Pergunta (a Hahnemann.) — Pois que dentro em breve teremos acabado
a primeira parte do livro, lembrei-me de que, para andarmos mais depressa,
eu poderia pedir a B… que me ajudasse, como médium; que achas?
Resposta. — Acho que será melhor não te servires dele. — Por quê? — Porque a verdade não pode ser interpretada pela mentira.
P. — Mesmo que o Espírito familiar de B… seja afeito à mentira, isso não obstaria a que um bom Espírito se comunicasse pelo médium, desde que se não evocasse outro Espírito.
R. — Sim, mas aqui o médium secunda o Espírito e, quando o Espírito é velhaco, ele se presta a auxiliá-lo. Aristo, seu intérprete e B… acabarão mal.
NOTA.— B…, bem moço, era um médium escrevente muito maleável, mas assistido por um Espírito muito orgulhoso e arrogante, que dava o nome de Aristo e que lhe lisonjeava o amor-próprio. As previsões de Hahnemann se realizaram. O moço, julgando ter na sua faculdade um meio de enriquecer, já atendendo a consultas médicas, já realizando inventos e descobertas produtivas, somente colheu decepções e mistificações. Passado algum tempo, ninguém mais ouviu falar dele.