O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão | Estudos Espíritas

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ESDE — Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita — Programa Fundamental

Módulo V — Comunicabilidade dos Espíritos

Roteiro 3


Mediunidade com Jesus


Objetivo Geral: Possibilitar entendimento do processo de comunicação dos Espíritos com o mundo corporal.

Objetivo Específico: Enumerar as características da mediunidade com Jesus.



CONTEÚDO BÁSICO


  • Restituí a saúde aos doentes, ressuscitai os mortos, curai os leprosos, expulsai os demônios. Dai gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido. — Jesus, Mateus, 10.8.

  • Mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. […] O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo 26, item 10.

  • Os médiuns atuais […] igualmente receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado […]. Tal a razão porque a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo 26, item 7.

  • A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. […] É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Allan Kardec: O Evangelho segundo o Espiritismo. Capítulo 26, item 9.




SUGESTÕES DIDÁTICAS


Introdução:

  • Apresentar em transparência, ou cartaz, as seguintes palavras de Jesus: “Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai.” — Jesus, Mateus, 10.8

  • Em seguida, solicitar aos participantes que manifestem seu entendimento sobre esse ensino. Não comentar as ideias emitidas.


Desenvolvimento:

  • Dividir a turma em grupos de cinco participantes para a realização da seguinte tarefa:

    1. Ler os subsídios do roteiro;

    2. Trocar ideias a respeito do conteúdo lido, pedindo esclarecimentos ao monitor, se necessário;

    3. Elaborar quatro perguntas, que serão, oportunamente, dirigidas aos demais grupos (uma pergunta para cada grupo).

  • A seguir, solicitar ao representante do grupo 1 que dirija as perguntas formuladas pelo seu grupo aos demais. O mesmo procedimento deverá ser adotado em relação aos outros grupos.

    Observação: À medida que os grupos vão respondendo às perguntas, um dos participantes, escolhido pelo monitor, marcará, no quadro de giz ou flip-chart, os pontos ganhos pelas respostas certas (um ponto para cada acerto).

  • Ao final da tarefa, destacar o grupo ou os grupos que mais acertaram.

  • Em sequência, fazer uma exposição sobre as características da mediunidade com Jesus, tendo por base os subsídios e as referências bibliográficas do roteiro, prestando os esclarecimentos necessários.


Conclusão:

  • Voltar à citação evangélica apresentada na introdução (Mateus, 10.8), ressaltando o significado das palavras de Jesus: “De graça recebestes, de graça dai.


Avaliação:

  • O estudo será considerado satisfatório, se os participantes conseguirem caracterizar a mediunidade com Jesus.


Técnica(s):

  • Torneio entre grupos; exposição.


Recurso(s):

  • Subsídios do roteiro; transparência/cartaz; quadro de giz / flip-chart; giz / pincel atômico; papel; lápis / caneta.



 

SUBSÍDIOS


“Daí gratuitamente o que gratuitamente haveis recebido”, diz Jesus a seus discípulos. Com essa recomendação, prescreve que ninguém se faça pagar daquilo porque nada pagou. Ora, o que eles haviam recebido gratuitamente era a faculdade de curar os doentes e de expulsar os demônios, isto é, os maus Espíritos. Esse dom Deus lhes dera gratuitamente, para alívio dos que sofrem e como meio de propagação da fé; Jesus, pois, recomendava-lhes que não fizessem dele objeto de comércio, nem de especulação, nem de meio de vida. (1)

Ressalta dessas palavras do Cristo, que a […] mediunidade é coisa santa, que deve ser praticada santamente, religiosamente. Se há um gênero de mediunidade que requeira essa condição de modo ainda mais absoluto é a mediunidade curadora. O médico dá o fruto de seus estudos, feitos, muita vez, à custa de sacrifícios penosos. O magnetizador dá o seu próprio fluido, por vezes até a sua saúde. Podem pôr lhes preço. O médium curador transmite o fluido salutar dos bons Espíritos; não tem o direito de vendê-lo. Jesus e os apóstolos, ainda que pobres, nada cobravam pelas curas que operavam. (5)

Os médiuns […] receberam de Deus um dom gratuito: o de serem intérpretes dos Espíritos, para instrução dos homens, para lhes mostrar o caminho do bem e conduzi-los à fé, não para lhes vender palavras que não lhes pertencem, a eles médiuns, visto que não são fruto de suas concepções, nem de suas pesquisas, nem de seus trabalhos pessoais. Deus quer que a luz chegue a todos; não quer que o mais pobre fique dela privado […]. Tal a razão por que a mediunidade não constitui privilégio e se encontra por toda parte. Fazê-la paga seria, pois, desviá-la do seu providencial objetivo. (2)

