Roteiro 2
Livre-arbítrio e responsabilidade
Objetivo Geral: Possibilitar entendimento da lei de liberdade.
Objetivos específicos: Conceituar livre-arbítrio. — Estabelecer relação entre livre-arbítrio e responsabilidade.
CONTEÚDO BÁSICO
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Tem o homem o livre-arbítrio de seus atos?
Pois que tem a liberdade de pensar, tem igualmente a de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria máquina. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos, questão 843.
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O livre-arbítrio é […] a faculdade que tem o indivíduo de determinara sua própria conduta, ou, em outras palavras, a possibilidade que ele tem de, entre duas ou mais razões suficientes de querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras. Rodolfo Calligaris: As Leis Morais, item O Livrearbítrio.
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A liberdade e a responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação; é a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem ela, não seria ele mais do que um autômato, um joguete das forças ambientes: a noção de moralidade é inseparável da de liberdade. A responsabilidade é estabelecida pelo testemunho da consciência, que nos aprova ou censura segundo a natureza de nossos atos. […] Se a liberdade humana é restrita, está pelo menos em via de perfeito desenvolvimento, porque o progresso não é outra coisa mais do que a extensão do livre-arbítrio no indivíduo e na coletividade. […] O livre-arbítrio é, pois, a expansão da personalidade e da consciência. Para sermos livres é necessário querer sê-lo e fazer esforço para vir a sê-lo, libertando-nos da escravidão da ignorância e das paixões baixas, substituindo o império das sensações e dos instintos pelo da razão. Léon Denis: O Problema do ser, do destino e da dor. Terceira parte, Capítulo 22.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
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Fazer breve exposição do tema da aula tendo como referência os objetivos deste roteiro. Orientar-se pelas seguintes informações, retiradas dos subsídios, e projetadas em transparências:
— O livre-arbítrio é a faculdade que tem o indivíduo de determinar a sua própria conduta.
— O homem tem livre-arbítrio de seus atos porque tem liberdade de pensar e de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria uma máquina.
— O direito natural de liberdade está atrelado ao de responsabilidade, ou seja, quanto mais livre é o indivíduo, mas responsável ele é.
Desenvolvimento:
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Em seguida, pedir aos participantes que se organizem em dois grupos, entregando-lhes um kit composto de: folhas de papel, lápis ou caneta e cartões com 3 ou 4 figuras impressas (veja exemplos no anexo).
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Propor-lhes que construam, coletivamente, uma história, buscando inspiração nas figuras que lhes foram entregues. Para tanto, seguir as seguintes orientações:
a) Ater-se ao tema e aos objetivos da aula, assim como às ideias desenvolvidas na exposição inicial;
b) Consultar os subsídios e o monitor, se necessário;
c) Escrever a história, de forma objetiva;
d) Escolher um colega para narrar a história, em nome do grupo.
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Ouvir as histórias criadas pelos grupos, acrescentando comentários pertinentes.
Conclusão:
Avaliação:
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
O livre-arbítrio é […] a faculdade que tem o indivíduo de determinara sua própria conduta, ou, em outras palavras, a possibilidade que ele tem de, entre duas ou mais razões suficientes de que querer ou de agir, escolher uma delas e fazer que prevaleça sobre as outras. (4)
O livre-arbítrio é a condição básica para que a pessoa programe a sua vida e construa o seu futuro entendendo, porém, que os direitos, limitações e capacidades individuais devem ser respeitados pelas regras da vida em sociedade. A pessoa percebe, instintivamente, os limites da sua liberdade, uma vez que, intrinsecamente livre, criado por Deus para ser feliz, o homem traz na própria consciência a compreensão desses limites.
O direito natural de liberdade está atrelado ao de responsabilidade, ou seja, quanto mais livre é o indivíduo, mais responsável ele é. A responsabilidade produz o amadurecimento do Espírito ao longo das experiências vividas nos Planos material e espiritual. As noções de responsabilidade são observadas, inicialmente, no cumprimento dos deveres sociais e morais para consigo mesmo e para com o próximo em geral. À medida que aprende a associar as noções de liberdade e de responsabilidade, a pessoa melhor exercita o seu livre-arbítrio, sendo impulsionada por um sentimento superior, que lhe permite desenvolver ações de amor ao próximo.
