O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Amor e saudade — Familiares diversos


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Marcos Cezar Mayo

Nascimento: 25.03.1963.
Desencarnação: 21.04.1981.

Razões que preponderam na vida:
“Amar a Deus sobre todas as coisas.”
“Amar o próximo como a si mesmo.” ( † )

Na constituição familiar do casal Manoel Mayo Sanchez e Elza Aparecida Cezarini Mayo, o primeiro filho viera de um parto normal. Nascia Lilian Cezarini Mayo, assinalava o segmento da família no agrupamento terrestre, ponto inicial da experiência pela reencarnação.

A segunda filha um parto “Nati Morto”.

Marcos Cezar Mayo, terceiro filho, nasce em março de 1963, empanando a tristeza e reacendendo o brilho da felicidade que se completaria com o nascimento de Gerson Luiz Mayo. Primando pela disciplina, o Sr. Manoel, no reflexo de sua criação, transferia-o para Marcos Cezar e irmãos, conduzindo no principiar de suas existências a severidade disciplinar que a educação exigia.

Marcos crescia. Transparecia sua docilidade. O amor pela família evidenciava-se. Seus pais admiravam-se pois onde estivesse, nas ruas ou qualquer logradouro, os gestos de carinho, externava-os nos abraços e beijos aos familiares. Alguns companheiros achavam caretice esse procedimento, criticavam-no. Adorava festividades e, nas oportunidades, não perdia um baile. Seu conceito de vida: viver intensamente.

Em 1980 completava o colegial. Inicia cursinho no Objetivo, visando no futuro ser Administrador de Empresas. Reconhecendo o esforço do filho, os pais o presenteiam com um automóvel.

Tudo corria bem, mas certa noite, ao regressar de um baile, no Buzo Palace, salão para festividades na divisa dos municípios de São Caetano do Sul e Santo André, São Paulo, o Plano Espiritual o recebe de volta. Foi alvejado com alguns tiros, não sabendo o que lhe acontecia, pois nada fizera que desse motivo à agressão. As perguntas começaram a se fazer sentir, criando corpo os “porquês” e “quais as razões”.

Do incidente, a família encontrava dificuldades para compor se novamente, tudo perdera o sentido. Elza, sua mãe, desestimulada, não se apercebia do mal que estava lhe acometendo. Lilian e Gerson, partícipes de sua dor a encorajavam libertar-se, procurar na vida outros valores. Nas refeições, solidários, percebiam-lhe a tristeza. D. Elza recusava alimentar-se a ponto dos filhos pressionarem-na sentimentalmente: também deixariam de alimentar-se e, neste ato de amor, acordara para a responsabilidade e continuidade da vida no lar.

Nos quadros atuais, Manoel Mayo, dantes católico definido na crença, abraça ardorosamente as veredas que o levam à tranquilidade na dedicação e aprendizado da Doutrina Espírita. Rememorando 19.02.1983, Marcos, pelas mãos abençoadas de Francisco Cândido Xavier, esclarece, aponta e reaquece o sentimento de seus familiares com a mensagem que preencheu o vazio de que a tristeza se fizera a dona.

A bênção de Jesus vem através dos mil modos encetados nas paragens Terrenas, com a natureza de Deus em cada filho, propiciando corrigir no trabalho do amor ao próximo, o passado, as faltas que houvéramos cometido.


ESCLARECIMENTOS NECESSÁRIOS DE PESSOAS OU FATOS CONSTANTES NA MENSAGEM


Pais: Manoel Mayo Sanchez e Elza Aparecida Cezarini Mayo.

Irmãos: Lilian Cezarini Mayo.
Gerson Luiz Mayo.

Avós: Anna Sanchez Sallas - paterna, desencarnada em janeiro de 1954.
Manoel Sanchez Fernandes - bisavô paterno desencarnado em maio de 1950.
Nono Cezarino - materno desencarnado em novembro de 1953. Seu nome correto, Cezarini, mas, fez questão de ser Cezarino quando em vida material, prova da continuidade expressa na mensagem.


Antecipamos os nomes de pessoas ou fatos, para melhor identificação por ocasião da leitura da mensagem do Espírito. — NOTA DA EDITORA.




