1 Terás ouvido narrativas em torno de feitos sublimes, nos quais criaturas intrépidas ofereceram a própria existência para salvar os outros, quais os que tombaram na defesa da coletividade, em honra da justiça, e os que foram surpreendidos pela desencarnação inesperada, em louvor da ciência, ao perquirirem processos de socorro aos sofrimentos da Humanidade.
2 Reverenciemos, sim, o nome dos que se esqueceram, a benefício dos semelhantes; contudo, não nos será lícito esquecer que existe um heroísmo obscuro, tão autêntico e tão belo quanto aquele que assinala os protagonistas das grandes façanhas, perante a morte — o heroísmo oculto dos que sabem viver, dia por dia, no círculo estreito das próprias obrigações, a despeito dos empecilhos e das provações que os supliciam na estrada comum.
3 Pondera isso, quando os embaraços da vida te amarguem o coração!… 4 Certifica-te de que se existem multidões na Terra que aplaudem as demonstrações de coragem dos que sabem morrer pelas causas nobres, existem multidões no Mundo Espiritual que aplaudem os testemunhos da compreensão e sacrifício dos que sabem viver, no auxílio ao próximo, apagando-se, a pouco e pouco, em penhor do levantamento de alguém ou da melhoria de alguns na arena terrestre.
5 Reflitamos no assunto e observa a parte mais difícil da existência que o Senhor te confiou…
6 Será ela talvez o cativeiro de obrigações domésticas inadiáveis,
7 o conflito íntimo,
8 a condução laboriosa de um filho doente,
9 a tutela de um companheiro menos feliz,
10 a tolerância permanente para com o esposo ou a esposa em desequilíbrio ou, ainda,
11 a responsabilidade pessoal e direta na garantia das obras de benemerência e cultura, elevação e concórdia na direção da comunidade.
12 A matrícula na escola do heroísmo silencioso está aberta constantemente, a nós todos.
13 Revisemos a anotação do Divino Mestre: “Quem quiser caminhar nos meus passos, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me”. ( † )
14 Qual será e como será a cruz que te pesa nos ombros? Seja ela qual for, lembra-te de que o Cristo de Deus nos aguarda no monte da vitória e da redenção, esperando tenhamos suficiente coragem para abraçar o heroísmo oculto na fidelidade aos nossos próprios deveres até o fim.
Emmanuel