Lê-se o que se segue no tomo XVI das obras completas [Oeuvres complètes - Google books.] do Sr. de Jouy, intitulado: Misturas, página 99. É um diálogo entre Madame de Staël, morta, e o Sr. duque de Broglie, vivo. n
O Sr. de Broglie – Que vejo! Será possível?
Madame de Staël – Meu caro Victor, não vos alarmeis e, sem me interrogar sobre um prodígio, cuja causa nenhum ser vivo poderia penetrar, gozai comigo um momento de felicidade, que a nós ambos proporciona esta aparição noturna. Como vedes, há laços que a própria morte não poderia cortar. A suave concordância de sentimentos, de vistas, de opiniões, forma a cadeia que liga a vida perecível à vida imortal e que impede que o que esteve longamente unido seja separado para sempre.
O Sr. de Broglie – Creio que poderia explicar esta feliz simpatia pela concordância intelectual.
Madame de Staël – Rogo que nada expliquemos; não tenho tempo a perder. Essas relações de amor que sobrevivem aos órgãos materiais não me deixam estranha aos sentimentos dos objetos de minhas mais ternas afeições. Meus filhos vivem; honram e prezam minha memória, bem o sei. Mas é nisso que se limitam minhas presentes relações com a Terra; a noite que cai envolve todo o resto.
No mesmo tomo, página 83 e seguintes, há um outro diálogo, onde entram em cena várias personagens históricas, revelando sua existência e o papel que representaram em vidas sucessivas.
O corresponde que nos dirige esta nota acrescenta:
“Como vós, creio que o melhor meio de trazer à Doutrina que preconizamos bom número de recalcitrantes é fazê-los ver que o que olham como um bicho-papão, pronto para os devorar, ou como uma ridícula brincadeira, não passa do que despontou no cérebro dos pensadores sérios de todos os tempos, apenas pela meditação nos destinos do homem.”
O Sr. Jouy escrevia no começo deste século. Suas obras completas foram publicadas no começo de 1823, em vinte e sete volumes in-8º, pela casa Didot.
[1] [Achille-Charles-Léon-Victor de Broglie, 3º duque de Broglie (1785-1870)] †