O Caminho Escritura do Espiritismo Cristão | Estudos Espíritas

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ESDE — Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita — Programa Fundamental

Módulo XV — Lei de Reprodução

Roteiro 3


O aborto


Objetivo Geral: Possibilitar entendimento da lei de reprodução, ressaltando as consequências físicas e morais do seu descumprimento.

Objetivos específicos: Analisar o aborto sob a ótica espírita. — Relacionar as consequências físicas e espirituais do aborto.



CONTEÚDO BÁSICO


  • Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 358.

  • E o aborto provocado? […] É de se presumir seja ele falta grave…

    Falta grave? Será melhor dizer doloroso crime. Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio […]. André Luiz: Ação e Reação, Capítulo 15.

  • Dado o caso que o nascimento da criança pusesse em perigo a vida da mãe dela, haverá crime em sacrificar se a primeira para salvar a segunda? Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar se o que já existe. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 359.

  • A mulher que o promove [o aborto] ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, […] flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. André Luiz: Ação e Reação, Capítulo 15.

  • O aborto delituoso representa […] um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões. Emmanuel: Vida e Sexo, Capítulo 17.




SUGESTÕES DIDÁTICAS


Introdução:

  • Solicitar aos participantes que releiam, silenciosa e individualmente, os subsídios do roteiro e, em seguida, apresentem os resultados da pesquisa feita no Código Penal Brasileiro, solicitada na atividade extraclasse da reunião anterior (veja o anexo do roteiro 2 [Obs. O roteiro 2 deste módulo não possui anexo]).

  • Ouvir as apresentações, evitando comentá-las neste momento.


Desenvolvimento:

  • Em seguida, fazer breve exposição sobre o tema aborto, tendo como base as ideias desenvolvidas nos Subsídios e os resultados da pesquisa apresentados pela turma.

  • Propor, então, uma discussão mais aprofundada do assunto, solicitando aos participantes que formem um grande círculo.

  • Informar-lhes que a discussão será desenvolvida de forma objetiva, a partir da leitura de 12 pequenos textos (veja anexo), entregues a alguns participantes, escolhidos ao acaso.

  • Iniciar a discussão, pedindo ao participante que tem o trecho de número um para fazer a leitura. Terminada esta leitura, ouvir as opiniões dos demais. A discussão deve prosseguir até que todos os textos tenham sido lidos e discutidos pelo grupo.

  • Observação: o monitor deve continuamente utilizar um tom moderado, acalmar ânimos, incentivando a emissão de ideias positivas, contendo com firmeza e delicadeza os mais falantes e, sempre que necessário, tecer apreciações em torno de ideias relevantes ao entendimento do assunto.


Conclusão:

  • Alinhavar, ao final do estudo, os pontos principais da discussão, entregando aos participantes uma síntese dos esclarecimentos espíritas sobre o aborto.


Avaliação:

  • O estudo será considerado satisfatório se os alunos realizarem, de forma correta, a atividade extraclasse e a discussão circular, participando ativamente da mesma.


Técnica(s):

  • Exposição; discussão circular.


Recurso(s):

  • Subsídios do roteiro; questões para a discussão circular; resumo doutrinário sobre aborto.



 

SUBSÍDIOS


1. O aborto sob a ótica espírita

O termo aborto que, cientificamente, indica o produto do abortamento, foi popularmente usado como sinônimo deste, confundindo-se, assim, a ação com o resultado dela, o ato de abortar com seu cadáver, o aborto. […] Assim, aborto ou abortamento seria a expulsão do concepto, antes da sua viabilidade, esteja ele representado pelo ovo, pelo embrião ou pelo feto; a expulsão do feto viável, antes de alcançado o termo, denomina-se parto prematuro. É, pois, a interrupção da gravidez antes da prematuridade — abortamento; durante — parto prematuro; completada — parto a termo; ultrapassada — parto serotino. Pode ser o aborto, sob o ponto de vista médico, espontâneo ou provocado, e a diferença está na intenção, pois que este último é devido à interferência intencional da gestante, do médico ou de qualquer outra pessoa, visando ao extermínio do concepto. (5)

Neste roteiro procuramos focalizar o aborto delituoso que é o que resulta em sofrimentos para todos os Espíritos que direta ou indiretamente adotam tal prática.

