O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano V — Agosto de 1862.

(Idioma francês)

DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS.


A vingança.

(Sociedade Espírita de Paris.  †  – Médium: Sr. de B… M…)

A vingança é agradável ao coração, disse o poeta. Oh! pobres cegos, que dais livre curso à mais horrenda das paixões, credes fazer mal ao próximo quando o golpeais e não notais que eles se voltam contra vós. Ela não só é um crime, mas absurda falta de habilidade. É, como seus irmãos o rancor, o ódio, o ciúme, filhos do orgulho, o meio de que se servem os Espíritos das trevas para atrair a si aqueles que receiam lhes escapem; é o mais infalível instrumento de perdição posto nas mãos dos homens pelos inimigos que se encarniçam na sua decadência moral. Resisti, filhos da Terra, a esse culposo arrastamento, e ficai certos de que, se alguém mereceu a vossa cólera, não será no paroxismo do rancor que encontrareis a calma de consciência. Ponde nas mãos do Todo-Poderoso o cuidado de se pronunciar sobre os vossos direitos e sobre a justiça de vossa causa. Há na vingança algo de ímpio e de degradante para o Espírito.

Não, a vingança não é compatível com a perfeição. Enquanto uma alma conservar tal sentimento ficará nas regiões mais miseráveis do mundo dos Espíritos. Mas, como os outros, o vosso não será o eterno joguete dessa paixão infeliz; e posso garantir que a abolição da falsa noção do inferno eterno, ou, antes, da danação eterna, que tem servido de pretexto ou de escusa para atos de vingança, será a aurora de uma nova era de tolerância e de mansuetude, que não tardará a estender-se até às regiões privadas da vida moral. Poderia o homem condenar a vingança quando lhe apresentavam Deus como ciumento e se vingando por torturas sem fim? Cessai, pois, ó homens, de insultar a Divindade, emprestando-lhe as vossas mais ignóbeis paixões. Então sereis, ó habitantes da Terra, um povo abençoado por Deus. Vós que me escutais, fazei de modo que, liberta a vossa alma do culposo e vergonhoso móvel dos atos mais contrários à caridade, mereçais serdes admitidos no recinto sagrado, no qual só a caridade pode abrir as portas.


Pierre Ange, Espírito Protetor.


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