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 EPM — Estudo e Prática da Mediunidade

PROGRAMA II — MÓDULO DE ESTUDO Nº II
ATIVIDADE COMPLEMENTAR

Avaliação da prática mediúnica


Objetivo específico: Apresentar condições para a avaliação da prática mediúnica.



Tu, porém, fala o que convém à sã doutrina. Paulo (Tito, 2.1)


A exortação de Paulo de Tarso a Tito reflete o clima vibracional que deve revestir a avaliação da prática mediúnica: equilíbrio e maturidade, segundo os princípios da caridade e do respeito ao próximo, ensinados por Jesus. Recordemos que em todos os instantes da vida somos convocados a falar, a expressar a nossa opinião. É necessário aprender agir com equilíbrio nas conversações, atentos não só ao significado das ideias, mas à impressão que estas produzem nos circunstantes. As pessoas que ainda se encontram no estado de cegueira espiritual nem sempre exprimem sentimentos edificantes durante os embates verbais, ferindo e sendo feridas. Neste aspecto, Emmanuel aconselha como agir.


Tu, porém, que conheces o que eles desconhecem, que cultivas na mente valores espirituais que ainda não cultivam, toma cuidado em usar o verbo, como convém ao Espírito do Cristo que nos rege os destinos. É muito fácil falar aos que nos interpelam, de maneira a satisfazê-los, e não é difícil replicar-lhes como convém aos nossos interesses e conveniências particulares; todavia, dirigirmo-nos aos outros, com a prudência amorosa e com a tolerância educativa, como convém à sã doutrina do Mestre, é tarefa complexa e enobrecedora, que requisita a ciência do bem no coração e o entendimento evangélico nos raciocínios. Que os ignorantes e os cegos da alma falem desordenadamente, pois não sabem, nem veem… Tu, porém, acautela-te nas criações verbais, como quem não se esquece das contas naturais a serem acertadas no dia próximo. (1)


1. SUGESTÕES DE COMO AVALIAR A PRÁTICA MEDIÚNICA


Estudamos no Módulo I, Roteiro 5, os referenciais teóricos da avaliação, relativos aos conceitos, fins, benefícios e critérios avaliativos. Vimos também que a avaliação da prática mediúnica ocorre em dois momentos específicos: um breve, imediatamente após a reunião; outro mais demorado, em dia e horário previamente estabelecidos. A atividade complementar deste Módulo, e dos próximos, tem como finalidade avaliar a prática mediúnica realizada em cada etapa de estudo.

Neste aspecto, as seguintes sugestões estão focadas no desenvolvimento e educação da mediunidade, envolvendo os participantes que estão sendo preparados para, no futuro, fazerem parte de um grupo mediúnico.


1.1 - Condições prévias


São critérios norteadores da avaliação:

a) impessoalidade;

b) autocrítica;

c) melhoria do trabalho.

A impessoalidade, significa que não se deve fazer referências a uma pessoa em particular, evitando-se, dessa forma, os melindres e as mágoas. As colocações são feitas cordialmente (segundo a “sã doutrina”), sem especificações pessoais. Na autocrítica trabalha-se o próprio comportamento ou atitude, sobretudo as faltas eventualmente cometidas, definindo perspectivas de correção e de aprimoramento. A análise crítica de si mesmo não deve ser excessivamente severa, compreendendo que todos estamos em processo de melhoria moral-intelectual, mas permite que evitemos transferir para os outros as nossas próprias dificuldades ou limitações.

A melhoria ou aperfeiçoamento da prática mediúnica é a meta que deve ser buscada por todos os participantes. Significa prática mediúnica exercida com qualidade. Sendo assim, o comprometimento com o trabalho se revela, principalmente, nos seguintes aspectos: estudo contínuo; esforço de melhoria moral, combatendo as imperfeições; assiduidade e pontualidade.


1.2 - A prática mediúnica: reflexões


O diretor da reunião mediúnica e os seus participantes avaliam:

  • Se as orientações transmitidas pelos benfeitores espirituais, desenvolvidas no Curso, estão sendo aproveitadas.

  • Se há melhoria nos relacionamentos pessoais, dentro e fora da Casa Espírita, indagando: estou mais amável? Mais fraterno? Tenho cumprido os deveres e as obrigações com bom ânimo? Perante as críticas tenho me mantido equilibrado?

  • Se existe hábito da frequência a palestras públicas evangélico-doutrinárias, necessário à complementação dos estudos.

  • Se a harmonia doméstica tem merecido a devida atenção, seja pela melhoria das ações pessoais, seja pela implantação da reunião do evangelho no lar.

  • Se os recursos da prece, do passe, da água magnetizada ou do atendimento espiritual, pelo diálogo fraterno, estão sendo utilizados sempre que necessário.

  • Se há filiação a uma atividade de assistência e promoção social.

1.3 - Condições diretamente relacionadas à avaliação da prática mediúnica


Duas frentes se abrem em relação a este item: avaliação do desenvolvimento e da educação da faculdade mediúnica; avaliação das comunicações mediúnicas.

Na primeira o grupo procura encontrar denominadores de auxílio, além dos assinalados no item anterior, quais sejam: conversas reservadas com o dirigente da reunião, apoio pela prece e pelo passe, integração em outras atividades da Casa Espírita, estudo de obras edificantes, fortalecimento da fé, participação em seminários, encontros etc. Na segunda alternativa a avaliação deve fixar as lições que os benfeitores transmitem à equipe, exemplificadas nas dificuldades e sofrimentos revelados pelos comunicantes necessitados de auxílio ou nas exortações e conselhos fornecidos por estes amigos da Vida Maior.

 Os meios e recursos utilizados na avaliação da atividade mediúnica são variáveis, porém devem ser adequados às características do grupo, cabendo a cada equipe adotar o que é útil e viável: anotações, gravação de mensagens ou relatórios; se o local de realização desta atividade deve ser na mesma sala de reunião ou em outro local da Casa Espírita; se antes ou após a avaliação deve haver uma atividade integratória, confraternativa etc. O importante é seguir o conselho do apóstolo Paulo: “Regozijai-vos sempre. Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco.” (1 Tessalonicenses, 5.16-18)

A prática mediúnica e outras atividades existentes na Casa Espírita são oportunidades de crescimento espiritual, concedidas pela misericórdia divina em nosso benefício. Devemos, pois, utilizá-las com proveito, sempre agradecidos a Deus.


Nada existe no mundo que não possa transformar-se em respeitável motivo de trabalho, alegria e santificação. […] É necessário acordar o coração e atender dignamente à parte que nos compete no drama evolutivo da vida, sem ódio, sem queixa, sem desânimo. A experiência é o que é. Nossos companheiros são o que são. Cada qual de nós recebe o quinhão de luta imprescindível ao aprendizado que devemos realizar. Ninguém está deserdado de oportunidades, em favor da sua melhoria. A grande questão é obedecer a Deus, amando-O e servir o próximo de boa vontade. Quem solucionou semelhante problema, dentro de si mesmo, sabe que todas as criaturas e situações da senda são mensagens vivas em que podemos recolher as bênçãos do amor e da sabedoria, se aceitamos a lição que o Senhor nos oferece. (2)



Referências Bibliográficas:

1. XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Capítulo 16 (Tu, porém), p. 52.

2. Idem - Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 35. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Capítulo 102 (Regozijemo-nos sempre), p. 263-265.


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