1 Ei-la! Alvorada nascente
Em meio do céu escuro,
Anunciando o futuro,
Entre nuvens, ao surgir!…
É a criança que aparece
Por lírio na tempestade
— Deus buscando a humanidade,
Na construção do porvir.
2 Aspiração torturada
Nas urzes do sofrimento,
Flor lançada à noite e ao vento,
Ternura em tempo de dor…
Uma criança que chora,
Sozinha e desprotegida,
Com toda a força da vida
É o mundo pedindo amor.
3 Coração ao desamparo,
Na mágoa em que se consome,
Ave sem ninho e sem nome
É um anjo em penúria atroz;
Um anjo que roga apenas
Proteção em que se guarde,
Para que possa, mais tarde,
Amar e servir por nós.
4 Companheiros da Bondade,
Ante essa flor que mendiga
Carinho de voz amiga,
Entendei e auxiliai!
Tendes em cada criança
Que em vosso apoio se arrime
Uma esperança sublime
Nascida de Nosso Pai.
5 Bendita a mão que levanta
O socorro, o lar, a escola;
Que afaga, serve e consola
Os filhos da provação;
Quem abraça os pequeninos,
No amparo que lhes descerra,
Está lavrando na Terra
O campo da redenção.
Irene de Souza Pinto
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