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 EPM — Estudo e Prática da Mediunidade

PROGRAMA I — MÓDULO DE ESTUDO Nº III
PRÁTICA

Harmonização Psíquica


 

Objetivos específicos: Identificar, na harmonização psíquica, um meio que conduz ao autoconhecimento e ao equilíbrio espiritual. Destacar a importância da harmonização nas reuniões de intercâmbio mediúnico.



A harmonização psíquica permite à pessoa raciocinar sobre a importância de seu autoconhecimento, para que possa ser mais feliz ou, pelo menos, mais integrada em um mundo, como o em que estamos vivendo, sujeito a transformações constantes e rápidas. O ser humano que se empenha em buscar a paz íntima, mesmo que viva sob o peso de grandes responsabilidades, às voltas com dificuldades dolorosas ou estressantes, aprende a encarar a vida de frente, sem medos ou angústias, que tanto têm desarmonizado as pessoas.



TRABALHO PRÁTICO DE HARMONIZAÇÃO PSÍQUICA


1º) Na primeira reunião prática introdutória do tema, deve-se explicar o que é harmonização psíquica, a que fins se propõe e qual o meio de obtê-la. Esclarecer que em todas as reuniões, a partir desta introdutória, serão reservados alguns minutos para que o participante aprenda a buscar recursos íntimos de harmonização psíquica, o que irá favorecer sua atuação equilibrada no trabalho mediúnico.


2º) Explicar, com ênfase, que a harmonização psíquica é um trabalho de toda hora, de todos os dias. Logo, os exercícios de relaxamento ou os de meditação, bem como os da prática da prece, aqui indicados; devem estar associados à aquisição de hábitos de vida sadios.


3º) Destinar alguns minutos da reunião, de preferência no início, para fazer exercícios que favorecem a harmonização psíquica.


4º) Observar se todos os alunos estão participando dos exercícios caso contrário, analisar em conjunto as causas e buscar soluções. É importante que os participantes aprendam a ver o grupo como um todo coletivo, em que cada um possa contribuir para o seu próprio equilíbrio e para o equilíbrio geral.


5º) Os exercícios de prece e de irradiação mental devem vir após os exercícios de harmonização psíquica.





ANEXO


Estudo e Prática da Mediunidade

Programa I

Prática

Conteúdo: Harmonização Psíquica


HARMONIZAÇÃO PSÍQUICA


O termo harmonização psíquica está relacionado ao substantivo harmonia, no sentido de paz. O Espiritismo entende a harmonização psíquica como sendo a capacidade de alguém obter paz ou equilíbrio espiritual. Falar em paz ou equilíbrio espiritual para quem vive num mundo atribulado como o nosso pode parecer utopia, uma irrealidade. De fato a vida não é fácil aqui, uma vez que habitamos um mundo de expiações e provas. Viver sob o guante da dor, mas entendendo a sua razão de ser, nos permite desenvolver esforços para atenuá-la ou tomá-la suportável. Situação oposta acontece quando desconhecemos a causa do sofrimento: somos arrastados pela dor, nos entregando, desesperançados, aos seus braços, triplicando, assim o mal-estar. Neste sentido, esclarece a Doutrina Espírita que a paz de espírito é possível de ser conseguida pelo desenvolvimento do autoconhecimento e pela transformação moral.

Sobre o autoconhecimento nos informa Santo Agostinho, em O Livro dos Espíritos, questão 919: Um sábio da antiguidade vo-lo disse: Conhece-te a ti mesmo. Conhecemos toda a sabedoria desta máxima, porém a dificuldade está precisamente em cada um conhecer-se a si mesmo. Qual o meio de consegui-lo? Fazei o que eu fazia, quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava revista ao que fizera e perguntava a mim mesmo se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para de mim se queixar. Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma. Aquele que, todas as noites, evocasse todas as ações que praticara durante o dia e inquirisse de si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu anjo de guarda que o esclarecessem, grande força adquiriria para se aperfeiçoar porque crede-me Deus o assistiria. […] O conhecimento de si mesmo é, portanto, a chave do progresso individual. […] Examinai o que pudestes ter obrado contra Deus, depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos. As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência, ou a indicação de um mal que precise ser curado. […] Quando estiverdes indecisos sobre o valor de uma de vossas ações, inquiri como a qualificaríeis, se praticada por outra pessoa. Se a censurais noutrem, não na poder eis ter por legítima quando fordes o seu autor, pois que Deus não usa de duas medidas na aplicação de sua justiça. Procurai também saber o que dela pensam os vossos semelhantes e não desprezeis a opinião dos vossos inimigos, porquanto esses nenhum interesse têm em mascarar a verdade e Deus muitas vezes os coloca ao vosso lado como um espelho, a fim de que sejais advertidos com mais franqueza do que o faria um amigo.

