Roteiro 1
Igualdade natural e desigualdade de aptidões
Objetivo Geral: Possibilitar entendimento da lei de igualdade e das desigualdades existentes entre os homens.
Objetivos específicos: Esclarecer por que, perante a lei, são iguais todos os homens. — Explicar a razão das desigualdades de aptidões entre os seres humanos. — Justificar a necessidade da desigualdade de aptidões.
CONTEÚDO BÁSICO
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Todos os homens estão submetidos às mesmas leis da Natureza. Todos nascem igualmente fracos, acham-se sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Deus a nenhum homem concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos, aos seus olhos, são iguais. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 803 - comentário.
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Por que não outorgou Deus as mesmas aptidões a todos os homens? Deus criou iguais todos os Espíritos, mas cada um destes vive há mais ou menos tempo, e, conseguintemente, tem feito maior ou menor soma de aquisições. A diferença entre eles está na diversidade dos graus da experiência alcançada e da vontade com que obram, vontade que é o livre-arbítrio. Daí o se aperfeiçoarem uns mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas […]. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 804.
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Necessária é a variedade das aptidões, a fim de que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não faz, fá-lo outro. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar. Demais, sendo solidários entre si todos os mundos, necessário se torna que os habitantes dos mundos superiores, que, na sua maioria, foram criados antes do vosso, venham habitá-lo, para vos dar o exemplo. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 804.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
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Introduzir o assunto da aula fazendo a seguinte pergunta: Todos somos iguais? Por quê?
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Ouvir as respostas, comentando-as rapidamente.
Desenvolvimento:
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Expor a matéria, resumindo o conteúdo dos subsídio deste roteiro. Para dinamizar esta explanação, sugerimos o seguinte:
a) Utilizar projeções ou cartazes;
b) Fazer perguntas aos participantes, de modo que os objetivos da aula sejam contemplados;
c) Comentar as respostas, inserindo-as no contexto do assunto;
d) Citar exemplos que ilustrem as diferentes aptidões humanas, explicando como elas podem concorrer para a execução dos desígnios da Providência Divina.
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Pedir, então, aos participantes que formem um semicírculo, para que, um a um, responda, oralmente, à seguinte pergunta: Como a desigualdade de aptidões pode concorrer para o progresso moral dos homens?
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Registrar as respostas, resumidamente, em folhas de cartolina / papel pardo ou no próprio quadro-de-giz.
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Observação: durante a sessão de respostas, é desejável que cada um contribua para a resolução da questão apresentada. Caso o participante não tenha uma ideia naquele momento, o próximo colega do grupo deve emitir a sua, e assim sucessivamente.
Conclusão:
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Encerrar a aula, analisando, juntamente com a turma, as contribuições registradas, aprimorando as respostas, e prestando os esclarecimentos cabíveis.
Avaliação:
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
De acordo com a Doutrina Espírita todos os homens são iguais, uma vez que […] tendem para o mesmo fim e Deus fez suas leis para todos. (7) Assim é que, criando os Espíritos simples e ignorantes (3), possibilitou-lhes Deus que, na condição de homens, através de múltiplas existências corporais, atingissem a perfeição (4), submetendo-se a leis […] apropriadas à natureza de cada mundo e adequadas ao grau de progresso dos seres que os habitam. (6)
Dessa forma, na Terra, todos […] os homens estão submetidas às mesmas leis da Natureza. Todos nascem igualmente fracos, acham-se sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Deus a nenhum homem concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte: todos, aos seus olhos, são iguais. (7)
Muito embora a existência de igualdade entre os homens, não têm eles as mesmas aptidões. Isto porque, como ensinam os Espíritos Superiores, […] Deus criou iguais todos os Espíritos, mas cada um destes vive há mais ou menos tempo, e, conseguintemente, tem feito maior ou menor soma de aquisições. A diferença entre eles está na diversidade dos graus da experiência alcançada e dá vontade com que obram, vontade que é o livre-arbítrio. Daí o se aperfeiçoarem uns mais rapidamente do que outros, o que lhes dá aptidões diversas. (8) Nesse contexto, convém se ressalve que, por vezes, mesmo possuindo determinada aptidão, em virtude do progresso alcançado, esta […] pode permanecer adormecida durante uma existência, por querer o Espírito exercitar outra, que nenhuma relação tem com aquela. Esta, então, fica em estado latente, para reaparecer mais tarde. (5)
Necessária é a variedade das aptidões, a fim de que cada um possa concorrer para a execução dos desígnios da Providência, no limite do desenvolvimento de suas forças físicas e intelectuais. O que um não faz, fá-lo outro. Assim é que cada qual tem seu papel útil a desempenhar. (9) Portanto, o homem à medida que progride; torna-se, segundo os desígnios de Deus, colaborador na obra da criação. (4)