MENSAGEM


1 Querida mãezinha Elza e querido papai Manoel, peço-lhes para que me abençoem.

2 Desde aquela noite de abril do ano passado, venho buscando meios de me comunicar com a família, mas as dificuldades com que fui defrontado não foram poucas. 3 Não sei porque mas, desde o momento em que ouvi tiros e que um dos projéteis me alcançou, quando voltava de uma festinha de amigos, quis ardentemente falar-lhes. 4 Desejava explicar que não dera motivo algum para a agressão que me tomava de súbito, no entanto, tive a impressão de que as minhas forças se escoavam através de feridas abertas.

5 Mãezinha Elza, aquele foi um momento em que me tornei novamente criança para lhe escutar as preces e recordar-lhe as palavras em torno de Jesus.

6 A vida começa no jardim do lar, em cujo ambiente nos organizamos para a conquista do melhor para cada um de nós, entretanto, o tempo vai soterrando em nosso coração as lembranças que parecem extintas, ante a necessidade de enfrentar outros problemas. 7 As suas orações, querida mamãe, foram a minha companhia naqueles longos minutos de expectativa e sofrimento. 8 Como desejei retornar à infância para revê-la a procurar saber o nosso comportamento pelos olhos que eu pudesse apresentar…

9 No entanto, ali me achava a sós, sob a noite, como se devesse aprender que o Céu é o Templo da Natureza acordando-nos para os deveres mais simples da vida… 10 Isso aconteceu por minutos, até que passei do sono de superfície ao sono profundo, no qual se me apagaram todas as recordações.

11 O que sucedeu realmente, ainda não sei. Lembro-me apenas de que fui alvejado e caíra num desmaio de que não consegui me desvencilhar.   12 Mas, despertando, encontrei a simpática figura de mulher que me determinou chamá-la por vovó Ana e que me vem tratando com muito amor!

13 E com lágrimas, vim a saber que fora demitido da experiência física pelos tiros de um amigo anônimo e, então, traumatizado, chorei, não por dores que eu não estava sentindo, e sim por papai, cuja sensibilidade conheço tão bem.

14 Comovi-me ao ver a nossa casa como que a se desmantelar.

15 Esforcei-me em vão para reconfortá-los, mas não encontrei possibilidades imediatas para isso. 16 O pranto da mamãe Elza caía sobre mim à feição de fogo que me requeimava o coração. 17 Encontrei o papai prostrado, pensando em morrer e os irmãos algo desorientados, indagando o porquê…   18 A luta tem sido grande para enxugar-lhes o pranto e venho pedir-lhes coragem e fé em Deus.

19 Desvelou-se a vovó Ana e o querido avô Manoel que também se nos agrupou à equipe de reconforto.

20 Pais queridos, sei que lhes doeu profundamente o golpe desferido contra nós, mas venho rogar-lhes paciência e serenidade.

21 Tudo tem uma causa e a Misericórdia Divina não nos permitiria sofrer sem finalidade justa.

22 Se é verdade que fui compelido a perder a existência, longe de casa, a vovó Ana me convidou a atenção para Jesus que também foi sacrificado ante os Céus, sem qualquer proteção. 23 Tenho refletido bastante e noto que as minhas ideias de rapaz amadureceram um tanto.

24 Peço-lhes não procurarem pelo autor ou autores dos disparos, pois todos somos filhos do mesmo Pai e devemos acatar o que me aconteceu com a serenidade de quem se conhece igualmente carregado de fraquezas como sucede a qualquer um.

25 Estou melhorando e a qualquer momento, obterei a licença devida para trabalhar e começarei, com a Graça de Deus, por nossa casa e em seguida, espero forças para auxiliar aos nossos companheiros desorientados aos quais fiquei devendo o testemunho da compreensão que Jesus nos ensinou.

26 Agradeço pelo fato de não procurarem qualquer justificação em meu favor, porque não desejo incriminar a ninguém. 27 Vínhamos despreocupados de uma festa em família amiga e não quero ter ideia de quem sejam os autores do atentado de que fomos vítimas, porquanto, preciso estudar antes como me comportarei para prestar-lhes a assistência que eu possa desenvolver.   28 Estou na fase de quem aceita progressivamente a verdade para tratá-la com amor, e sou muito grato ao silêncio que puderem fazer em derredor do assunto, considerando que também eu sou humano e suscetível de erros difíceis de reparar.

29 Creiam os queridos pais, e os meus irmãos Gerson e Lilian que poderíamos sofrer talvez demasiado se fosse eu a pessoa que desrespeitasse a vida dos meus semelhantes.
Felizmente, isso não aconteceu e peço-lhes orações em meu auxílio porque desejo efetivamente ser útil aos companheiros que me alvejaram, e desejo encontrá-los na condição de irmão e servidor.

