O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Adeus solidão — Familiares diversos


13

Mauro Antônio Campos Paiva

Natural de Jataí, GO, Mauro Antônio Campos Paiva nasceu a 13 de junho de 1955 e faleceu em acidente de moto, na capital do País, em 21 de maio de 1978, bem próximo de seus 23 anos.

Filho de Mário Paiva Freire e de D. Benta Campos Paiva, residentes em Goiânia, Mauro Antônio, 15 meses depois, escreveu aos pais, através de Chico Xavier, a bela mensagem a cujo respeito assim se expressou o genitor:


DEPOIMENTO


“As palavras de Mauro, pelo Chico, trouxeram-me total alegria, pois, em verdade, nunca me supus merecedor de tanto amor.

Sabia que minha esposa merecia tal graça e sabia que Mauro tinha qualificações espirituais elevadas, pois gostava de ajudar os menos felizes, arrecadando roupas com os amigos para distribuí-las nos asilos de nossa cidade, além de ser amoroso e terno para com todos.

Lembro-me de que o nosso filho gostava de correr até o alto dos morros para ver o pôr-do-sol, o que interpretávamos como uma prece de gratidão ao Criador, pela sua vida feliz, alegre e descontraída.”


MENSAGEM


1 Querida mãezinha e meu querido papai Mário. Rogo-lhes a bênção para o filho de volta.

2 Nunca imaginei um reencontro assim qual este em que os vejo sem que me vejam, como se fosse obrigado de minha parte a ocultar-me por traz de uma tela desconhecida.

3 Mas… sou eu mesmo, tentando escrever-lhes com o auxílio de meu avô Chico Honório. n Sei como sofreram pelo que sofri.

4 Mãezinha, não chore tanto por seu filho, especialmente quando a sós me procura alguma lembrança para memorizar-me.

5 Papai, a vida é repleta de surpresas. Aprendi desde cedo, que a pessoa deve estar preparada para qualquer acontecimento; no entanto, quando o carro estranho me atirou a moto para os ares, num relâmpago de tempo, imaginei mil assuntos.

6 Os pais queridos, a família, a vontade de viver, o receio da morte, o espanto à frente do desconhecido, os deveres em andamento, os afetos que nos integram à vida; tudo, tudo passou diante de mim, como se eu pudesse misturar tanto expediente num só, a certeza de que perderia o corpo…

7 Dor não senti. 8 Creio que o assombro nos acidentes que nos estragam a roupa física, com marcas irreversíveis, nos embota a sensibilidade.   9 A ordem era aquietar-me e dormir sem querer…

10 De nada mais me lembro senão do salto inesperado e compulsório…

11 O despertar foi outro problema, porque se não senti dores a princípio, acordava num corpo em tudo semelhante àquele que perdera e sofria…

12 Aqui me dizem que os remanescentes da desencarnação divergem de pessoa para pessoa. 13 O que sei é que me supus hospitalizado em Brasília ou em Goiânia, e, somente quando minha avó Claudina se aproximou de mim com o Henrique Gregóris, n o amigo que, ainda, me auxilia intensivamente, é que entendi que me enquadrara em outros problemas.

14 Não preciso dizer que tenho gasto tempo, a fim de conformar-me, entretanto, foi o Henrique, amigo que se me fez irmão, quem me informou que a revolta me impossibilitaria qualquer contato mais próximo com a família e, em razão disso, considerando o meu próprio interesse, procurei harmonizar-me com os fatos consumados.

15 Venho pedir-lhes paciência e serenidade. Afinal, tenho outros irmãos aí na Terra, carentes de afeto e proteção, qual eu mesmo, e peço aos pais queridos me procurarem neles, especialmente naqueles que se sentem desligados da presença de pais e mães que perderam ou que se notam desamparados para a solução das necessidades mais simples.

16 Queridos pais, não estou pregando bondade a quem já se fez a própria bondade na vida, mas, peço para continuarmos unidos na estrada dos que sofrem mais do que nós mesmos, porque tenho necessidade desse curso bendito.

17 Com o meu avô Honório e a vovó Claudina estou seguindo num pedaço da família. Já posso ir até em casa e aprendo a orar com as lembranças da vovó Laura. n

18 Mãezinha e querido pai, abençoem a minha vida nova.   19 Recordem-me, querendo fazer o bem, a começar por aqueles que não nos fizeram mal e que as circunstâncias apontaram como sendo autores da prova de que somos necessitados.

20 Lembrem-me com a esperança que me iluminava o coração e retirem a tristeza de cima de nossas recordações para que haja um novo amanhecer para nós.

21 Preciso e preciso muito vê-los felizes e recuperados, quanto à paz de que se imaginam lesados.

22 Com o auxílio de casa vou ampliar os meus conhecimentos e abraçar o trabalho de modo intensivo, para que num dia que espero estar muito longe, possa eu também acolhê-los com o amor com que fui recebido.

23 Continuo a pensar no melhor e no melhor me deterei para ajudar o tempo.

24 Desejaria expressar mais longamente o que sinto, mas a quota do tempo que me concederam já se foi. O coração não sabe escrever curto.

25 Meu afeto a todos os nossos que continuam cada vez mais vivos dentro de mim e recebam queridos pais, tesouros de minha vida, o carinho total do filho que está aprendendo a pedir a Deus que nos abençoe e nos faça sempre e cada vez mais felizes.

26 Sempre o filho, muito grato,

Mauro Antônio

Mauro Antônio Campos Paiva

24.08.1979


Caio Ramacciotti


[67] Francisco Honório, avô materno já desencarnado.

[68] Henrique Gregóris, amigo desencarnado em Goiânia. Maria Claudina, avó materna, também domiciliada no Plano Espiritual.

[69] Avó paterna, falecida no Rio de Janeiro em 31 de julho de 1981. Encontrava-se encarnada quando da recepção desta mensagem.


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