Percepção Psíquica
Objetivos específicos: Possibilitar condições favoráveis ao desenvolvimento harmônico de percepções psíquicas. — Destacar a importância do pensamento e da intuição na percepções espirituais.
ESCLARECIMENTOS
- Realizar os exercícios em clima descontraído e harmônico.
- Incentivar a participação de todos.
- Reservar, necessariamente, um espaço de tempo para a troca de ideias sobre os exercícios, em plenária.
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PERCEPÇÃO PSÍQUICA
Percepção origina-se do […] latim (perceptio-onis), com o significado de fazer colheita, ato de adquirir, de aprender, de conhecer; ou, do verbo latino percipere, que se traduz por tomar, apoderar-se de algo, adquirir através ou por meio de. A percepção, em Psicologia, refere-se ao processo cognitivo através do qual se conhecem objetos e situações próximos no tempo e no espaço […]. A tarefa perceptiva é sempre de natureza complexa porque pressupõe a entrada de uma energia física pelo ou ao longo dos órgãos sensoriais, a conversão dessa energia ou impulso físico, que define estímulo, em impulso nervoso, em nível dos receptores sensoriais. O impulso nervoso chegando ao cérebro pode gerar uma resposta imediata ou, conforme o grau de elaboração deste impulso, pode exigir correlações intrincadas nas estruturas psíquicas, que podem conduzir a um excitamento elou projeção mental, antes de ocorrer a conversão da resposta […]. O estudioso Donal Olding Hebb caracteriza a percepção como expressão de atividades mediadoras diretamente desencadeadas pelas sensações […]. Jerome Seymour Bruner, define-a como processo de categorização de estímulos, isto é, como processo através do qual os estímulos são identificados e classificados, atribuindo-lhes, assim, a dimensão abstrata, aproximando-a dos processos do pensamento. (1) A Parapsicologia denomina percepção-extra-sensorial (PES) a percepção de pessoas ou de coisas, situadas fora do espaço-tempo que caracteriza o plano de ação dos sentidos. O Espiritismo entende que a percepção é feita pela mente, pelo Espírito, utilizando o perispírito como mediador do processo, e os órgãos físicos como executores, respectivamente.
É no mundo mental que se processa a gênese de todos os trabalhos da comunhão Espírito a Espírito. Daí procede a necessidade da renovação idealística, de estudo, de bondade operante e de fé viva, se pretendemos conservar contato com os Espíritos da Grande Luz. (2) Isto porque os […] nossos pensamentos são forças, imagens, coisas e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual. […] Energia viva, o pensamento, desloca, em torno de nós, forças sutis, construindo paisagens ou forma e criando centros magnéticos ou ondas, com as quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros. (3) Desse modo é que os mais secretos movimentos da alma repercutem no envoltório fluídico; que uma alma pode ler noutra alma como num livro e ver o que não é perceptível aos olhos do corpo. Contudo, vendo a intenção, pode ela pressentir a execução do ato que lhe será a consequência, mas não pode determinar o instante em que o mesmo ato será executado, nem lhe assinalar os pormenores, nem, ainda, afirmar que ele se dê, porque circunstâncias ulteriores poderão modificar os planos assentados e mudar as disposições. Ele não pode ver o que ainda não esteja no pensamento do outro; o que vê é a preocupação habitual do indivíduo, seus desejos, seus projetos, seus desígnios bons ou maus. (4)
ANEXO
Estudo e Prática da Mediunidade
Programa I
Prática
Conteúdo: Percepção Psíquica
SUGESTÃO DE EXERCÍCIO DE PERCEPÇÃO PSÍQUICA
1. PERCEPÇÃO DA VIDA NO ALÉM-TÚMULO
ROTEIRO
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O monitor divide a turma em dois grupos, entregando a cada um deles diferentes textos que tratam da situação espiritual de desencarnados.
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Os grupos devem fazer o seguinte:
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a) leitura atenta do texto que recebido;
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b) trocar ideias;
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c) escrever, numa folha de cartolina, as principais características da situação espiritual do personagem, citado no texto;
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d) apresentar, em plenária, um resumo do texto e as conclusões do trabalho.
O monitor ouve o relatos, promovendo um debate sobre o assunto.
Observação: O livro Os Mensageiros (de André Luiz, psicografia de Francisco Cândido Xavier, edição FEB) traz vários relatos sobre a situação espiritual de desencarnados.
2. DIVERSIDADE DE SERES HUMANOS
ROTEIRO
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O dinamizador entrega ao grupo recortes de revistas e gravuras variadas, representando os seres humanos. Os participantes devem identificar, nesses recortes e gravuras, os atributos raciais e culturais das pessoas retratadas.
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Em seguida, promover uma discussão, em plenária, sobre a importância da diversidade de características existentes na humanidade terrestre; a necessidade de fugir dos estereótipos; c) a importância de se combater os preconceitos.
