O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano VII — Julho de 1864.

(Idioma francês)

NOTAS BIBLIOGRÁFICAS.


A educação materna.

Conselho às mães de família. n

Este opúsculo é produto de instruções mediúnicas, formando um conjunto completo, ditadas à Sra. Collignon, de Bordeaux,  †  por um Espírito que se assina Étienne, desconhecido da médium. Essas instruções, antes publicadas em artigos avulsos pelo jornal Sauveur, foram reunidas em brochura.

É com prazer que aprovamos esse trabalho sem reservas, tão recomendável pela forma quanto pelo fundo: estilo simples, claro, conciso, sem ênfase, nem palavras vazias de sentido; pensamentos profundos, lógica irreprochável, é bem a linguagem de um Espírito elevado, e não esse estilo verboso de Espíritos que julgam compensar o vazio das ideias pela abundância das palavras. Não tememos fazer estes elogios porque sabemos que a Sra. Collignon não os tomará para si è que seu amor-próprio não será superexcitado, assim como não se melindraria com a mais severa crítica.

Nesse escrito, a educação é encarada sob seu verdadeiro ponto de vista em relação ao desenvolvimento físico, moral e intelectual da criança, considerado desde o berço até o seu estabelecimento no mundo. As mães espíritas, melhor que todas as outras, apreciarão a sabedoria dos conselhos que encerra, razão por que lhes recomendamos como uma obra digna de toda a sua atenção.

A brochura é rematada por um pequeno poema, intitulado O corpo e o Espírito, também mediúnico, que mais de um autor de renome poderia assinar sem receio. Eis o seu começo:


Morfeu já mergulhara em sono os meus sentidos;

Meu Espírito, então, nos sonhos mais garridos,

Emancipar-se quis pelo espaço a bom gosto,

Do seu corpo a fugir qual soldado do posto.

Como aspira o detento a gemer nas algemas,

Quis libertar-se pois das angústias extremas;

Uma doce lembrança, um capricho, um mistério

Levava-o a deixar da terra o amargo império?

Dizer não saberia, e ele mesmo, ao regresso,

Responde a essa questão nos termos em tropeço,

Mas logo compreendi dessa astúcia o motivo

E muito me zanguei, que a enganos sou esquivo,

“Ao menos me direis Espírito brioso

“Que vistes nesses céus de belo e grandioso?

“– Eu para te agradar, dizer-te algo é preciso

“Senão o carcereiro em seu humor sem riso

“Aplicaria ao preso o seu sermão brutal

“E o mísero cativo estaria bem mal…

“Sabe, pois… – Esperai. É bem a mesma história

“Que vós me ides contar? – Oh! sim, e de memória

“E sabe mais, no mundo espiritual, outrora

“Parentes eu deixei, bons amigos que, agora,

“Os queria rever: porque o exílio terrestre

“Não é feito, bem sei, para um prazer campestre!

“Aproveitando o sono enquanto preso ao leito

“Meu corpo lá deixei e, Espírito refeito,

“Eu transpus os degraus que separam os mundos,

“Fazendo esse trajeto em quase dois segundos.

“Convinha se apressar pois o menor atraso

“Podia pôr-te em risco. Ah, se qualquer desazo

“Levasse-me a olvidar-me em tão longo percurso.

“Ao retornar, vê bem, em erro grave incurso,

“Cadáver acharia em vez do corpo meu.

“Sempre busco evitar do remorso o apogeu.

“Sabia que ao ficar cometeria um crime,

“Só Deus pode quebrar tão íntimo regime.

“- Muito obrigado, pois, Espírito querido,

“Que eu teria sem vós certamente morrido

“Ante o menor atraso… Ah! fé em corpo honrado,

“Na cabeça o cabelo até sinto eriçado!”



[1] Brochura in-8º; Preço: 50 c.; pelo correio: 60 c. – Paris: Ledoyen, Palais-Royal,  †  galerie d’Orléans, nº 31. – Bordeaux: Ferret, livreiro, 15, Fossés-de-l’Intendance, e no escritório do jornal Sauveur, 57, cours d’Aquitaine.


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