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ESDE — Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita — Programa Complementar

Módulo IX — Movimento Espírita e Unificação

Roteiro 2


O Centro Espírita: conceitos, objetivos e atividades básicas


Objetivo Geral: Apresentar visão geral do Movimento Espírita e da Unificação.

Objetivos específicos: Conceituar Centro Espírita. — Refletir sobre seus objetivos. — Enumerar as atividades básicas do Centro Espírita.



CONTEÚDO BÁSICO


  • Os Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas: são núcleos de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, praticados dentro dos princípios espíritas; […] escolas de formação espiritual e moral, que trabalham à luz da Doutrina Espírita; […] postos de atendimento fraternal para todos os que os procuram com propósito de obter orientação esclarecimento, ajuda ou consolação; […] oficinas de trabalho que proporcionam aos seus frequentadores oportunidade de exercitarem o próprio aprimoramento íntimo pela prática do Evangelho em suas atividades; […] casas onde as crianças, os jovens, os adultos e os idosos têm oportunidade de conviver, estudar e trabalhar, unindo a família sob a orientação do Espiritismo; […] recantos de paz construtiva, que oferecem aos seus frequentadores oportunidades para o refazimento espiritual e a união fraternal pela prática do “Amai-vos uns aos outros”; […] núcleos que se caracterizam pela simplicidade própria das primeiras casas do Cristianismo nascente, pela prática da caridade e pela total ausência de imagens, símbolos, rituais ou outras quaisquer manifestações exteriores; são as unidades fundamentais do Movimento Espírita. FEB/CEI, Divulgue o Espiritismo, uma nova era para a Humanidade, p. 3.

  • Os Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas têm por objetivo: promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita, atendendo às pessoas que buscam esclarecimento, orientação e amparo para seus problemas espirituais, morais e materiais; que querem conhecer e estudar a Doutrina Espírita; que querem trabalhar, colaborar e servir em qualquer área de ação que a prática espírita oferece. FEB/CEI, Divulgue o Espiritismo, uma nova era para a Humanidade, p. 3.

  • As atividades básicas dos Centros, Grupos ou Sociedades Espíritas são: reuniões de estudo da Doutrina Espírita; de explanação do Evangelho à luz da Doutrina Espírita, de aplicação de passes e atendimento fraterno através do diálogo; de estudo, educação e prática da mediunidade; de evangelização espírita para crianças e jovens; de divulgação da Doutrina Espírita; de serviço de assistência e promoção social espírita; de orientação para o estudo do Evangelho no Lar; de atividades do trabalho de unificação do Movimento Espírita; de atividades administrativas necessárias ao seu funcionamento. FEB/CEI, Divulgue o Espiritismo, p. 4.




SUGESTÕES DIDÁTICAS


Introdução:

  • Iniciar o estudo apresentando os objetivos específicos do roteiro. Dizer que o Centro Espírita tem tido várias denominações ao longo do tempo, tais como: Grupo, Sociedade, Casa Templo. Entretanto, sendo a denominação Centro Espírita a mais aceita, vem sendo usada pelo Conselho Federativo Nacional / CFN em seus documentos norteadores do Movimento Espírita.


Desenvolvimento:

  • Fazer uma exposição a respeito do pensamento de Kardec sobre o Centro Espírita, constante no item 1 dos Subsídios, salientando que os preciosos ensinamentos aí contidos permeiam a moderna concepção de Centro Espírita.

  • Em seguida, reunir os participantes em três grupos para realização das seguintes tarefas:

    Grupo I:

    a) fazer leitura individual do item 2 dos Subsídios;

    b) sublinhar os pontos considerados mais significativos;

    c) trocar ideias sobre esses pontos com os demais integrantes do grupo.

    Logo após, o grupo deverá, com palavras próprias, elaborar um conceito único de Centro Espírita, que seja a síntese dos conceitos estudados.

    Grupo II:

    a) ler o item 3 dos Subsídios:

    b) trocar ideias a respeito do conteúdo lido;

    c) fazer uma reflexão sobre os objetivos do Centro Espírita, estabelecendo relação entre a amplitude desses objetivos e a responsabilidade dos trabalhadores espíritas;

    d) compor um texto sintetizando as conclusões do grupo.