A Doutrina Espírita procura esclarecer que o aborto é crime, que pode ter atenuantes ou agravantes, como todo desrespeito à lei. Antes de ser transgressão à lei humana, o abortamento provocado constitui crime perante a Lei Divina ou Natural, ficando os infratores sujeitos à infalível lei de ação e reação. […] Interrompera gestação de um filho é decisão de grande responsabilidade. Entretanto, há quem o faça sem quaisquer considerações de natureza médica, legal, moral ou espiritual, porque considera a gestação um fato meramente biológico e que somente as pessoas nela diretamente envolvidas têm o direito de decidir pelo seu desenvolvimento natural ou pela interrupção, sem culpa legal ou moral. Outros há que, envolvidos numa situação de gravidez inesperada, imprevista, indesejada, inconveniente ou mesmo delituosa, gostariam de “resolver a situação” dentro de um contexto familiar, social, médico e legal não sujeito à censura, risco ou sanção. (8)

O aborto delituoso, resultante de uma situação não justificada pela moral e pela lei de amor é considerado um equívoco gravíssimo, pelas seguintes razões, entre outras:

  • A […] vítima não tem voz para suplicar piedade e nem braços robustos com que se confie aos movimentos da reação. (19)

  • É […] um verdadeiro infanticídio que se abriga nas malhas do materialismo e dos interesses inconfessáveis. (9)

  • Todo […] filho é um empréstimo sagrado que, como tal, precisa ser valorizado, trabalhado através do amor e da devoção dos pais, para posteriormente ser devolvido ao Pai Celestial em condição mais elevada. Assim, mesmo que a gravidez possa prenunciar à mulher, ou ao casal, dificuldades, aflições, é preciso levar em conta que não devemos somar à nossa caminhada […] novas culpas ou débitos […]. (10)

  • A […] mulher não é dona da vida que foi gerada em seu ventre […]. Buscando exterminar a vida que se forma dentro do seu ventre a mulher estará não só negando o direito à vida de um outro ser, impedindo-o de mais uma oportunidade de evolução, como também contribuindo para lesar o próprio corpo, e sobre o qual tem plena responsabilidade. (11)

  • Ao desalojar o feto [concepto], o aborto, provoca, de forma violenta, sua desencarnação. (12) Tal situação causa muito sofrimento ao Espírito.

  • O […] aborto é violação do direito básico da vida. (12)

  • Não […] volvemos à Terra para satisfazer ao gozo irresponsável dos nossos sentidos na busca de prazeres efêmeros. A irresponsabilidade atual leva-nos a ver que muitos casais buscam praticar apenas o sexo, mas sem a menor intenção de ter filhos. (12)

  • Qualquer […] raciocínio cristão jamais poderá compactuar com um homicídio deliberado. Não devemos considerar a esdrúxula proposta, que nos é colocada frequentemente, de consulta à sociedade para saber se estamos ou não de acordo com a legalização do aborto. Isso é partir da falsa premissa de que matar é coisa natural! Qualquer cristão jamais poderia aceitar tal legalização, consciente que somos de que só Deus tem o direito de decidira respeito de nossas vidas. (12)

  • É preciso entender que […] é mais fácil para nós a convivência com filhos-problemas que com inimigos ferrenhos. Os primeiros podem gerar inquietação e trabalho constantes, mas, os segundos, inimigos recalcados, poderão trazer sofrimentos e aflições em grau maior às nossas vidas […]. (13)


Sendo assim, é importante considerar que […] o aborto não é uma solução, é um adiamento doloroso, uma porta aberta de entrada no crime e no mal, e um rompimento de compromissos estabelecidos pelo Espírito, ora delituoso, com Deus, com o reencarnante e em última análise consigo mesmo. (6) Dessa forma, sendo o aborto uma transgressão à Lei de Deus, uma […] mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando. (1)