Além disso, quem […] conhece as condições em que os bons Espíritos se comunicam, a repulsão que sentem por tudo o que é de interesse egoístico, e sabe quão pouca coisa se faz mister para que eles se afastem, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores estejam à disposição do primeiro que apareça e os convoque a tanto por sessão. (3)

Note-se, entretanto, que médiuns interesseiros […] não são apenas os que porventura exijam uma retribuição fixa: o interesse nem sempre se traduz pela esperança de um ganho material, mas também pelas ambições de toda sorte, sobre as quais se fundem esperanças pessoais. É esse um dos defeitos de que os Espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar partido e de que se aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente notáveis, embalando com falaciosas ilusões os que desse modo se lhes colocam sob a dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem e os bons Espíritos se afastam de quem pretenda fazer dela um degrau para chegar ao que quer que seja, que não corresponda às vistas da Previdência. (6)

A par da questão moral, apresenta-se uma consideração efetiva não menos importante, que entende com a natureza mesma da faculdade. A mediunidade séria não pode ser e não o será nunca uma profissão, não só porque se desacreditaria moralmente, identificada para logo com a dos ledores da boa-sorte, como também porque um obstáculo a isso se opõe. É que se trata de uma faculdade essencialmente móvel, fugidia e mutável, com cuja perenidade, pois, ninguém pode contar. Constituiria, portanto, para o explorador, uma fonte absolutamente incerta de receitas, de natureza a poder faltar-lhe no momento exato em que mais necessária lhe fosse. Coisa diversa é o talento adquirido pelo estudo, pelo trabalho e que, por essa razão mesma, representa uma propriedade da qual naturalmente lícito é, ao seu possuidor, tirar partido. A mediunidade, porém, não é uma arte, nem um talento, pelo que não pode tornar se uma profissão. Ela não existe sem o concurso dos Espíritos; faltando estes, já não há mediunidade. Pode subsistir a aptidão, mas o seu exercício se anula. Daí vem não haver no mundo um único médium capaz de garantira obtenção de qualquer fenômeno espírita em dado instante. Explorar alguém a mediunidade é, conseguintemente, dispor de uma coisa da qual não é realmente dono. Afirmar o contrário é enganar a quem paga. Há mais: não é de si próprio que o explorador dispõe; é do concurso dos Espíritos, das almas dos mortos, que ele põe a preço de moeda. Essa ideia causa instintiva repugnância. (4)

Todos os homens têm o seu grau de mediunidade; nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do espírito representa, ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos.

Na atualidade, porém, temos de reconhecer que no campo imenso das potencialidades psíquicas do homem existem os médiuns com tarefa definida, precursores das novas aquisições humanas. É certo que essas tarefas reclamam sacrifícios e se constituem, muitas vezes, de provações ásperas; todavia, se o operário busca a substância evangélica para a execução de seus deveres, é ele o trabalhador que faz jus ao acréscimo de misericórdia prometido pelo Mestre a todos os discípulos de boa vontade. (9)

Mesmo o médium sob excelente assistência espiritual […] não deve descurar se da própria vigilância, lembrando sempre de que é uma criatura humana, sujeita, por isso, a oscilações vibratórias, a pensamentos e desejos inadequados.

Devemos ter sempre na lembrança a palavra de Emmanuel: Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso.

O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e erros clamorosos. Quando médium guarda a noção de fragilidade e pequenez, pela convicção de que é uma alma em processo de redenção e aperfeiçoamento, pelo trabalho e pelo estudo, está-se preparando, com segurança, para o triunfo nas lides do Espírito Eterno. (8)

Assim, podemos dizer que a […] primeira necessidade do médium é evangelizar se a si mesmo antes de se entregar às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão. (10)

Em suma, o médium […] que vigia a própria vida, disciplina as emoções, cultiva as virtudes cristãs e oferece ao Senhor, multiplicados, os talentos que por empréstimo lhe foram confiados, estará, no silêncio de suas dores e de seus sacrifícios, preparando o seu caminho de elevação para o Céu.

Estará, sem dúvida, exercendo a mediunidade com Jesus. (7)



Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. O Evangelho segundo o Espiritismo. Tradução de Guillon Ribeiro. 124. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 26, item 2, p. 363.

2. Idem - Item 7, p. 365-366.

3. Id. - Item 8, p. 366.

4. Id. - Item 9, p. 366-367.

5. Id. - Item 10, p. 367.

6. Idem - Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 76. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo 28, item 306, p. 410.

7. PERALVA, Martins. Estudando a Mediunidade. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo 1, p. 16.

8. Idem - Capítulo VII, p. 45.

9. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Questão 383, p. 214.

10. Idem - Questão 387, p. 215.


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