30 Quantos irmãos temos no mundo mergulhados em delinquência, perturbados e infelizes? Quantos não tiveram o lar querido em que nasci e resvalaram para a loucura, terminando reclusos em penitenciárias de reparação e de dor?

31 Agradecemos a Deus a nossa consciência tranquila e saibam que estou procedendo e querendo proceder com a retidão e com a generosidade que o papai Manoel e a mãezinha Elza me ensinaram para vencer na vida.

32 Compreendo tudo isso e agradeço-lhes o bem que me ensinaram e o esforço que despenderam a fim de me afastarem do mal. 33 Venho até aqui, no intuito não só de reconfortá-los com as minhas notícias simples, mas também para afirmar-lhes que não me esqueci de todos os ensinamentos de amor ao próximo recebidos em casa. Graças a Deus, não tenho motivos para queixar-me. 34 Dizem-me a vovó Ana e o avô Manoel que a caridade começa distribuindo aquilo que se tem, depois reparte o pouco de que possa dispor e em seguida, entrega também o coração aos que necessitem de entendimento para se retirarem das sombras a que se acolhem.

35 Agradeçamos tudo o que temos na fé viva em Deus que nos foi confiada e que o amor e a serenidade continuem comandando as nossas manifestações.

36 Peço ao papai não alterar o nosso ambiente, buscando mudanças que não apresentam sentido real para a nossa vida. 37 Se sempre vivemos entre amigos queridos e fiéis, se possuíamos tanta alegria e paz onde estamos, saibamos harmonizar os próprios sentimentos com os Desígnios de Deus.   38 Jesus é Misericórdia para todos e foi Ele mesmo, nosso Senhor e Mestre, quem nos ensinou o perdão sem limites. 39 Que todos estejamos nessa faixa de luz em que a esperança nos envolve e que Jesus nos abençoe e ilumine sempre.

40 Mãezinha Elza, tenho sido auxiliado igualmente por um benfeitor que me recomenda chamá-lo por Nono Cesarino, e espero que as bênçãos de que tenho sido objeto se derramem sobre nossa casa que precisa voltar a ser feliz. 41 Desejo que as nossas músicas espalhem harmonia e confiança no recinto em que o Senhor nos reuniu para sermos um dos outros e conto com o Gerson e com a Lilian para que a alegria regresse ao nosso convívio familiar.

42 Estou sempre melhor e isso acontecerá igualmente com todos os meus para que estejamos nas vibrações do bem dentro das quais Jesus nos situou.

43 Não devo escrever mais, no entanto, formulo votos para que o nosso ambiente retorne a gratidão jubilosa à Divina Providência por todos os tesouros de amor que temos recebido. 44 Querida mamãe, não conserve lembranças minhas, com exceção dos retratos que nos fixaram momentos inesquecíveis de união e felicidade.

45 Nada pude acumular senão algumas lembranças modestas de rapaz sem pretensões.

46 Imagino-me criança outra vez e peço-lhes para distribuir entre os meninos ou jovens de minha idade tudo aquilo que possa apresentar alguma utilidade. 47 Querido papai, sou muito agradecido por todas as suas demonstrações de carinho em minha memória. Tudo recebi alegremente: as flores, as preces, os ofícios religiosos e as palavras de bondade com que me encorajam para ser o moço cristão que preciso ser.

48 Agora, com muita gratidão a todos os que me favoreceram com a oportunidade de lhes trazer as minhas pobres palavras, abraço aos irmãos queridos e deixo aqui estampados neste papel amigo para a mãezinha Elza e para o meu pai Manoel, os beijos de imenso amor e de muitas saudades do filho sempre reconhecido.


Marcos

Marcos Cesar Mayo


DEPOIMENTO


Ao querido e amorável Francisco de Paula Cândido Xavier, os nosso sinceros agradecimentos pela paz, confiança e tranquilidade que encontramos na mensagem recebida por seu intermédio, do nosso inesquecível Marcos Cezar, onde constatamos que só o “amor” constrói, através dos desígnios de Deus, no trabalho imorredouro para com os nossos semelhantes, diuturnamente.


Família Mayo

Santo André, 25 de março de 1985.  


Rubens S. Germinhasi


Texto extraído da 2ª edição desse livro.

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