De maneira geral, as justificativas utilizadas para a prática do aborto não encontram apoio no Plano Espiritual. A propósito, em Missionários da Luz, André Luiz nos transmite as seguintes informações, registradas do diálogo que ele teve com Apuleio, Espírito construtor (responsável pelo preparo e acompanhamento de reencarnações): O […] aborto muito raramente se verifica obedecendo a causas de nossa esfera de ação. Em regra geral, origina-se do recuo inesperado dos pais terrestres, diante das sagradas obrigações assumidas ou aos excessos de leviandade e inconsciência criminosa das mães, menos preparadas na responsabilidade e na compreensão para este ministério divino. Entretanto, mesmo aí, encontrando vasos maternais menos dignos, tudo fazemos, por nossa vez, para opor lhes resistência aos projetos de fuga ao dever, quando essa fuga representa mero capricho da irresponsabilidade, sem qualquer base em programas edificantes. Claro, porém, que a nossa interferência no assunto, em se tratando de luta aberta contra nossos amigos reencarnados, transitoriamente esquecidos da obrigação a cumprir, tem igualmente os seus limites. Se os interessados, retrocedendo nas decisões espirituais, perseveram sistematicamente contra nós, somos compelidos a deixá-los entregues à própria sorte. (16)

De acordo com a Doutrina Espírita, o aborto não encontra justificativa perante Deus, a não ser nos casos especialíssimos, quando o médico honrado, sincero e consciente, sentencia que “o nascimento da criança põe em perigo a vida da mãe dela”. Somente ao médico — e a mais ninguém! — dá a Ciência autoridade para emitir esse parecer. (7) Apenas neste contexto — de evitar a morte da gestante — aceita-se a realização do aborto. Os Espíritos Superiores assim nos esclarecem: Preferível é se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar se o que já existe. (2)


2. As consequências físicas e espirituais do aborto

As consequências do aborto delituoso podem, na maioria, explicar a existência de […] muitos casais humanos, absolutamente sem a coroa dos filhos, visto que anularam as próprias faculdades geradoras. Quando não procederam de semelhante modo no presente, sequiosos de satisfação egoística, agiram assim, no passado, determinando sérias anomalias na organização psíquica que lhes é peculiar. Neste último caso, experimentam dolorosos períodos de solidão e sede afetiva, até que refaçam, dignamente, o patrimônio de veneração que todos nós devemos às leis de Deus. (16)

As consequências imediatas do aborto delituoso logicamente se refletem, primeiro e em maior grau, no organismo fisiopsicossomático da mulher, pois abortar é arrancar violentamente um ser vivo do claustro materno. O centro genésico, que é o santuário das energias criadoras do sexo e tem sua contraparte na organização perispiritual da mulher, com a prática do aborto condenável sofre desequilíbrios profundos, ainda desconhecidos da ciência terrena. (3) Para a mulher que praticou o aborto, injustificadamente, os sofrimentos continuarão na próxima encarnação, através dos desequilíbrios psíquicos diversos, enfermidades do útero e a grande frustração pela impossibilidade de gerar filhos. Mesmo a mulher que praticou o aborto, após já ter concebido o primeiro ou o segundo filho, receberá, na próxima encarnação, os sintomas perturbatórios do seu crime, justamente depois do primeiro ou do segundo filho, período exato em que praticou o aborto na existência anterior. Diversos problemas que sofrem hoje as mulheres no exercício da maternidade têm suas causas profundas nos deslizes do passado, que hoje surgem no corpo físico como reflexo positivo da desorganização perispírítica. (4)

Sendo assim, a mulher que promove o aborto […] ou que venha a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades, quais sejam a metrite, o vaginismo, a metralgia, o enfarte uterino, a tumoração cancerosa, flagelos esses com os quais, muita vez, desencarna, demandando o Além para responder, perante a Justiça Divina, pelo crime praticado. É, então, que se reconhece rediviva, mas doente e infeliz, porque, pela incessante recapitulação mental do ato abominável, através do remorso, reterá por tempo longo a degenerescência das forças genitais. (15)