Demais, sendo solidários entre si todos os mundos, necessário se toma que os habitantes dos mundos superiores, que, na sua maioria, foram criados antes do vosso, venham habitá-lo, para vos dar o exemplo. (9) Essa passagem dos Espíritos de um mundo superior para um outro inferior, porém, não afeta as faculdades por eles adquiridas, uma vez que […] o Espírito que progrediu não retrocede. (10) A vinda desses Espíritos de mundos superiores para a Terra pode dar-se de forma individual ou coletiva. Individualmente, podem ser identificados, através dos tempos, como os grandes líderes da Humanidade, em todas as áreas do conhecimento, embora nem todos tenham atingido altos níveis de progresso moral. Coletivamente, entretanto, conforme instruções recebidas do Plano espiritual, vieram para a Terra, nos primórdios do planeta, o que […] deu origem à raça simbolizada na pessoa de Adão e, por essa razão mesma, chamada raça adâmica. Quando ela aqui chegou, a Terra já estava povoada desde tempos imemoriais, como a América, quando aí chegaram os europeus. Mais adiantada do que as que a tinham precedido neste planeta, a raça adâmica é, com efeito, a mais inteligente, a que impele ao progresso todas as outras. (1) Ela se mostra […], desde os seus primórdios, industriosa apta às artes e às ciências, sem haver passado aqui pela infância espiritual, o que não se dá com as raças primitivas […]. (1) Esse fato demonstra […] que ela [a raça adâmica] se compunha de Espíritos que já tinham progredido bastante. (2)
A propósito, registra Emmanuel:
Há muitos milênios, um dos orbes da Capela [grande estrela da constelação do Cocheiro], que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingira a culminância de um dos seus extraordinários ciclos evolutivos. As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas, como ora acontece convosco, relativamente às transições esperadas no século XX, neste crepúsculo de civilização. Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijaria daquela humanidade, que fizera jus à concórdia perpétua, para a edificação dos seus elevados trabalhos. As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmo, deliberam, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar, na dor e nos trabalhos penoso do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores. (11)
Assim, pode-se dizer que […] a diversidade das aptidões entre os homens não deriva da natureza íntima da sua criação, mas do grau de aperfeiçoamento a que tenham chegado os Espíritos encarnados neles. Deus, portanto, não criou faculdades desiguais; permitiu, porém, que os Espíritos em graus diversos de desenvolvimento estivessem em contacto, para que os mais adiantados pudessem auxiliar o progresso dos mais atrasados e também para que os homens, necessitando uns dos outros, compreendessem a lei de caridade que os deve unir. (10)
Esses ensinamentos revelam que a […] concepção igualitária absoluta é um erro grave dos sociólogos, em qualquer departamento da vida. A tirania política poderá tentar uma imposição nesse sentido, mas não passará das espetaculosas uniformizações simbólicas para efeitos exteriores, porquanto o verdadeiro valor de um homem está no seu íntimo, onde cada espírito tem sua posição definida pelo próprio esforço. (12)
A harmonia do mundo não virá por decretos, nem de parlamentos que caracterizam sua ação por uma força excessivamente passageira. (13) Temos observado a desilusão de muitos estadistas e condutores de multidões que propugnam bem-estar social, por processos mecânicos de aplicação, sem atender à iluminação espiritual dos indivíduos. Sonharam […] com a igualdade irrestrita das criaturas, sem compreender que, recebendo os mesmos direitos de trabalho e de aquisição perante Deus, os homens, por suas próprias ações, são profundamente desiguais entre si, em inteligência, virtude, compreensão e moralidade. (14)
Sabemos que […] existe uma igualdade absoluta de direitos dos homens perante Deus, que concede a todos os seus filhos uma oportunidade igual nos tesouros inapreciáveis do tempo. Esses direitos são os da conquista da sabedoria e do amor, através da vida, pelo cumprimento do sagrado dever do trabalho e do esforço individual. Eis porque cada criatura terá o seu mapa de méritos nas sendas evolutivas, constituindo essa situação, nas lutas planetárias, uma grandiosa escala progressiva em matéria de raciocínios e sentimentos, em que se elevará naturalmente todo aquele que mobilizar as possibilidades concedidas à sua existência para o trabalho edificante na iluminação de si mesmo, nas sagradas expressões do esforço individual. (12)
ANEXO
(Auta de Souza)
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 50. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Capítulo 11, item 38, p. 258-259.
2. Idem - Item 38, p. 259.
3. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007, questão 115, p. 115.
4. Id. - Questão 132, p. 122.
5. Id. - Questão 220, p. 164-165.
6. Id. - Questão 618, p. 344.
7. Id. - Questão 803, p. 421.
8. Id. - Questão 804, p. 422.
9. Idem, ibidem - p. 422.
10. Id. - Questão 805, p. 422.
11. XAVIER, Francisco Cândido. A Caminho da Luz. Pelo Espírito Emmanuel. 29. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. Capítulo 3 (Um mundo em transições), p. 34-35.
12. Idem - O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 24. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003, questão 56, p. 46.
13. Id. - Questão 234, p. 140.
14. Idem, ibidem - p. 140-141.