O jornal Vérité, de Lyon, † acaba de mudar o seu título: a partir de 10 de março de 1867, toma o de Tribuna Universal, Jornal da livre-consciência e do livre pensamento. Anuncia e expõe os motivos na nota seguinte, inserida no número de 24 de fevereiro.
Aos nossos irmãos e irmãs espíritas.
Philaléthès, o infatigável campeão que conheceis, julgou por bem vos informar que de agora em diante dirigiria suas investigações para a filosofia geral, e não apenas para o Espiritismo, do qual, graças a seus preconceitos, os cientistas não querem nem mesmo ouvir pronunciar o nome. Mas não deveis imaginar, caros irmãos, que tirando a etiqueta da bolsa, afinal muito indiferente, ela queira, tanto quanto nós, lançar o conteúdo às urtigas! No que nos concerne pessoalmente, ficaríamos desolados se nossos leitores pudessem suspeitar um só instante que queremos desertar de uma ideia para a qual temos consumido todas as forças vivas de que somos capazes. A ideia espírita hoje faz parte integral do nosso ser, e aboli-la seria votar à morte o nosso coração, o nosso espírito.
Todavia, se somos espíritas, e precisamente porque cremos sê-lo no verdadeiro sentido da palavra, queremos nos mostrar caridosos, tolerantes para com todos os sistemas opostos, e queremos correr para eles, já que se recusam vir a nós.
A etiqueta de espíritas colada em nossa fronte vos é um espantalho, senhores negadores? Pois bem! consentimos de bom grado em retirá-la, reservando-nos a trazê-la alto em nossas almas. Assim, não nos chamaremos mais Verdade, Jornal do Espiritismo, mas Tribuna Universal, jornal da livre-consciência e do livre pensamento. Este terreno é tão vasto quanto o mundo, e os sistemas de toda sorte poderão aí se debater à vontade, manter discussões acesas com os trânsfugas do Vérité, que reclamarão para si próprios o direito concedido a todos: a discussão. É então que, inflamados pela luta, inspirados pela fé e guiados pela razão, esperamos fazer brilhar aos olhos dos nossos adversários uma luz tão viva, que Deus e a imortalidade se erguerão diante deles, não mais como um horrendo fantasma, produto dos séculos de ignorância, mas como doce e suave visão, onde, enfim, repousará a Humanidade inteira.
E. E.
[1] [La Vérité: journal du spiritisme - Google Books.]