O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Adeus solidão — Familiares diversos


1

Carlos Alberto Bezerra da Silva

Filho de João Bezerra da Silva e de Josefa Salvador da Silva, Carlos Alberto Bezerra da Silva nasceu em São Paulo, a 3 de fevereiro de 1964.

Alegre, vivo, cursava o 3.º primário, aos 10 de idade, quando sofreu acidente ao tentar apanhar sua pipa que caíra em telhado avariado de casa vizinha. As telhas não resistiram ao peso do Carlinhos e cederam. Faleceu a 23 de julho de 1974.

Sobre o texto que se segue, recebido cerca de um ano e meio após a desencarnação do menino, assim se expressaram seus pais:


DEPOIMENTO


“Parece que a gente recomeçou a viver. A família se isolara do mundo, não se saía de casa, foi todo um ano sem televisão, só de tristezas. Apenas encontrávamos consolo nas mensagens do Chico Xavier.

“O mundo tinha acabado e nosso desejo era morrer, para encontrar o filho.

“Suas palavras, pela mediunidade de Chico Xavier, foram qual a primavera, colocando cor na Natureza, depois do inverno.”


MENSAGEM


1 Querida mãezinha, peço a bênção.

2 Estou aqui, auxiliado por tio José, n a fim de pedir ao seu coração e pedir ao meu pai não chorarem mais.

3 Mamãe, estou bem cansado ainda. Fale com papai que a alegria deve estar em nossa casa. Edson e Verinha n e tantos mais…

4 Não demorei mais tempo, porque o meu tempo não podia ser maior.

5 Mamãe, a senhora não acha que já sofri muito, caindo do telhado? 6 A senhora pode avaliar que não tive muita facilidade para me ver com a dor de cabeça e com as lágrimas de nossa casa.

7 Peço para que me perdoem, se alguém julga que fui imprudente. 8 Não sei, mãezinha, mas eu sempre olhei para o céu, pensando que as pipas poderiam levar preces a Deus…

9 Ficar vendo o azul e pensar em Deus… 10 Creio que isso me aconteceu, porque devia passar pelo que eu passei.

11 Rogo ao papai ficar alegre e corajoso.   12 Estou fazendo um tapete invisível n de orações para agasalhar o coração dele, porque a saudade para nós ficou sendo um frio forte demais.

13 Mãezinha, deixe que seu filho se alegre, vendo que as nossas alegrias voltaram todas para o nosso lar. 14 Meu avô Manoel n me disse para deixar um beijo em suas mãos.

15 Mãezinha, agradeço à tia Guiomar, n a querida madrinha Guiomar de nós todos, o auxílio que nos proporciona.

16 Mamãe, precisamos fazer o que acreditamos seja certo.   17 A tristeza não está certa, o luto por dentro da alma não está certo.   18 Digo isso, reconhecendo que a senhora e meu pai estão sempre certos para mim.

19 Mãezinha, se posso fazer isso, deixo aqui um sorriso para o seu carinho. Um sorriso em forma de oração para que Deus conserve a senhora e papai, com meus irmãos, sempre felizes.

20 Abrace seu filho e guarde o coração do seu

Carlinhos

Carlos Alberto Bezerra da Silva

04.02.1976.


Caio Ramacciotti



[1] José Ferreira da Silva — Tio paterno, falecido um ano antes de Carlos Alberto, no Recife.

[2] Os irmãos — Edson Bezerra da Silva e Vera Lúcia Bezerra da Silva.

[3] Singular revelação: o pai de Carlinhos comercializava tapetes, daí a carinhosa lembrança do filho.

[4] Manoel Francisco Sobrinho — Avô materno, desencarnado em 1975.

[5] D. Guiomar Albanese — Dirigente do Grupo Espírita Perseverança, na capital paulista, frequentado pelos pais de Carlos Alberto.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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