    Grupo III:

    a) ler o item 4 dos Subsídios;

    b) trocar ideias acerca do conteúdo lido, fazendo uma relação entre as inúmeras atividades do Centro Espírita e a necessidade da preparação dos trabalhadores espíritas para realizá-las de forma adequada;

    c) elaborar um quadro dessas atividades para apresentação em plenário.

  • Observação: Colocar à disposição dos grupos folhas de papel pardo/cartolina; canetas hidrográficas; papel; lápis/canetas, para serem usados de acordo com as suas tarefas específicas.

  • Solicitar aos representantes dos grupos que façam a apresentação dos trabalhos realizados.

  • Fazer a integração do assunto, com base nos objetivos do roteiro, enfocando, em especial, os desafios a serem enfrentados pelos trabalhadores espíritas, a fim de conduzirem o Centro Espírita à realização dos seus objetivos. Dar oportunidade aos participantes para fazerem perguntas, de modo que todas as suas eventuais dúvidas sejam dirimidas.


Conclusão:

  • Apresentar, num cartaz, para reflexão, as seguintes palavras de Emmanuel, contidas no item 2 dos Subsídios: Um templo espírita, revivendo o Cristianismo, é um lar de solidariedade humana, em que os irmãos mais fortes são apoio aos mais fracos e em que os mais felizes são trazidos ao amparo dos que gemem sob o infortúnio.

  • Observação: Veja no anexo ao presente Módulo:

    1. Mensagens mediúnicas;

    2. Diretrizes da Dinamização das Atividades Espíritas;

    3. Outras referências.


Avaliação:

  • O estudo será considerado satisfatório, se os participantes demonstrarem, pela participação nas atividades realizadas durante o seu desenvolvimento, compreensão do que é um Centro Espírita, dos seus objetivos e das suas atividades básicas.


Técnica(s):

  • Exposição; trabalho em pequenos grupos.


Recurso(s):

  • Subsídios do roteiro; cartaz; folhas de papel pardo/cartolina; canetas hidrográficas; papel; lápis/canetas.



 

SUBSÍDIOS


O CENTRO ESPÍRITA

 1. O pensamento de Kardec

A importância do Centro Espírita é tal que o próprio Kardec houve por bem dar instruções precisas a respeito do seu funcionamento, como se lê no capítulo XXIX de O Livro dos Médiuns, intitulado Das Sociedades Espíritas. Extrairemos dessas instruções alguns pontos que se afiguram básicos ao norteamento do nosso estudo. Assinala o Codificador, logo no início do referido capítulo, que […] as reuniões espíritas oferecem grandíssimas vantagens, por permitirem que os que nelas tomam parte se esclareçam, mediante a permuta das ideias, pelas questões e observações que se façam, das quais todos aproveitam. Mas, para que produzam todos os frutos desejáveis, requerem condições especiais, que vamos examinar, porquanto erraria quem as comparasse às reuniões ordinárias. (1) Mais adiante, prossegue: O objetivo de uma reunião séria deve consistir em afastar os Espíritos mentirosos. Incorreria em erro, se se supusesse ao abrigo deles, pelos seus fins e pela qualidade de seus médiuns. Não o estará, enquanto não se acharem condições favoráveis. […] Imagine-se que cada indivíduo está cercado de certo número de acólitos invisíveis, que se lhe identificam com o caráter, com os gostos e com os pendores. Assim sendo, todo aquele que entra numa reunião traz consigo Espíritos que lhe são simpáticos. Conforme o número e a natureza deles, podem esses acólitos exercer sobre a assembleia e sobre as comunicações influência boa ou má. Perfeita seria a reunião em que todos os assistentes, possuídos de igual amor ao bem, consigo só trouxessem bons Espíritos. Em falta da perfeição, a melhor será aquela em que o bem suplante o mal. […] (2)

Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam como que um feixe. Ora, este feixe tanto mais força terá, quanto mais homogêneo for. (3) E arremata: Toda reunião espírita deve, pois, tender para a maior homogeneidade possível. (4) A seguir, aborda a questão da regularidade das reuniões, esclarecendo ser este um ponto não menos importante. Diz o Codificador: Em todas [reuniões], sempre estão presentes Espíritos a que poderíamos chamar frequentadores habituais, sem que com isso pretendamos referir-nos aos que se encontram em toda parte e em tudo se metem. Aqueles são os Espíritos protetores […]. Ninguém suponha que esses Espíritos nada mais tenham que fazer, senão ouvir o que lhes queiramos dizer, ou perguntar. Eles têm suas ocupações e, além disso, podem achar se em condições desfavoráveis para serem evocados. Quando as reuniões se efetuam em dias e horas certos, eles se preparam antecipadamente para comparecer (….). (5)

Entrando no assunto das Sociedades Espíritas propriamente ditas, diz Kardec: Tudo o que dissemos das reuniões em geral se aplica naturalmente às Sociedades regularmente constituídas, as quais, entretanto, têm que lutar com algumas dificuldades especiais, oriundas dos próprios laços existentes entre os seus membros. […]. O Espiritismo, que apenas acaba de nascer, ainda é diversamente apreciado e muito pouco compreendido em sua essência, por grande número de adeptos, de modo a oferecer um laço forte que prenda entre si os membros do que se possa chamar uma Associação, ou Sociedade. Impossível é que semelhante laço exista, a não ser entre os que lhe percebem o objetivo moral, o compreendem e o aplicam a si mesmos. Entre os que nele veem fatos mais ou menos curiosos, nenhum laço sério pode existir. Colocando os fatos acima dos princípios, uma simples divergência, quanto à maneira de considerá-los, basta para dividi-los. O mesmo já não se dá com os primeiros, porquanto, acerca da questão moral, não pode haver duas maneiras de encará-la. Tanto assim que, onde quer que eles se encontrem, confiança mútua os atrai uns para os outros e a recíproca benevolência, que entre todos reina, exclui o constrangimento e o vexame que nascem da suscetibilidade, do orgulho que se irrita à menor contradição, do egoísmo que tudo reclama para a pessoa em quem domina. Uma Sociedade, onde aqueles sentimentos se achassem partilhados por todos, onde os seus componentes se reunissem com o propósito de se instruírem pelos ensinos dos Espíritos e não na expectativa de presenciarem coisas mais ou menos interessantes, ou para fazer cada um que a sua opinião prevaleça, seria não só viável, mas também indissolúvel. (6)

Continua o Codificador: Já vimos de quanta importância é a uniformidade de sentimentos, para a obtenção de bons resultados. Necessariamente, tanto mais difícil é obter se essa uniformidade, quanto maior for o número [de participantes]. Nos agregados pouco numerosos, todos se conhecem melhore há mais segurança quanto à eficácia dos elementos que para eles entram. O silêncio e o recolhimento são mais fáceis e tudo se passa como em família. As grandes assembleias excluem a intimidade, pela variedade dos elementos de que se compõem; exigem sedes especiais, recursos pecuniários e um aparelho administrativo desnecessários nos pequenos grupos. A divergência dos caracteres, das ideias, das opiniões, aí se desenha melhor e oferece aos Espíritos perturbadores mais facilidade para semearem a discórdia. Quanto mais numerosa é a reunião, tanto mais difícil é conterem-se todos os presentes. (7)

Orienta ainda Kardec: Visto ser necessário evitar toda causa de perturbação e de distração, uma Sociedade espírita deve, ao organizar se, dar toda a atenção às medidas apropriadas a tirar aos promotores de desordem os meios de se tomarem prejudiciais e a lhes facilitar por todos os modos o afastamento. As pequenas reuniões apenas precisam de um regulamento disciplinar, muito simples, para a boa ordem das sessões. As Sociedades regularmente constituídas exigem organização mais completa. A melhor será a que tenha menos complicada a entrosagem. Umas e outras poderão haurir o que lhes for aplicável, ou o que julgarem útil, no regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas […] [1º. Centro Espírita, fundando por Kardec em 1º. de abril de 1858]. (8)

