Roteiro 1
Natureza, propriedades e qualidades dos fluidos
Objetivo Geral: Propiciar conhecimentos sobre os fluidos e o perispírito.
Objetivo Específico: Explicar a natureza, as propriedades e as qualidades dos fluidos.
CONTEÚDO BÁSICO
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O fluido cósmico universal é […] a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo XIV, item 2.
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A pureza absoluta da qual nada nos pode dar ideia, é o ponto de partida do fluido universal; o ponto oposto é o em que ele se transforma em matéria tangível. Entre esses dois extremos, dão-se inúmeras transformações, mais ou menos aproximadas de um e de outro. Os fluidos mais próximos da materialidade, os menos puros, conseguintemente, compõem o que se pode chamara atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências. Por muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam por isso de ser de natureza grosseira, em comparação com os fluidos etéreos das regiões superiores. Allan Kardec: A Gênese. Capítulo XIV, item 5.
SUGESTÕES DIDÁTICAS
Introdução:
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Apresentar, no início da reunião, um cartaz com a frase: Fluído Cósmico Universal.
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Realizar breve comentário sobre o assunto, correlacionando-o com as ideias desenvolvidas no roteiro 1 (O fluido cósmico universal) do módulo VII do Programa Fundamental, tomo I.
Desenvolvimento:
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Solicitar, então, aos participantes que leiam silenciosamente os Subsídios deste roteiro, assinalando as ideias que indiquem natureza, propriedade e qualidade dos fluidos.
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Durante a atividade de leitura, afixar no mural da sala de aula dois cartazes contendo apenas os títulos: Natureza e propriedade dos fluidos e qualidades dos fluidos.
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Após a leitura entregar, aleatoriamente, a cada participante uma tira de cartolina contendo frases copiadas dos Subsídios, referentes à natureza, propriedades e qualidades dos fluidos.
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Pedir a cada aluno que afixe a tira de cartolina recebida em um dos dois cartazes.
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Verificar se a montagem dos cartazes está adequada, fazendo as correções necessárias.
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Promover amplo debate sobre o assunto, a partir das frases constantes do mural, esclarecendo possíveis dúvidas.
Conclusão:
Avaliação:
Técnica(s):
Recurso(s):
SUBSÍDIOS
1. Natureza dos fluidos
Ao estudarmos — no roteiro 1 do módulo VII (Pluralidade dos Mundos Habitados) do Programa Fundamental, tomo I — os conceitos e as características gerais do fluido cósmico universal, vimos que ele é […] a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados. Cada um desses dois estados dá lugar, naturalmente, a fenômenos especiais: ao segundo pertencem os do mundo visível e ao primeiro os do mundo invisível. Uns, os chamados fenômenos materiais, são da alçada da Ciência propriamente dita, os outros, qualificados de fenômenos espirituais ou psíquicos, porque se ligam de modo especial à existência dos Espíritos, cabem nas atribuições do Espiritismo. Como, porém, a vida espiritual e a vida corporal se acham incessantemente em contacto, os fenômenos das duas categorias muitas vezes se produzem simultaneamente. No estado de encarnação, o homem somente pode perceber os fenômenos psíquicos que se prendem à vida corpórea; os do domínio espiritual escapam aos sentidos materiais e só podem ser percebidos no estado de Espírito. (4)
No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme; sem deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível. Essas modificações constituem fluidos distintos que, embora procedentes do mesmo princípio, são dotados de propriedades especiais e dão lugar aos fenômenos peculiares ao mundo invisível. Dentro da relatividade de tudo, esses fluidos têm para os Espíritos, que também são fluídicos, uma aparência tão material, quanto a dos objetos tangíveis para os encarnados e são, para eles, o que são para nós as substâncias do mundo terrestre. Eles os elaboram e combinam para produzirem determinados efeitos, como fazem os homens com os seus materiais, ainda que por processos diferentes. (5)
Assim, todos os corpos, substâncias e fluidos existentes na natureza se originam dessa matéria primitiva. Os fluidos, objeto de estudo deste roteiro, são variáveis ao infinito. Os mais puros se confundem com o fluido cósmico universal. O […] ponto oposto é o em que ele se transforma em matéria tangível. Entre esses dois extremos, dão-se inúmeras transformações, mais ou menos aproximadas de um e de outro. Os fluidos mais próximos da materialidade, os menos puros, conseguintemente, compõem o que se pode chamara atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências. For muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam por isso de ser de natureza grosseira, em comparação com os fluídos etéreos das regiões superiores. (6)
Entretanto não podemos esquecer que está a […] Natureza inteira mergulhada no fluido divino. Ora, em virtude do princípio de que as partes de um todo são da mesma natureza e têm as mesmas propriedades que ele, cada átomo desse fluido, se assim nos podemos exprimir, possuindo o pensamento, isto é, os atributos essenciais da Divindade e estando o mesmo fluido em toda parte, tudo está submetido à sua ação inteligente, à sua previdência, à sua solicitude. Nenhum ser haverá, por mais ínfimo que o suponhamos, que não esteja saturado dele. Achamo-nos então, constantemente, em presença da Divindade; nenhuma das nossas ações lhe podemos subtrair ao olhar o nosso pensamento está em contacto ininterrupto com o seu pensamento, havendo, pois, razão para dizer se que Deus vê os mais profundos refolhos do nosso coração. Estamos nele, como ele está em nós, segundo a palavra do Cristo. (2)
2. Propriedades dos fluidos