Quem quer que venha praticar esse delito [aborto] ou com ele colaborar predispõe-se a alterações significativas do centro genésico, em seu perispírito, com consequências atuais e posteriores, na esfera patológica de seus órgãos sexuais e também, por vezes, dos centros de força (chacras) coronário, cardíaco e esplênico com todas as repercussões pertinentes. Nós estamos preparando hoje a reencarnação de amanhã; um aborto provocado agora se refletirá no chacra genésico, e será mais além o aborto espontâneo, pois a paternidade e a maternidade não valorizados hoje, o serão com certeza amanhã, noutra encarnação, mas agora por um processo educativo que passa pela dor e pelo sofrimento redentor. Em igual patamar, como consequência, estão a prenhez tubária, a placentária prévia, o deslocamento prematuro da placenta, a esterilidade, a impotência, entre outras causas que atingem a esfera do aparelho reprodutor masculino e feminino. (6)

A mulher que corrompeu voluntariamente o seu centro genésico receberá de futuro almas que viciaram a forma que lhes é peculiar, e será mãe de criminosos e suicidas, no campo da reencarnação, regenerando as energias sutis do perispírito, através da sacrifício nobilitaste com que se devotará aos filhos torturados e infelizes de sua carne, aprendendo a orar, a servir com nobreza e a mentalizar a maternidade pura e sadia, que acabará reconquistando ao preço de sofrimento e trabalhos justos… (15)

As pessoas que fazem aborto carregam consigo, no além-túmulo, marcas estigmatizantes no perispírito. A este respeito, André Luiz nos relata a impressionante história de uma mulher desencarnada que foi impedida de ser acolhida na colônia espiritual “Nosso Lar” em virtude do baixo teor vibratório de suas irradiações espirituais em razão dos abortos por ela cometidos. A título de ilustração, e considerando a importância do assunto, citamos, a seguir, trechos do relato.

Logo após as vinte e uma horas, chegou alguém dos fundos do enorme parque [de Nosso Lar]. Era um homenzinho de semblante singular, evidenciando a condição de trabalhador humilde. Narcisa [enfermeira, benfeitora espiritual] recebeu-o com gentileza, perguntando:

— Que há Justino? Qual é a sua mensagem?

O operário […] respondeu aflito:

— Venho participar que uma infeliz mulher está pedindo socorro, no grande portão que dá para os campos de cultura. Creio tenha passado despercebida aos vigilantes das primeiras linhas…

— E por que não a atendeu? — interrogou a enfermeira.

O servidor fez um gesto de escrúpulo e explicou:

— Segundo as ordens que nos regem, não pude fazê-lo, porque a pobrezinha está rodeada de pontos negros.

— Que me diz? — revidou Narcisa, assustada.

— Sim, senhora.

— Então, o caso é muito grave.

Curioso, segui a enfermeira, através do campo enluarado […]. Havíamos percorrido mais de um quilômetro, quando atingimos a grande cancela a que se referia o trabalhador. Deparou-se-nos, então, a miserável figura da mulher que implorava socorro do outro lado. Nada vi, senão o vulto da infeliz, coberta de andrajos, rosto horrendo e pernas em chaga viva; mas Narcisa parecia divisar outros detalhes, imperceptíveis ao meu olhar, dado o assombro que estampou na fisionomia, ordinariamente calma. […] Narcisa […] mostrava-se comovida, mas falou em tom confidencial:

— Não está vendo os pontos negros?

— Não — respondi. (17)

Prosseguindo o relato, André Luiz nos informa que Narcisa, tendo dúvida como agir em benefício do Espírito necessitado, recorreu ao Irmão Paulo, vigilante-chefe de plantão, transferindo-lhe a incumbência de atender a mulher. Chegando à cancela o Irmão Paulo […] examinou atentamente a recém-chegada do Umbral, e disse:

— Esta mulher, por enquanto não pode receber nosso socorro. Trata-se de um dos mais fortes vampiros que tenho visto até hoje. É preciso entregá-la à própria sorte.

Senti-me escandalizado (afirma André Luiz). Não seria faltar aos deveres cristãos abandonar aquela sofredora ao azar do caminho? Narcisa, que me pareceu compartilhar da mesma impressão, adiantou suplicante:

— Mas, Irmão Paulo, não há um meio de acolhermos essa miserável criatura nas Câmaras?

