1 Se há crentes aguardando vida fácil, privilégios e favores na Terra, em nome do Evangelho, semelhante atitude deve correr à conta de si mesmos.
2 Jesus não prometeu prerrogativas aos seus continuadores.
3 O Mestre foi, aliás, muito claro, neste particular. Não estimulou a preguiça, nem criou falsas perspectivas no caminho do aprendizado. Asseverou que os discípulos e seguidores teriam aflições ( † ) e que o mundo lhes ofereceria ocasiões de luta, sem esquecer a recomendação de bom ânimo.
4 Seria inútil induzir-se alguém à coragem, nos lugares e situações onde fosse dispensável.
5 Se o Mestre aludiu tanta vez à necessidade de ânimo sadio, é que não ignorava a expressão gigantesca dos serviços que esperavam os colaboradores.
6 A experiência humana ainda é um conjunto de fortes atribulações que costumam multiplicar-se à medida que se nos eleve a compreensão.
7 O discípulo do Evangelho não deve esperar repouso, quando o Mestre continua absorvido no espírito de serviço. Para ele, férias e licenças na atividade habitual deveriam constituir cancelamento de oportunidades.
8 Alguns se queixam das perseguições, outros se alarmam, quando incompreendidos. Suas existências parecem ilhas de amargura e preocupação, cercadas de ondas revoltas do mundo.
Aqui, parentes humilham, acolá, fogem amigos.
A ironia perturba-os, a calúnia persegue-os.
Mas, justamente nesse quadro é que se verifica a promessa do Salvador.
9 Responsabilidades e compromissos envolvem sofrimentos e preocupações.
10 Certo, não pediríamos trabalho a Jesus, nem o receberíamos de sua bondade infinita, para fins de ociosidade ou brincadeira. Estamos em serviço e testemunho.
11 Aprendizes do Evangelho, encarnados ou desencarnados, teremos aflições nas Esferas terrestres; mas, tenhamos fé e bom ânimo.
Jesus venceu o mundo.
Emmanuel
(Reformador, outubro 1942, página 236. Com diferenças.)