Esclarecendo-nos sobre as propriedades dos fluidos — agentes e meios de ação do mundo invisível constituindo uma das forças e potências da Natureza — o Espiritismo nos dá a chave de inúmeros fatos e coisas inexplicadas e inexplicáveis de outro modo, fatos e coisas que passaram por prodígios, em outras eras. Do mesmo modo que o magnetismo, ele nos revela uma lei, senão desconhecida, pelo menos incompreendida, ou então, para melhor dizer, efeitos de todos os tempos conhecidos, pois que de todos os tempos se produziram, mas cuja lei se ignorava e de cuja ignorância brotava a superstição. (1)
Citaremos, em seguida, algumas propriedades dos fluidos:
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São utilizados como veículo do pensamento. (8)
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O corpo físico e o perispírito, como subprodutos do fluido cósmico universal, possuem fluidos específicos, sendo que o fluido vital é um dos mais importantes. (3) (13)
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Os fluidos espirituais, que constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e à audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis somente à matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos da luz ordinária. (7)
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Da mesma forma, utilizamos os elementos fluídicos condensados para construir os materiais existentes no plano físico, uma vez que a matéria é, em todos os estados, […] o agente, o intermediário com o auxílio do qual e sobre o qual atua o Espírito [desencarnado ou não]. (12)
3. Qualidades dos fluidos
Fora impossível fazer se uma enumeração ou classificação dos bons e dos maus fluidos, ou especificar lhes as respectivas qualidades, por ser tão grande quanto a dos pensamentos a diversidade deles. Os fluidos não possuem qualidades sui generis, mas as que adquirem no meio onde se elaboram; modificam-se pelos eflúvios desse meio, como o ar pelas exalações, a água pelos sais das camadas que atravessa. Conforme as circunstâncias, suas qualidades são, como as da água e do ar, temporárias ou permanentes, o que os torna muito especialmente apropriados à produção de tais ou tais efeitos. Também carecem de denominações particulares. Como os odores, eles são designados pelas suas propriedades, seus efeitos e tipos originais. Sob o ponto de vista moral, trazem o cunho dos sentimentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de violência, de hipocrisia, de bondade, de benevolência, de amor, de caridade, de doçura, etc. Sob o aspecto físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, dulcificantes, soporíficos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsivos; tornam-se força de transmissão, de propulsão, etc. O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, das virtudes e dos vícios da Humanidade e das propriedades da matéria, correspondentes aos efeitos que eles produzem. (10)
Tem consequências de importância capital e direta para os encarnados a ação dos Espíritos sobre os fluidos espirituais. Sendo esses fluidos o veículo do pensamento e podendo este modificar-lhes as propriedades, é evidente que eles devem achar se impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os fazem vibrar, modificando-se pela pureza ou impureza dos sentimentos. Os maus pensamentos corrompem os fluidos espirituais, como os miasmas deletérios corrompem o ar respirável. Os fluidos que envolvem os Espíritos maus, ou que estes projetam são, portanto, viciados, ao passo que os que recebem a influência dos bons Espíritos são tão puros quanto o comporta o grau da perfeição moral destes. (9) tal, ou qual direção, os aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as propriedades, como um químico muda os gazes ou de outros corpos, combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida espiritual. Algumas vezes, essas transformações resultam de uma intenção; doutras, são produto de um pensamento inconsciente. Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que modele uma ária, para que esta repercuta na atmosfera. (14)
Dir-se-á que se podem evitar os homens sabidamente mal intencionados. É fora de dúvida; mas, como fugiremos à influência dos maus Espíritos que pululam em torno de nós e por toda parte se insinuam, sem serem vistos? O meio é muito simples, porque depende da vontade do homem, que traz consigo o necessário preservativo. Os fluidos se combinam pela semelhança de suas naturezas; os dessemelhantes se repelem; há incompatibilidade entre os bons e os maus fluidos, como entre o óleo e a água. Que se faz quando está viciado o ar? Procede-se ao seu saneamento, cuida-se de depurá-lo, destruindo o foco dos miasmas, expelindo os eflúvios malsãos, por meio de mais fortes correntes de ar salubre. A invasão, pois, dos maus fluidos, cumpre se oponham os fluidos bons e, como cada um tem no seu próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, todos trazem consigo o remédio aplicável. Trata-se apenas de purificar essa fonte e de lhe dar qualidades tais, que se constitua para as más influências um repulsor, em vez de ser uma força atrativa. […] Ora, como as suas qualidades guardam relação com as da alma, importa se trabalhe por melhorá-la, pois que são as imperfeições da alma que atraem os Espíritos maus. […] Os maus Espíritos, igualmente, vão para onde o mal os atrai; eliminado o mal, eles se afastarão. Os Espíritos realmente bons, encarnados ou desencarnados, nada têm que temer da influência dos maus. (11)
ANEXO
(Maria Dolores)
Referências Bibliográficas:
1. KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 56. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. 1ª parte. Capítulo X, item 10, p. 145.
2. Idem - A Gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 47. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Capítulo II, item 24, p. 62.
3. Id. - Capítulo X, item 16, p. 197-198.
4. Id. - Capítulo XIV, item 2, p. 273.
5. Id. - Item 3, p. 274-275.
6. Id. - Item 5, p. 276.
7. Id. - Item 13, p. 281.
8. Id. - Item 15, p. 283.
9. Id. - Item 16, p. 284.
10. Id. - Item 17, p. 284-285.
11. Id. - Item 21, p. 287.
12. Idem - O Livro dos Espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Questão 22a - comentário, p. 58.
13. Id. - Questão 427, p. 232.
14. Idem - Revista Espírita. Jornal de Estudos Psicológicos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. Poesias traduzidas por Inaldo de Lacerda Lima. Rio de Janeiro: FEB, 2004. Ano 1868, nº 6, item: Fotografia do pensamento, p. 239-240.