O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão.
Doutrina espírita - 1ª parte.

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Revista espírita — Ano I — Dezembro de 1858.

(Idioma francês)

Dissertações de além-túmulo.


O despertar de um Espírito.

Poesia Espírita.

Nota. – Estes versos foram escritos espontaneamente por meio de uma cesta, tocada por uma jovem senhora e um menino. Imaginamos que mais de um poeta sentir-se-ia honrado de sua autoria. Eles nos foram comunicados por um de nossos assinantes.


Que bela é a Natureza e como é doce este ar!

Senhor! Graça te rendo em de joelho te amar!

Num hino de alegria e reconhecimento

Quero elevar a ti todo o meu sentimento;

Como aos olhos, então, de Marta e de Maria,

A Lázaro da tumba ao retirá-lo, um dia;

De Jairo, tu também, a filha bem-amada

Devolveste-lhe a voz, tornando-a reanimada;

Do mesmo modo, ó Deus! tu me estendeste a mão; n

“Levanta-te!” – disseste. E não falaste em vão.

Por que eu, se não sou mais que lodo, em vil arranjo?

Queria te louvar e com a voz de um anjo;

A tua obra jamais me pareceu tão bela!

Sou como alguém que sai da noite ou de uma cela

Para um dia mais puro e de luz deslumbrante,

De um sol radioso e quente em vida inebriante.

Mais doce é o ar então que o leite e o próprio mel;

No céu, somam-se os sons num concerto fiel.

E dos ventos a voz exala uma harmonia

Que cria, num vazio, eterna sinfonia.

O que o Espírito vê, o que lhe toca o olhar

Lá, no livro dos céus, pode ler e sonhar;

Dos mares na amplidão, em vagalhões profundos,

Nos oceanos, enfim, os abismos, os mundos,

Tudo se faz esfera e, em meio aos raios seus

Em convergência, orando a gente chega a Deus.

Ó tu, cujo olhar plana assim sobre as estrelas,

E te ocultas no céu como um rei para vê-las,

Qual a tua grandeza, enfim, nesse universo

Que não é mais que um ponto, ao teu olhar imerso

Dos mares sobre o espaço, em resplendor intenso?

Qual, pois, tua grandeza e teu poder imenso?

Que palácio tão vasto, ó rei, tu construíste!

Separar-nos de ti seria muito triste.

O sol posto a teus pés, num poder sem medida,

Parece o ônix que um rei tem no sapato, em vida.

No entanto, o que mais amo em ti, ó majestade,

Bem menos que a grandeza, é essa tua Bondade

Que se revela em tudo, até na luz que aquece

Meu impotente ser na exaltação da prece.

Jodelle. n



[1] N. do T.: Grifos nossos. À primeira vista, Jesus estaria sendo chamado de Deus, o que não é verdade. A expressão ó Deus! é uma exclamação. É como se quisesse dizer: Do mesmo modo ó Céus! tu (Jesus) me estender-te a mão.


[2] [v. Étienne Jodelle.]


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