O ser humano responsável sabe, na verdade, dosar os próprios limites, entendendo que a sua liberdade termina onde começa a do próximo. O homem tem livre-arbítrio de seus atos porque tem a liberdade de pensar e de obrar. Sem o livre-arbítrio, o homem seria uma máquina (1), não teria responsabilidade pelo mal que praticasse, nem mérito pelo bem que fizesse. O livre-arbítrio que considera a lei de liberdade e o senso de responsabilidade, habilita o Espírito a agir equilibradamente nas diferentes situações do cotidiano.
Deus nos deus a liberdade e o livre-arbítrio como instrumentos de felicidade. A liberdade nos é concedida para que possamos ter uma visão mais lúcida de nós mesmos e das demais pessoas, de forma a discernir que papel devemos exercer na sociedade, quais são os nossos limites e possibilidades, assim como os dos semelhantes.
Devemos considerar que há […] liberdade de agir, desde que haja vontade de fazê-lo. Nas primeiras fases da vida, quase nula é a liberdade, que se desenvolve e muda de objeto com o desenvolvimento das faculdades. Estando seus pensamentos em concordância com o que a sua idade reclama, a criança aplica o seu livre-arbítrio àquilo que lhe é necessário. (2) A criança sendo menos livre em razão de suas limitações naturais é, consequentemente, menos responsável pelos próprios atos. O adulto é considerado responsável pelos seus atos e suas atitudes porque suas faculdades orgânicas e psíquicas estão desenvolvidas, devendo, desta forma, assumir as consequências das ações praticadas.
Não podemos deixar de considerar, entretanto, que o processo de amadurecimento espiritual é gradual, estando diretamente subordinado à lei do esforço próprio. As nossas imperfeições espirituais refletem o nosso estado evolutivo. Nesse sentido, os Orientadores Espirituais nos esclarecem que as […] predisposições instintivas são as do Espírito antes de encarnar. Conforme seja este mais ou menos adiantado, elas podem arrastá-lo à prática de atos repreensíveis, no que será secundado pelos Espíritos que simpatizam com essas disposições. Não há, porém, arrastamento irresistível, uma vez que se tenha a vontade de resistir […]. (3)
O Espírito que, de algum modo, já armazenou certos valores educativos, é convocado para esse ou aquele trabalho de responsabilidade junto de outros seres em provação rude, ou em busca de conhecimentos para a aquisição da liberdade. Esse trabalho deve ser levado a efeito na linha reta do bem, de modo que […] seja o bom cooperador de seu Pai Supremo, que é Deus. O administrador de uma instituição, o chefe de uma oficina, o escritor de um livro, o mestre de uma escola, têm a sua parcela de independência para colaborar na obra divina, e devem retribuir a confiança espiritual que lhes foi deferida. Os que se educam e conquistam direitos naturais, inerentes à personalidade, deixam de obedecer, de modo absoluto, no determinismo da evolução, porquanto estarão aptos a cooperar no serviço das ordenações, podendo criar as circunstâncias para a marcha ascensional de seus subordinados ou irmãos em humanidade, no mecanismo de responsabilidade da consciência esclarecida. (6)
Em suma, pode dizer-se que a […] liberdade e a responsabilidade são correlativas no ser e aumentam com sua elevação; é a responsabilidade do homem que faz sua dignidade e moralidade. Sem ela, não seria ele mais do que um autômato, um joguete das forças ambientes: a noção de moralidade é inseparável da de liberdade. A responsabilidade é estabelecida pelo testemunho da consciência, que nos aprova ou censura segundo a natureza de nossos atos. […] Se a liberdade humana é restrita, está pelo menos em via de perfeito desenvolvimento, porque o progresso não é outra coisa mais do que a extensão do livre-arbítrio no indivíduo e na coletividade. […] O livre-arbítrio é, pois, a expansão da personalidade e da consciência. Para sermos livres é necessário querer sê-lo e fazer esforço para vir a sê-lo, libertando-nos da escravidão da ignorância e das paixões baixas, substituindo o império das sensações e dos instintos pelo da razão. (5)
ANEXO
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 89. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2007. Questão 843, p. 435.
2. Idem - Questão 844, p. 435.
3. Id. - Questão 845, p. 436.
4. CALLIGARIS, Rodolfo. As Leis Morais. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004, p. 151.
5. DENIS, Léon. O Problema do ser, do destino e da dor. 27. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. (O Livre-arbítrio), Capítulo 22, p. 342-343.
6. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. 22. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2000. Questão, 134, p. 85-86.