever os entes amados, e com o tio João Benvenuti me auxiliaram a retomar a serenidade para seguir em frente.

24 Mãezinha Julieta, saiba que estou bem e convença por mim a todos os nossos de que estou vivo, e espero crescer em conhecimento e segurança íntima para lhes ser útil, a todos.

25 Da moto nada posso dizer, no entanto estou na crença de que também aqui na vida espiritual existirão asas ligeiras, que nos possam transportar em longas distâncias do mundo novo que apenas começo a divisar

26 Peço-lhe cientificar a nossa Ivete de que tudo vai bem comigo e que o meu sonho agora é começar a agir num trabalho que me faça apto a servir aos que deixei no Plano físico.

27 Mãe, à namorada e às outras companheiras de distração conte que estou numa boa, conquanto as saudades compreensíveis, não quero ninguém a se julgar em prisão comigo.

28 Não posso entravar o caminho de pessoa alguma, porque tenho recebido aqui liberdade suficiente para me reformar para o bem. 29 Não digo liberdade sem disciplina, afirmo que a nossa liberdade está condicionada ao dever de realizar o melhor ao nosso alcance. 30 A vovó Júlia, que me trouxe, me recomenda anotar a posição dos ponteiros do relógio e lamento observar que estamos na matina para novo dia. É o momento de dizer adeus com vontade de ficar.

31 De qualquer modo, preciso ir e ficarei no seu pensamento de mãe e no pensamento de meu pai, como sempre.

32 Receba, querida mãezinha com o papai Américo, o coração inteirinho de seu filho,


João Vaccari Neto


DEPOIMENTO


A você querido irmão Francisco Cândido Xavier, “Apóstolo da verdade de nossos dias”, que no momento mais difícil em nossa família, na dor da separação de nosso amado Joãozinho, nos acolheu, confortou e amenizou-nos o sofrimento DEUS LHE PAGUE.


Família Vaccari


Rubens S. Germinhasi


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