1 Mentalizemos a criatura recolhida à prisão para relacionar-lhe os aflitivos problemas.
2 Quase sempre chora sem lágrimas sob o azorrague do remorso a zurzir-lhe o espírito, arrependendo-se, tardiamente, da culpa que poderia ter evitado a preço de complacência.
3 Dia e noite, o relógio assinala-lhe os instantes amargos que se acumulam em cristalizações de angústia que, frequentemente, raiam no desespero.
4 Padece doloroso banimento social, em compulsória distância daqueles que mais ama.
5 Recebe surpresas ingratas na abjeção a que se vê relegada, seja na companhia dos elementos inferiores que lhe partilham a penitência ou na hostilidade daqueles que se lhe erigem, por inimigos sorridentes do cárcere.
6 Além de tudo, porém, é constrangida a perder os patrimônios do tempo, de vez que a reclusão lhe subtrai preciosas oportunidades de aprimoramento e progresso.
7 No símbolo, encontramos a posição aviltante que Jesus, por Divino Médico, procurou conjurar em nosso favor, exortando-nos ao perdão sem limites, 8 porque, em verdade, malquerença e ressentimento, não são mais que perigosa enxovia mental, impedindo-nos a livre assimilação dos bens que a vida nos oferece, segregando-nos em algemas fluídicas de enfermidade e de treva, entre as quais, muita vez, apressamos o passo da morte prematura.
9 Não contes ofensas e chagas, pedradas e cicatrizes.
10 Recorda que em tudo somos acalentados pelo amor incessante da Providência Divina e sigamos adiante, lembrando-nos de que, além da noite, o sol brilha sem sombra, por mensagem de Deus, bradando a plenos Céus, a vitória da luz.
Emmanuel