Vou falar da necessidade de reunir elementos diversos do Espírito para formar um todo. É uma ilusão comum acreditar que uma aptidão especial, para se desenvolver, necessite apenas de um estudo especial. Não. O Espírito humano, como um rio, se avoluma com todos os afluentes. O homem não deve isolar-se em seu trabalho, isto é, pelos mais opostos contrastes deve fazer brotar a seiva das ideias. A originalidade é o contraste das ideias-mãe; é uma das mais raras superioridades. Desde a infância ela é abafada pela regra absurda que rebaixa todos os Espíritos ao mesmo nível. Vou explicar minha ideia. Thilorier, que acabam de evocar, era um inventor apaixonado, uma inteligência ativa; mas se havia limitado à esfera da invenção, isto é, na ideia fixa. Jamais se postava à janela para ver passarem as ideias dos outros; assim, ficou prisioneiro de sua própria mente. O gênio flutuava ao seu redor, mas, encontrando todas as saídas fechadas, deixou a loucura, sua irmã, penetrar e invadir o local tão bem guardado. E Thilorier, que teria deixado um nome imortal, vive apenas na lembrança de alguns sábios.
GEORGES. (Espírito familiar.)