Finalmente, é importante destacar as condições que, segundo o Codificador, seriam mais favoráveis para um Centro Espírita atrair a simpatia dos bons Espíritos. Essas condições, que se relacionam com as disposições morais dos seus integrantes, são as seguintes: […] Perfeita comunhão de vistas e de sentimentos; Cordialidade recíproca entre todos os membros; Ausência de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã; Um único desejo: o de se instruírem e melhorarem, por meio dos ensinos dos Espíritos e do aproveitamento dos seus conselhos. […] Exclusão de tudo o que, nas comunicações pedidas aos Espíritos, apenas exprima o desejo de satisfação da curiosidade; Recolhimento e silêncio respeitoso, durante as confabulações com os Espíritos; União de todos os assistentes, pelo pensamento, ao apelo feito aos Espíritos […]; Concurso dos médiuns da assembleia, com isenção de todo sentimento de orgulho, de amor próprio e de supremacia e com o só desejo de serem úteis. (9)

Assim, Kardec aponta, como condição básica para o funcionamento adequado de um Centro Espírita, a conduta moral dos seus participantes. Defluem dessas considerações do Codificador preciosos ensinamentos, que, como se verá a seguir, permeiam a moderna concepção de Centro Espírita.


 2. Conceitos

Segundo consta no documento emanado do Conselho Federativo Nacional — Adequação do Centro Espírita para o melhor atendimento de suas finalidades, o Centro Espírita — também chamado, em alguns casos, Grupo ou Sociedade Espírita, além de outras denominações — […] deve ser núcleo de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, com base no Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita; […] ser compreendido como a casa de grande família, onde as crianças, os jovens, os adultos e os mais idosos tenham oportunidade de conviver, estudar e trabalhar […] proporcionar aos seus frequentadores oportunidade de exercitar o seu aprimoramento íntimo pela vivência do Evangelho em seus trabalhos […]; […] criar condições para um eficiente atendimento a todos os que o procuram com o propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação; […] como recanto de paz construtiva que deve ser, precisa manter se num clima de ordem, de respeito mútuo, de harmonia, de fraternidade e de trabalho, minimizando divergências e procurando superar o personalismo individual ou de grupo, a bem do trabalho doutrinário, propiciando a união de seus frequentadores na vivência da recomendação de Jesus: (Jo) “Amai-vos uns aos outros”; […] deve caracterizar se pela simplicidade própria das primeiras Casas do Cristianismo nascente, com a total ausência de imagens, paramentos, símbolos, rituais, sacramentos ou outras quaisquer manifestações exteriores, tais como batizados e casamentos; […] na condição de uma sociedade civil, deve organizar se não apenas para desenvolver com eficiência as suas atividades básicas, mas também para cumprir suas obrigações legais; […] como unidade fundamental do Movimento Espírita que é, deve manter um clima de entendimento, de harmonia e de fraternidade em relação aos demais Centros Espíritas, procurando unir se a todos com o propósito de confraternizar, permutar experiências visando ao aprimoramento das próprias atividades e a promover realizações em comum […]. (13) O Centro Espírita, como escola de formação espiritual e moral que deve ser, (12) desempenha […] papel relevante na divulgação do Espiritismo e no atendimento a todos os que nele buscam orientação e amparo. (12)

O Conselho Espírita Internacional aprovou, mais tarde, o “fo † r” Divulgue o Espiritismo, uma nova era para a Humanidade, onde as orientações em referência foram sintetizadas, desse modo facilitando o seu entendimento: Os Grupos, Centros ou Sociedades Espíritas são núcleos de estudo, de fraternidade, de oração e de trabalho, praticados dentro dos princípios espíritas; […] escolas de formação espiritual e moral, que trabalham à luz da Doutrina Espírita; […] postos de atendimento fraternal para todos os que os procuram com propósito de obter orientação, esclarecimento, ajuda ou consolação; […] oficinas de trabalho que proporcionam aos seus frequentadores oportunidade de exercitarem o próprio aprimoramento íntimo pela prática do Evangelho em suas atividades; […] casas onde as crianças, os jovens, os adultos e os idosos têm oportunidade de conviver, estudar e trabalhar, unindo a família sob a orientação do Espiritismo; […] recantos de paz construtiva, que oferecem aos seus frequentadores oportunidades para o refazimento espiritual e a união fraternal pela prática do “Amai-vos uns aos outros”; […] núcleos que se caracterizam pela simplicidade própria das primeiras casas do Cristianismo nascente, pela prática da caridade e pela total ausência de imagens, símbolos, rituais ou outras quaisquer manifestações exteriores; são as unidades fundamentais do Movimento Espírita. (10).