3. EU PERGUNTO, VOCÊ RESPONDE
ROTEIRO
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O dinamizador entrega ao grupo uma folha de papel com perguntas sobre o tema emoção.
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Concluído o exercício, deve haver troca de opiniões entre os participantes. É necessário que o aspecto moral, conforme ensinado pelo Espiritismo, seja destacado na conclusão do trabalho.
Observação: O número de perguntas é variável, tendo em vista o tamanho do grupo ou o interesse dos participantes.
Exemplo de perguntas:
Como você reage quando uma pessoa perder a calma?
Qual é o seu comportamento em situações de grande tensão ou stress?
Em que circunstâncias você fica “fora de si”?
Quando, verdadeiramente, você tem medo?
O que você faz para desenvolver a esperança (ou perseverança, felicidade, entusiasmo etc.) em você mesmo, ou em alguém?
Que tipo de preocupação faz com que você perca o sono?
A quem você consegue expressar, sem temores, os seus sentimentos?
Tem dificuldade para dizer não? Justifique.
Como você reage às criticas?
Você sabe ouvir as pessoas? Justifique.
4. OS TALENTOS
ROTEIRO
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O monitor entrega a cada participante um “talento” ou virtude.
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Explica que o exercício será realizado em dois momentos: no primeiro, a pessoa descreve resumidamente, numa folha de papel, o que pretende fazer com o talento recebido.
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No segundo momento, os participantes formam duplas para análise das descrições.
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O monitor pede, então, às duplas que, um a uma, registrem no quadro de giz ou de pincel, o nome do talento e as análises.
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Em sequência, promove uma discussão sobre os benefícios adquiridos como a utilização dos talentos.
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O monitor fecha o assunto com a leitura e comentários da Parábola dos Talentos (Mateus 25.14-30).
5. CONSTRUINDO O BEM
ROTEIRO
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O Monitor propõe a realização da atividade em quatro momentos:
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a) os participantes são divididos em quatro grupos;
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b) durante dez minutos, devem chegar a um consenso sobre cada um dos temas que se seguem;
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c) anotar numa folha de cartolina a solução que o grupo deu para cada tema;
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d) apresentar as conclusões do trabalho em plenária.
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O monitor ouve as conclusões, promovendo troca de ideias com a turma, de forma que, no final, seja definida, por consenso, uma única resposta para cada tema.
TEMAS
Para alcançar a paz é essencial…
Para que exista lei e ordem é necessário…
Para unir todos em torno de um mesmo objetivo é preciso…
Para que a liberdade seja exercida, precisamos…
6. SOLUÇÃO PARA UMA SITUAÇÃO DIFÍCIL
ROTEIRO
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O dinamizador apresenta aos participantes uma situação difícil, pedindo-lhes que indiquem uma solução. Por exemplo: uma pessoa ficou presa num prédio (ou sala, ou banheiro), sabendo que que dentro de 30 minutos o local vai ficar vazio.
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O dinamizador concede um tempo para, individualmente, os participantes pensarem numa solução. Esgotado o tempo, decidem — em grupo ou em plenária — a forma de resolver o problema.
7. OUVINDO A NATUREZA (percepção auditiva)
DINÂMICA: Os sons da Natureza.
ROTEIRO
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Os participantes escutam sons da natureza, reproduzidos num CD, procurando identificá-los.
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Em seguida, são convidados pelo monitor a relatarem sentimentos, imagens ou emoções neles foram despertados durante a audição dos sons.
8. PERCEPÇÃO DE QUALIDADES/HABILIDADES
DINÂMICA: Descobrindo qualidades.
ROTEIRO:
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Os participantes sentam-se em semicírculo, recebem uma folha de papel e lápis para escreverem o nome e duas qualidades do colega sentado à sua esquerda.
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O dinamizador recolhe os papéis, depositando-os numa caixa ou envelope.
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Em seguida, divide o quadro de giz/pincel ou flipchart † em duas colunas. Solicita, então, o auxílio de dois voluntários para a montagem de um diagrama, cujas etapas são as seguintes:
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a) um dos voluntários escreve, na primeira coluna do quadro, o nome dos colegas da turma presentes;
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b) o outro voluntário escreve, na segunda coluna, as qualidades/habilidades que foram registradas pelos participantes.
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O dinamizador analisa o diagrama em conjunto com a turma.
Referências Bibliográficas:
1. ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL - volume 16. Verbete: Percepção. Britânica do Brasil.
2. XAVIER, Francisco Cândido. Roteiro. Espírito Emmanuel. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004, p. 119 (Sintonia).
3. Idem, ibidem - p. 120.
4. KARDEC, Allan. A Gênese, Tradução de Guillon Ribeiro. 46. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006, Capítulo XIV, item 15, p. 283.