— Permitir essa providência — esclareceu ele — , seria trair minha função de vigilante. E indicando a mendiga que esperava a decisão, a gritar impaciente, exclamou […]:

— Já notou, Narcisa, alguma coisa além dos pontos negros? […] Baixando o tom de voz, recomendou:

— Conte as manchas pretas.

Narcisa fixou o olhar na infeliz e respondeu, após alguns instantes:

— Cinquenta e oito.

— O Irmão Paulo, com a paciência dos que sabem esclarecer com amor, explicou […]:

— Esses pontos escuros representam cinquenta e oito crianças assassinadas ao nascerem. Em cada mancha vejo a imagem mental de uma criancinha aniquilada, umas por golpes esmagadores, outras por asfixia. Essa desventurada criatura foi profissional de ginecologia. […] A situação dela é pior que a dos suicidas e homicidas, que, por vezes, apresentam atenuantes de vulto. (18)


É importante considerar também que todos […] aqueles que induzem ou auxiliam a mulher na eliminação do nascituro possuem também a sua culpabilidade no ato criminoso: maridos ou namorados que obrigam as esposas, médicos que estimulam e o realizam, enfermeiras e parteiras inconscientes. Para a justiça humana, não há crime, nem processo, nem punição, na maioria dos casos, mas para a JUSTIÇA DIVINA todos os envolvidos no ato criminoso sofrerão as consequências sombrias, imediatas ou a longo prazo, de acordo com o seu grau de culpabilidade. Emmanuel nos esclarece bem isso: O aborto oferece consequências dolorosas especiais para os pais? Resposta — Os pais que cooperam nos delitos do aborto, tanto quanto os ginecologistas que o favorecem, vêm a sofrer os resultados da crueldade que praticam, atraindo sobre as próprias cabeças os sofrimentos e os desesperos das próprias vítimas, relegadas por eles aos percalços e sombras da vida espiritual de esferas inferiores. (14)

Os Espíritos abortados são almas que estão vinculadas aos nossos compromissos cármicos. De uma maneira geral, somente quando nos encontramos no plano espiritual, após a desencarnação, é que damos conta da extensão das nossas falhas. Auxiliados então pelos benfeitores espirituais e animados do desejo de reparar as nossas faltas em relação ao próximo, comumente […] chamamos a nós antigos companheiros de aventuras infelizes, programando-lhes a volta ao nosso convívio, a prometer lhes socorro e oportunidade, em que se lhes reedifique a esperança de elevação e resgate, burilamento e melhoria. Criamos projetos, aventamos sugestões, articulamos providências e externamos votos respeitáveis, englobando-nos com eles em salutares compromissos que, se observados, redundarão em bênçãos substanciais para todo o grupo de corações a que se nos vincula a existência. Se, porém, quando instalados na Terra [em nova reencarnação], anestesiamos a consciência, expulsando-os de nossa companhia, a pretexto de resguardar o próprio conforto, não lhes podemos prever as reações negativas e, então, muitos dos associados de nossos erros de outras épocas, ontem convertidos, no Plano Espiritual, em amigos potenciais, à custa das nossas promessas de compreensão e de auxílio, fazem-se hoje […] inimigos recalcados que se nos entranham à vida íntima com tal expressão de desencanto e azedume que, a rigor, nos infundem mais sofrimento e aflição que se estivessem conosco em plena experiência física, na condição de filhos-problemas, impondo-nos trabalhos e inquietação. (20)

O aborto delituoso representa, pois, […] um dos grandes fornecedores das moléstias de etiologia obscura e das obsessões catalogáveis na patologia da mente, ocupando vastos departamentos de hospitais e prisões. (21)



 

ANEXO 1

ABORTO


1. — Média de ocorrência de abortos no mundo: Cada mês: 166.667. Cada dia: 5.556.

2. — No mundo, o aborto é a quinta causa de morte de adolescentes. O aborto é a terceira causa de morte de mulheres grávidas no Brasil. 1.400.000 mulheres fazem aborto ilegal no nosso país.

3. — Causas do aborto:

a) mal-formação do aparelho reprodutor;

b) uso de substâncias químicas;

c) processos obsessivos;

d) rejeições, conscientes e inconscientes, dos pais ou do Espírito reencarnante.

