1 Triste viajante da floresta escura,
Tateando na estrada erma e sombria,
Alcancei a aflição do último dia,
Esmagado na sombra da amargura…
2 Mas, além do favor da sepultura,
Eis que a paz novamente me sorria…
E, ave exalçando a graça da alegria,
Embriaga-me a luz vibrante e pura!
3 Glória às dores da vida transitória!…
Não traduzo o meu grito de vitória,
Por mais que a minha fé se estenda e brade;
4 Cego que torna a ver, além do mundo,
Canto somente a luz de que me inundo,
Nos caminhos de sol da eternidade.
Leôncio Correia
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