Roteiro 5
As evocações e as comunicações espontâneas dos Espíritos
Objetivo Geral: Dar condições de entendimento do fenômeno mediúnico sob a ótica espírita.
Objetivos específicos: Analisar as vantagens e as desvantagens das evocações e das comunicações espontâneas. — Explicar como se dão atualmente as comunicações dos Espíritos nos grupos mediúnicos.
CONTEÚDO BÁSICO
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Os Espíritos podem comunicar se espontaneamente, ou acudir ao nosso chamado, isto é, vir por evocação. […] Cada uma destas duas maneiras de operar tem suas vantagens e nenhuma desvantagem haveria, senão na exclusão absoluta de uma delas. As comunicações espontâneas inconveniente nenhum apresentam, quando se está senhor dos Espíritos e certo de não deixar que os maus tomem a dianteira. Então, é quase sempre bom aguardar a boa vontade dos que se disponham a comunicar se, porque nenhum constrangimento sofre o pensamento deles e dessa maneira se podem obter coisas admiráveis; entretanto, pode suceder que o Espírito por quem se chama não esteja disposto a falar, ou não seja capaz de fazê-lo no sentido desejado. Allan Kardec: O Livro dos Médiuns. Capítulo XXV, item 269.
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O desejo natural de todo aspirante a médium é o de poder confabular com os Espíritos das pessoas que lhe são caras; deve, porém, moderar a sua impaciência, porquanto a comunicação com determinado Espírito apresenta muitas vezes dificuldades materiais que a tornam impossível ao principiante. Para que um Espírito possa comunicar se, preciso é que haja entre ele e o médium relações fluídicas, que nem sempre se estabelecem instantaneamente. Só à medida que a faculdade se desenvolve, é que o médium adquire pouco a pouco a aptidão necessária para pôr se em comunicação com o Espírito que se apresente. Pode dar se, pois, que aquele com quem o médium deseje comunicar se, não esteja em condições propícias a fazê-lo, embora se ache presente, como também pode acontecer que não tenha possibilidade, nem permissão para acudir ao chamado que lhe é dirigido. Allan Kardec: O Livro dos Médiuns. Capítulo XVII, item 203.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
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Apresentar, no início da reunião, os objetivos da aula, realizando breves comentários a respeito.
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Pedir aos participantes que, individual e silenciosamente, leiam os Subsídios deste roteiro, destacando os pontos que considerem especificamente relacionados aos objetivos citados.
Desenvolvimento:
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Concluída a leitura, solicitar a formação de dois grupos, entregando-lhes um envelope contendo um dos itens dos Subsídios, dividido em partes, previamente misturadas. Esclarecer-lhes que o trabalho em grupo deve ser realizado assim:
1) Os participantes de cada grupo devem montar numa cartolina, de forma lógica e sequencial, o texto recebido;
2) Indicar um relator para apresentar a montagem do texto, em plenária;
3) Apresentar as conclusões do trabalho em grupo.
Conclusão:
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Promover, em conjunto com a turma, um amplo debate sobre as vantagens e as desvantagens das evocações dos Espíritos, realizadas à época de Kardec.
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Interpretar o esclarecimento que Emmanuel dá sobre a importância da ocorrência de manifestações mediúnicas espontâneas nos nossos grupos mediúnicos (veja referência bibliográfica 5).
Avaliação:
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O estudo será considerado satisfatório, se os participantes realizarem corretamente o trabalho proposto e, por consenso, entenderem que é melhor a manifestação espontânea dos Espíritos nas reuniões mediúnicas atuais.
