1 — “Enfim”, — clamou Nico Alceu
Ante o Grupo e o Dirigente, —
“Conforme a nota dos Guias
Serei médium claramente.”
2 E acrescentou, exaltado,
— “Servir em quaisquer recantos!…
Esse é o meu grande ideal,
Mas não serei como tantos…
3 “Já conheci vários médiuns,
Atuando em nossa estrada,
Começaram em promessas
E muita fanfarronada.
4 “Planejaram grandes obras,
Assumindo compromisso,
Mas fugiram, de repente,
De todo e qualquer serviço…
5 “Trocaram ação e luz
Por preguiça ou por prazer;
Foram eles desertores
Que nunca pude entender…
6 “Eu, porém, quero trabalho,
Em favor dos desvalidos,
Sem cansar-me de atendê-los
Nos mais estranhos pedidos…
7 “Terei o meu lar aberto,
No amor à mediunidade
A todos os que precisem
De paz e de caridade.”
8 No outro dia, ei-lo em tarefa,
Verbo calmo e gesto brando…
Falava por ele um Guia
E o pessoal foi chegando…
9 Inspirava compaixão
Ver tantas provas e crises!…
O médium modificou-se,
Diante dos infelizes.
10 Estava desencantado,
Falava com rispidez,
Sofredores que chorassem
Com ele não tinham vez.
11 Passadas quatro semanas,
O Diretor descontente,
Recebeu dele uma carta,
Dizia achar-se doente.
12 Em vão, buscaram amigos
Visitar o irmão Alceu…
Mudara o médium de Vila,
Nunca mais apareceu.
Jair Presente
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