Dentre as orientações dos Espíritos Superiores a respeito do Centro Espírita, destacamos as seguintes palavras de Emmanuel, que sintetizam os conceitos antes apresentados. Diz o citado Benfeitor Espiritual que o Centro Espírita, que ele chama de templo, é, […] na essência, um educandário em que as leis do Ser, do Destino, da Evolução e do Universo são examinadas claramente, fazendo luz e articulando orientação […]. […] Prestigiará a ciência do mundo que suprime as enfermidades e valorizará o benefício da prece e do magnetismo curativo, no socorro aos doentes. Divulgará o conceito filosófico e a frase consoladora. Propiciará o ensino, multiplicando o pão. Um templo espírita, revivendo o Cristianismo, é um lar de solidariedade humana, em que os irmãos mais fortes são apoio aos mais fracos e em que os mais felizes são trazidos ao amparo dos que gemem sob o infortúnio. (27)

Como se vê, pode o Centro Espírita ser conceituado de diversos modos, o que realça a sua condição de unidade fundamental do Movimento Espírita.


 3. Objetivos

Os objetivos do Centro Espírita são, em essência, os mesmos do Movimento Espírita, isto é, o estudo, a divulgação ou difusão, e a prática do Espiritismo. Não poderia ser de outro modo, por ser aquele — o Centro Espírita — , como visto, a unidade fundamental do Movimento Espírita.

O Conselho Espírita Internacional, no “fo † r” Divulgue o Espiritismo, já mencionado, assim define os objetivos dos Centros, Grupos ou Sociedades Espíritas: […] promover o estudo, a difusão e a prática da Doutrina Espírita, atendendo às pessoas que buscam esclarecimento, orientação e amparo para seus problemas espirituais, morais e materiais; […] querem conhecer e estudar a Doutrina Espírita; […] querem trabalhar, colaborar e servir em qualquer área de ação que a prática espírita oferece. (10)

À vista desses objetivos, pode-se dizer que, quando […] consideramos os objetivos do Espiritismo, que outros não são senão os de esclarecer e instruir, de assistir e orientar, de melhorar e educar, e avaliamos a extensão dos dramas e conflitos, das tragédias e convulsões sociais por que passa a humanidade, compreendemos melhor o que significa a disseminação das luzes e bênçãos da Terceira Revelação pela superfície do Mundo, florescendo e frutificando em outros solos, em outros meios, sob outros céus, para preservação e defesa dos Espíritos Encarnados, tão desejosos e necessitados de felicidade e quase sempre sem condições de conquistá-la. Dirigir um Centro Espírita, com senso de responsabilidade e espírito de abnegação, conduzindo-o de acordo com os postulados kardequianos, é trabalho de sacrifício para o qual nem todos oferecem condições satisfatórias de adaptação e entrosamento, nem disposições de ânimo satisfatórias a enfrentar a realidade dos fatos ou os imprevistos das situações, fazendo o possível pelo engrandecimento da Casa. Por isso, é sempre louvável o vermos companheiros verdadeiramente dispostos a darem prosseguimento ao programa de edificação da Humanidade, aceitando incumbências que lhes foram cometidas pelos Espíritos do Senhor e empenhando-se ao máximo por darem a elas profícuo desempenho. Deprequemos, portanto, ao Pai Celestial suas bênçãos para que os diretores das Sociedades Espíritas sejam bem sucedidos no exercício de suas funções, levando de vencida as dificuldades que se lhes antepuserem aos passos. O fato de uma Casa Espírita ser modesta e composta de pessoas simples é antes um título de recomendação, uma razão de crédito de confiança, do que um fator contrário ao seu bom conceito, pois a simplicidade é, por excelência, a característica essencial do Espiritismo. Isto não quer dizer que nós, como seus adeptos, não nos esforcemos por aprender mais, por estudar sempre, melhorando nossas condições morais e intelectuais, acentuando o trabalho de cultura da mente e do coração. Não podemos difundira luz se não nos iluminarmos, nem dar-se não cuidarmos do nosso suprimento próprio. E semelhante conquista, só é possível nos Centros Espíritas verdadeiramente bem estruturados nos ensinamentos doutrinário-evangélicos da Codificação Kardequiana. O que importa, em essência e em última análise, como condição primordial, é a natureza do trabalho cristão e o caráter de renovação do trabalhador empenhado na criteriosa execução do mesmo. Ante as necessidades que nos acossam e os problemas que nos rondam e desafiam, variáveis em natureza e extensão, é de todo imprescindível que estejamos deveras compenetrados da natureza de nossas responsabilidades doutrinário-administrativas e atentos ao esmerado cumprimento dos deveres delas decorrentes, a fim de fazermos jus às bênçãos dos nossos Maiores e podermos atender àqueles que algo esperam, efetivamente, dos Centros Espíritas. (26)