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
1. Evocações e comunicações espontâneas dos Espíritos
Os Espíritos podem comunicar se espontaneamente, ou acudir ao nosso chamado, isto é, vir por evocação. Pensam algumas pessoas que todos devem abster se de evocar tal ou tal Espírito e ser preferível que se espere aquele que queira comunicar se. Fundam-se em que, chamando determinado Espírito, não podemos ter a certeza de ser ele quem se apresente, ao passo que aquele que vem espontaneamente, de seu moto próprio, melhor prova a sua identidade, pois que manifesta assim o desejo que tem de se entreter conosco. Em nossa opinião isso é um erro: primeiramente, porque há sempre em torno de nós Espíritos, as mais das vezes de condição inferior, que outra coisa não querem senão comunicar se; em segundo lugar e mesmo por esta última razão, não chamar a nenhum em particular é abrir a porta a todos os que queiram entrar. Numa assembleia, não dar a palavra a ninguém é deixá-la livre a toda gente e sabe-se o que daí resulta. A chamada direta de determinado Espírito constitui um laço entre ele e nós; chamamo-lo pelo nosso desejo e opomos assim uma espécie de barreira aos intrusos. Sem uma chamada direta, um Espírito nenhum motivo terá muitas vezes para vir confabular conosco, a menos que seja o nosso Espírito familiar. (2)
Cada uma destas duas maneiras de operar tem suas vantagens e nenhuma desvantagem haveria, senão na exclusão absoluta de uma delas. As comunicações espontâneas inconveniente nenhum apresentam, quando se está senhor dos Espíritos e certo de não deixar que os maus tomem a dianteira. Então, é quase sempre bom aguardar a boa vontade dos que se disponham a comunicar se, porque nenhum constrangimento sofre o pensamento deles e dessa maneira se podem obter coisas admiráveis; entretanto, pode suceder que o Espírito por quem se chama não esteja disposto a falar, ou não seja capaz de fazê-lo no sentido desejado. (3)
Sabemos que o […] desejo natural de todo aspirante a médium é o de poder confabular com os Espíritos das pessoas que lhe são caras; deve, porém, moderar a sua impaciência, porquanto a comunicação com determinado Espírito apresenta muitas vezes dificuldades materiais que a tornam impossível ao principiante. Para que um Espírito possa comunicar se, preciso é que haja entre ele e o médium relações fluídicas, que nem sempre se estabelecem instantaneamente. Só à medida que a faculdade se desenvolve, é que o médium adquire pouco a pouco a aptidão necessária para pôr se em comunicação com o Espírito que se apresente. Pode dar se, pois, que aquele com quem o médium deseje comunicar se, não esteja em condições propícias a fazê-lo, embora se ache presente, como também pode acontecer que não tenha possibilidade, nem permissão para acudir ao chamado que lhe é dirigido. Convém, por isso, que no começo ninguém se obstine em chamar determinado Espírito, com exclusão de qualquer outro, pois amiúde sucede não ser com esse que as relações fluídicas se estabelecem mais facilmente, por maior que seja a simpatia que lhe vote o encarnado. Antes, pois, de pensar em obter comunicações de tal ou tal Espírito, importa que o aspirante leve a efeito o desenvolvimento da sua faculdade, para o que deve fazer um apelo geral e dirigir se principalmente ao seu anjo guardião. (1)
2. Manifestações dos Espíritos nos grupos mediúnicos
Nas reuniões mediúnicas, usuais nas casas espíritas, os Espíritos se manifestam de forma espontânea, segundo planejamento estipulado pela direção espiritual do grupo mediúnico. No entanto, é comum evocar a assistência dos benfeitores espirituais, os quais revelam a sua presença por meio de mensagens consoladoras e esclarecedoras. Deixar a manifestação dos Espíritos comunicantes a critério da direção espiritual indica comportamento prudente, evitando a ocorrência de alguns inconvenientes tais como: o Espírito não pode ou não deve se manifestar; estimular, direta ou indiretamente, a provocação de fenômeno mediúnico, sem maior finalidade.
Emmanuel nos esclarece, a propósito, que nas […] reuniões doutrinárias [mediúnicas], acima de todas as expressões fenomênicas, devem prevalecer a sinceridade e a aplicação individuais, no estudo das leis morais que regem o intercâmbio entre o planeta e as esferas do invisível. De modo algum se deverá provocar as manifestações mediúnicas, cuja legitimidade reside nas suas características de espontaneidade, mesmo porque o programa espiritual das sessões está com os mentores que as orientam do plano invisível, exigindo-se de cada estudioso a mais elevada porcentagem de esforço próprio na aquisição de conhecimento, porquanto o Plano espiritual distribuirá sempre, de acordo com as necessidades e os méritos de cada um. Forçar o fenômeno mediúnico é tisnar uma fonte de água pura com a vasa das paixões egoísticas da Terra, ou com as suas injustificáveis inquietações. (4)
Este benfeitor não aconselha a evocação direta e pessoal de Espíritos nas reuniões mediúnicas, em caso algum. (5) Justifica esta assertiva, explicando assim: Se essa evocação é passível de êxito, sua exequibilidade somente pode ser examinada no plano espiritual. Daí a necessidade de sermos espontâneos, porquanto, no complexo dos fenômenos espiríticos, a solução de muitas incógnitas espera o avanço moral dos aprendizes sinceros da Doutrina. O estudioso bem-intencionado, portanto, deve pedir sem exigir, orar sem reclamar, observar sem pressa, considerando que a esfera espiritual lhe conhece os méritos e retribuirá os seus esforços de acordo com a necessidade de sua posição evolutiva e segundo o merecimento do seu coração. Podereis objetar que Allan Kardec se interessou pela evocação direta, procedendo a realizações dessa natureza, mas precisamos ponderar, no seu esforço, a tarefa excepcional do Codificador, aliada à necessidades e méritos ainda distantes da esfera de atividade dos aprendizes comuns. (5)
ANEXO
(Lobo da Costa)
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Guillon Ribeiro. 74. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo XVII, item 203, p. 247-248.
2. Idem - Capítulo XXV, item 269, p. 347-348.
3. Idem, ibidem - p. 348
4. XAVIER, Francisco Cândido. O Consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005, questão 368, p. 206-207
5. Id. - Questão 369, p. 207.