4. — O aborto terapêutico é indicado quando há risco à vida da mãe. O Espiritismo ensina. “É preferível se sacrifique o ser que ainda não existe a sacrificar-se o que já existe”. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 350.

5. — O aborto é condenado porque há […] “crime sempre que transgredis a lei de Deus. Uma mãe, ou quem quer que seja, cometerá crime sempre que tirar a vida a uma criança antes do seu nascimento, por isso que impede uma alma de passar pelas provas a que serviria de instrumento o corpo que se estava formando.” Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 358.

6. — “Todos tem direito à vida”. Constituição Brasileira, art. 5º.

7. — “O aborto é doloroso crime. Arrancar uma criança ao materno seio é infanticídio confesso. A mulher que o promove ou que a coonestar semelhante delito é constrangida, por leis irrevogáveis, a sofrer alterações deprimentes no centro genésico de sua alma, predispondo-se geralmente a dolorosas enfermidades.” André Luiz: Ação e Reação, Capítulo 15.

8. — São consequências do aborto: “metrite, vaginismo, metralgia, infarto uterino, tumoração cancerosa.” André Luiz: Ação e Reação. Capítulo 15, p. 268.

9. — As doenças decorrentes do aborto são flagelos que podem conduzir a mulher à desencarnação e, no Plano espiritual, reconhecendo o ato abominável, através do remorso, reterá por tempo longo a degenerescência das forças genitais. André Luiz: Ação e Reação, Capítulo 15, p. 268.

10. — “A mulher que corrompeu voluntariamente o seu centro genésico [pelo aborto] receberá de futuro almas que viciaram a forma que lhes é peculiar, e será mãe de criminosos e suicidas, no campo da reencarnação, regenerando as energias sutis do perispírito, através do sacrifício nobilitante”. André Luiz: Ação e Reação, Capítulo 15, p. 268-269.

11. — Que consequências tem para o Espírito o aborto? “É uma existência nulificada e que ele terá de recomeçar.” Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 357.

12. — Mortes por Aborto no Brasil em jovens de 10 a 19 anos de idade: 1 dia: 6 jovens; 1 mês: 180 jovens; 1 ano: 2180 jovens.




 

ANEXO 2


A Lei

(Augusto dos Anjos)



Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 358, p. 229.

2. Idem - Questão 359, p. 229.

3. BARCELOS, Walter, Sexo e Evolução. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Capítulo 20 (Aborto e justiça divina), p. 253.

4. Idem, ibidem - p. 261-262.

5. MOREIRA, Fernando A. Aborto — Crime e Consequências. Reformador, Rio de Janeiro: FEB, ano 119, n. 2.068, julho, 2001, p. 18.

6. Idem, ibidem - p. 19

7. PERALVA, Martins. O Pensamento de Emmanuel. 7. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000. Capítulo 18 (Aborto delituoso), p. 125.

8. SOUZA, Juvanir Borges et al. (compilação). O que dizem os Espíritos sobre o aborto. 1. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. Item: Introdução, p. 11-12.

9. Id. - Capítulo 1 (Aborto — considerações gerais), p. 14. 

10. Idem, ibidem - p. 14-15.

11. Idem, ibidem - p. 15.

12. Idem, ibidem - p. 16.

13. Idem, ibidem - p. 16-17.

14. Id. - Capítulo XI (Cúmplices do aborto), p. 191-192.

15. XAVIER, Francisco Cândido. Ação e Reação. Pelo Espírito André Luiz. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo 15 (Anotações oportunas), p. 268.

16. Idem - Missionários da Luz. Pelo Espírito André Luiz. 38. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Capítulo 14 (Proteção), p. 299.

17. Idem - Nosso Lar. Pelo Espírito André Luiz. 54. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Capítulo 31 (Vampiro), p. 199-201.

18. Idem, ibidem - p. 201-203.

19. Idem - Religião dos Espíritos. Pelo Espírito Emmanuel. 16. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Item: Aborto delituoso, p. 17.

20. Idem - Vida e Sexo. Pelo Espírito Emmanuel. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Capítulo 17 (Aborto), p. 75-76.

21.  Idem, ibidem - p. 76.


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