 4. Atividades básicas

As atividades básicas do Centro Espírita são apresentadas no documento Adequação do Centro Espírita para o melhor atendimento de suas finalidades, já referido. Em outro documento emanado do Conselho Federativo Nacional — Orientação ao centro espírita, — essas atividades se encontram detalhadas. O Conselho Espírita Internacional, por sua vez, no multicitado “fo † r” Divulgue o Espiritismo, uma nova era para a Humanidade, sintetiza essas atividades. Valemo-nos deste último documento para fundamentar o estudo deste tópico, utilizando a Orientação ao Centro Espírita como fonte de consulta para os necessários complementos. Assim, são atividades básicas do Centro Espírita:

  • Realizar […] reuniões de estudo da Doutrina Espírita, de forma programada, metódica ou sistematizada, destinadas às pessoas de todas as idades e de todos os níveis culturais e sociais, que possibilitem um conhecimento abrangente e aprofundado do Espiritismo em todos os seus aspectos […]. (11). São essas as reuniões de Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita (14) e as reuniões de Estudo Doutrinário. (15) A Federação Espírita Brasileira lançou dois programas específicos para o Estudo Sistematizado da Doutrina Espírita, além de uma proposta para estudos aprofundados do Espiritismo.

  • Realizar […] reuniões de explanação do Evangelho à luz da Doutrina Espírita, aplicação de passes e atendimento fraterno através do diálogo, para as pessoas que procuram e frequentam os núcleos espíritas em busca de esclarecimento, orientação, ajuda e assistência espiritual e moral […]. (11) São as chamadas reuniões de Assistência Espiritual. (17)

  • Realizar […] reuniões de estudo, educação e prática da mediunidade, com base nos princípios e objetivos espíritas, esclarecendo, orientando e preparando trabalhadores para as atividades mediúnicas […]. (11) (18) (19) A Federação Espírita Brasileira publicou um programa para o Estudo e Educação da Mediunidade, com vistas à preparação desses trabalhadores.

  • Realizar […] reuniões de evangelização espírita para crianças e jovens, de forma programada, metódica ou sistematizada, atendendo-os, esclarecendo-os e orientando-os dentro dos ensinos da Doutrina Espírita […]. (11) (20) (21) As reuniões para crianças e jovens vêm passando por algumas transformações não só pela criação, nos Centros Espíritas, dos Departamentos de Infância e Juventude, como também a partir do lançamento, pela Federação Espírita Brasileira, do Currículo para as Escolas de Evangelização Espírita Infanto-juvenil.

  • Realizar […] o trabalho de divulgação da Doutrina Espírita através de todos os veículos e meios de comunicação social compatíveis com os princípios espíritas, tais como: palestras, conferências, livros, jornais, revistas, boletins, folhetos, mensagens, rádio, TV, cartazes, fitas de vídeo e áudio […]. (11) (16) (23) Hoje, a internet tem sido utilizada como um dos principais meios de divulgação do Espiritismo.

