O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão
Doutrina espírita - 2ª parte.

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Agenda cristã — André Luiz


Informando o leitor

1 Legiões de companheiros procuram diretrizes, preocupados em traçar caminhos exteriores…

2 Estimariam receber do Plano espiritual sugestões diretas que os elevassem às culminâncias da vitória fácil. 3 Desejariam reajustar os negócios que lhes dizem respeito, modificar intempestivamente a atitude mental de pessoas queridas, penetrar o segredo das circunstâncias improvisadas na aplicação do livre arbítrio alheio, à custa de pareceres dos irmãos desencarnados, habitantes de outros círculos. 4 Entretanto, indivíduo algum fugirá à experiência, cuja função é ensinar e melhorar sempre.

5 Em face de semelhante realidade, qualquer orientação sem base na harmonia íntima não passará de simples jogo de palavras, no serviço, muita vez louvável e benéfico, da contemporização.

6 O homem renovado para o bem é a garantia substancial da felicidade humana. Eis porque, antes de tudo, é imprescindível o engrandecimento do ser, diante da vida e do Universo, invariavelmente tocados, nos menores ângulos, pelas maravilhas divinas.

7 Como orientar acontecimentos, conduzir providências, controlar manifestações ou harmonizar elementos para determinados fins, sem equilíbrio na fonte de efeitos, situações e ocorrências, sediada em nós mesmos?

8 O indígena, transportado a um palácio de cultura moderna, de modo algum poderá exigir que a Civilização regresse à taba para satisfazer-lhe a compreensão deficiente, cabendo-lhe, ao contrário, o dever de educar-se a fim de entender o progresso do mundo.

9 O astrônomo, chumbado ao solo do planeta, não solicitará às estrelas o abandono da rota que as leis cósmicas lhes assinalam no campo infinito, competindo-lhe a obrigação de aprimorar os aparelhos de ótica, de maneira a alcançar seus objetivos, ante a grandeza celeste.

10 Seria infantilidade fustigar moscas sobre o foco infeccioso, a pretexto de sanar o mal. Determina a lógica a extinção daquele.

11 O homem, herdeiro do Céu, refletirá sempre a Paternidade Divina, no nível em que se encontra.

12 Fujamos, assim, aos velhos propósitos de conseguir veludoso acesso aos benefícios baratos.

13 Inegável o imperativo da colaboração na jornada evolutiva.

14 Em todos os departamentos do Universo, conheceremos benfeitores e beneficiados. 15 A própria hierarquia, para ser bem vivida, fundamentar-se-á em princípios de solidariedade.

16 No entanto, se não é lícito menosprezar o favor, não devemos viciar a proteção.

17 É compreensível o socorro sistemático à plantinha tenra, como é natural a escora destinada ao vegetal benfeitor sobrecarregado de frutos. 18 Nós outros, porém, afeitos à revelação da imortalidade, não somos [senão] detentores de conhecimentos puramente embrionários e estamos longe da superprodução nos setores do bem. 19 Somos Espíritos humanos, distanciados da inexperiência original e baldos de virtudes, sob a justa necessidade de iluminar a consciência, aprimorar sentimentos e aperfeiçoar qualidades individuais, para que não estejamos recebendo em vão, as bênçãos do Senhor.


20 Este pequeno curso de Espiritualidade que André Luiz apresenta não é presunçoso ementário de recomendações rigoristas. É mensagem amiga para companheiros que reclamam diretrizes das entidades espirituais, como se o verdadeiro trabalho salvacionista residisse fora deles mesmos. 21 Ele apresenta a palavra do nosso Plano de luta, onde aprendemos que o milagre da perfeição é obra de esforço, conhecimento, disciplina, elevação, serviço e aprimoramento no templo do próprio “eu”.

Não se trata, portanto, de manual pretensioso.

22 Aqui, leitor amigo, você observará somente a lembrança dos antigos ensinos do Mestre, em novo acondicionamento verbal, de modo a recordarmos com Ele que o Reino Divino, — edificação de Deus no Homem, — em verdade jamais surgirá no mundo por aparências exteriores.


Emmanuel


Pedro Leopoldo, 18 de junho de 1947.


Texto extraído da 1ª edição desse livro.

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