O Espiritismo acaba de perder um de seus mais fervorosos adeptos na pessoa do Sr. Grégoire Girard, morto em Sétif † (Argélia), nos primeiros dias de julho último.
O Sr. Girard era um dos fundadores de Sétif e um dos nossos mais antigos assinantes. Foi um dos espíritas que mais contribuíram para o desenvolvimento de nossas crenças nessa localidade. Homem simples e de costumes irrepreensíveis, viu aproximar-se a morte sem temor; para ele era a libertação, o retorno do exilado à verdadeira pátria. Seu desprendimento foi rápido e a perturbação de curta duração; assim, ele pôde manifestar-se alguns dias após a sua inumação. Sua morte e o seu despertar foram os de um espírita de coração, que se esforçou constantemente para pôr em prática os preceitos da Doutrina.
O Espiritismo viu partir um outro de seus representantes na pessoa do Sr. Hippolyte Degand, morto aos cinquenta e um anos, no dia 25 de julho, em Philippeville † (Argélia), após alguns dias de doença. O Sr. Hippolyte Degand também era, desde muito tempo, um adepto sincero e devotado, compreendendo o verdadeiro objetivo da Doutrina; era, na total acepção do termo, um homem de bem, amado e estimado por todos os que o conheciam e um daqueles que o Espiritismo se orgulha por contar em suas fileiras. Embora tenha partido quase de repente para o mundo dos Espíritos, não temos dúvida de que a sua situação é satisfatória. Sem temor pelo desconhecido, cheio de confiança em Deus, sabia aonde ia, e a tranquilidade de sua consciência lhe permitia esperar ser acolhido com simpatia pelos nossos irmãos do espaço. Estamos convictos de que sua esperança não sofrerá decepção e que, no alto, ele há de ocupar o lugar reservado aos homens de bem.
No momento de pôr no prelo, recebemos uma carta participando a morte da Sra. Vauchez, ou Anne-Octavie Van Metcher, quando solteira, falecida a 16 de agosto, com 27 anos de idade, em seu domicílio, 51, rue de la Montagne, em Bruxelas † (Bélgica).
Seu marido, o Sr. Vauchez, um de nossos mais antigos adeptos, foi um dos que se consagraram com mais zelo e dedicação ao desenvolvimento de nossa filosofia. Presidente há vários anos da Sociedade Espírita de Bruxelas, sempre soube, por sua moderação e perseverança, fazer com que os nossos princípios fossem apreciados e respeitados em sua localidade.
O Sr. Vauchez, que sempre se distinguiu pela coragem de opinião, não quis se desmentir ante a prova cruel que o feriu. A nota seguinte, extraída da carta fúnebre da Sra. Vauchez, é uma prova convincente:
Nota. – Às 2 horas, no dia 18 de agosto, na câmara
mortuária, evocação e preces a Deus e aos bons Espíritos para que a
acolham no mundo espiritual.
Julgamos um dever associar-nos aos nossos irmãos de Bruxelas em seu apelo aos bons Espíritos, para que assistam espiritualmente a Sra. Vauchez. – Estamos certos de que sua profunda convicção da verdade dos nossos princípios e de sua vida de sofrimentos e de provas, suportadas com exemplar resignação, a farão merecedora de uma situação satisfatória no mundo do espaço. – Seu Espírito, há muito tempo preparado para uma outra vida, e desprendido antes mesmo da morte de seus laços materiais, há de ter tomado posse de seu novo estado com a satisfação do prisioneiro que, havendo quebrado a grade de sua prisão, respira o delicioso ar da liberdade.
[A. DESLIENS.]