  • Realizar […] o serviço de assistência e promoção social espírita destinado a pessoas carentes que buscam ajuda material: assistindo-as em suas : necessidades mais imediatas; promovendo-as por meio de cursos e trabalhos de formação profissional e pessoal e esclarecendo-as com os ensinos morais do Evangelho à luz da Doutrina Espírita […] (11) (22) Atualmente, com o Manual de Apoio para as Atividades do Serviço de Assistência e Promoção Social Espírita — elaborado, em conjunto, pela FEB e as Federativas Estaduais — , as orientações e recomendações, contidas no opúsculo Orientação ao Centro Espírita, foram desenvolvidas e explicitadas com vistas à sua operacionalização.

  • Estimular […] e orientar os seus frequentadores para a implantação e manutenção da reunião de estudo do Evangelho no Lar, como apoio para a harmonia espiritual de suas famílias […]. (11) (24) Com esse propósito, a Federação Espírita Brasileira editou o folheto Evangelho no Lar.

  • Participar […] das atividades que têm por objetivo a união dos espíritas e das Instituições Espíritas e a unificação do Movimento Espírita, conjugando esforços, somando experiências, permutando ajuda e apoio, aprimorando as atividades espíritas e fortalecendo a ação dos espíritas […]. (11) (25) As atividades de Unificação estão hoje sintetizadas no folheto Divulgue o Espiritismo, uma nova era para a Humanidade, lançado pelo Conselho Espírita Internacional em diversas línguas.

  • Realizar […] as atividades administrativas necessárias ao seu normal funcionamento, compatíveis com a sua estrutura organizacional e com a legislação de seu país. (11) A orientação para essas atividades encontra-se no Manual de Administração das Instituições Espíritas, aprovado pelo Conselho Federativo Nacional.


As atividades do Centro Espírita, desse modo sintetizadas, demonstram a amplitude da ação que lhe compete desenvolver para atingir os seus objetivos, competindo a nós — os trabalhadores espíritas — envidar os melhores esforços no sentido de promover o estudo, a difusão e a prática do Espiritismo junto a todos aqueles que buscam o Centro Espírita para esclarecimento, orientação e amparo.



 

ANEXO


Prece nas reuniões mediúnicas



Referências Bibliográficas:

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 71 . Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003. Capítulo XXIX, item 324, p. 421.

2. Idem - Item 330, p. 426 - 427.

3. Id. - Item 331, p. 427.

4. Id. - Item 331, p. 428.

5. Id. - Item 333, p. 428 - 429.

6. Id. - Item 334, p. 429 - 430.

7. Id. - Item 335, p. 431.

8. Id. - Item 339, p. 434.

9. Id. - Item 341, p. 435 - 436.

10. FEB/CEI. Divulgue o Espiritismo, uma Nova Era para a Humanidade. Documento aprovado pelo Conselho Espírita Nacional (em 1996) e pelo Conselho Espírita Internacional, p. 3

11. Idem, ibidem - p. 4.

12. CONSELHO FEDERATIVO NACIONAL. Orientação ao centro espírita. (A Adequação do Centro Espírita para o melhor atendimento de suas finalidades). 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004, p. 13 (considerando 3).

13. Idem, ibidem - p. 13 - 14.

14. Idem - Item I, p. 23.

15. Id. - Item II, p. 26.

16. Id. - Item III, p. 28.

17. Id. - Item IV, p. 31.

18. Id. - Item V, p. 39.

19. Id. - Item VI, p. 44.

20. Id. - Item VII, p. 50.

21. Id. - Item VIII, p. 52.

22. Id. - Item IX, p. 55.

23. Id. - Item X, p. 59.

24. Id. - Item XI, p. 65.

25. Id. - Item XII, p. 68

26. GAMA, Alberto Nogueira da. Nos Centros Espíritas. Reformador, Rio de Janeiro: FEB, v. 98, n. 1817, agosto, 1980, p. 245.

27. XAVIER, Francisco Cândido, VIEIRA, Waldo. Estude e Viva. Pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz. 9. Ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. Capítulo 39 (Espírita meditemos), p. 222-223.


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