O autoconhecimento conduz, naturalmente, à necessidade de nos transformarmos moralmente, como condição de felicidade. Assim, o primeiro passo para que a nossa reforma moral ocorra consiste em identificar os vícios ou más tendências que possuímos e, em seguida, procurar combatê-los. Reforma ou transformação moral é a busca de virtudes, o que se faz combatendo vícios e paixões inferiores. O maior de todos os vícios é o egoísmo, esclarecem-nos os Espíritos Superiores. […] Daí deriva todo mal. Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos há egoísmo. Por mais que lhes deis combate, não chegareis a extirpá-los, enquanto não atacardes o mal pela raiz, enquanto não lhe houverdes destruído a causa. Tendam, pois, todos os esforços para esse efeito, porquanto aí é que está a verdadeira chaga da sociedade. Quem quiser, desde esta vida, ir aproximando-se da perfeição moral, deve expurgar o seu, coração de todo sentimento de egoísmo, visto ser o egoísmo incompatível com a justiça, o amor e a caridade. Ele neutraliza todas as outras qualidades. (O Livro dos Espíritos, questão 913). Outro vício, causa de grandes sofrimentos, é o orgulho. Segundo mensagem de um Espírito Protetor, constante em O Evangelho segundo o Espiritismo (capítulo IX, item 9), o orgulho nos induz a julgar-nos mais do que somos; a não suportarmos uma comparação que nos possa rebaixar; a considerarmo-nos, ao contrário, tão acima dos nossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo nos irrita e aborrece. Dessa forma, devemos elaborar um programa de melhoria moral, procurando exercitar, cotidianamente, a nossa incessante busca pela paz, por harmonização psíquica.

A finalidade dos exercícios de harmonização psíquica é oferecer condições para que os participantes desenvolvam a conscientização sobre a necessidade da transformação moral, regra básica para a conquista da paz espiritual, aprendendo a domar as paixões inferiores ou as más inclinações, e a aperfeiçoar virtudes, por meio do autoconhecimento e do conhecimento do próximo.


1. PLANO DE MELHORIA MORAL (1)


ROTEIRO

  • Os participantes, organizados em grupos, recebem cópias do texto O Anjo Consertador, colocado abaixo, para leitura e troca de ideias.

  • Em seguida, elabora um plano de melhoria moral, utilizando como referência o formulário “Plano de melhoria moral”, inserido após o texto de leitura.

  • Os representantes dos grupos apresentam, em plenária, os planos de melhoria moral.

  • O dinamizador analisa as apresentações, esclarecendo possíveis dúvidas.

TEXTO: O Anjo Consertador (Irmão X/Francisco Cândido Xavier: Luz Acima, Capítulo 12, editora FEB).

Quando o crente enfermo conseguiu encontrar, após longas súplicas, o Anjo Consertador, prosternou-se, reverente, e falou, banhado em lágrimas:

— Benfeitor Celeste, socorre-me, por piedade! Trago o estigma do fracasso. Sou profundamente infeliz!… Contra mim permanecem associadas todas as forças do mal. […] Meus negócios falham, meus interesses sofrem prejuízo infindáveis, minha saúde perece… Vivo coberto de preocupações e sofrimentos… Embalde busco o auxílio da prece…. Deteve-se o emissário angélico e auscultou delicadamente o desventurado. Mirou-o, compadecido, e considerou:

— Meu amigo, você tem fé?

— Sim — respondeu o sofredor — , minha confiança em Jesus é ilimitada.

— E deseja restabelecer sua paz, aplainar seu caminho?

— Suspiro por semelhantes realizações.

O instrutor fez pequena pausa e acrescentou:

— Você sabe que o homem é peça viva, dono de uma consciência própria, senhor de uma razão pessoal e herdeiro de Deus….


PLANO DE MELHORIA MORAL

Plano Diário de Ação


Vícios | Imperfeições a Vencer | No Combate aos Vícios | Execução do Plano | Superação de Obstáculos | Avaliação dos Resultados

Virtudes | Qualidades a Conquistar | Na Conquista das Qualidades | Execução do Plano | Superação de Obstáculos | Avaliação dos Resultados


2. PLANO DE MELHORIA MORAL (2)


ROTEIRO (trabalho em grupo ou individual)

  • Destacar, na mensagem Siga Feliz idéias consideradas fundamentais para se obter a harmonização espiritual. Em seguida, preencher o formulário, orientando-se pelo exemplo ali existente.

  • Pedir aos participantes que apresentem os resultados do trabalho, esclarecendo possíveis dúvidas.


PLANO BÁSICO DE HARMONIZAÇÃO PSÍQUICA


IDÉIAS DO TEXTO | 1. Viver em paz. O QUE FAZER DIARIAMENTE | Orar; ouvir mais/falar menos; participar de serviço gratuito ao próximo, etc. COMO SUPERAR OBSTÁCULOS | Disciplinar: horários,  atividades, atitudes. Cumprir o prometido, etc.


Siga Feliz

(André Luiz)


3. CONHECENDO OS MEUS COLEGAS


DINÂMICA: Sinta a minha dificuldade!

ROTEIRO

  • Cada participante registra numa tira de papel um defeito ou uma dificuldade que acredita possuir. Este registro deve ser feito em letra de forma (caixa alta) com o intuito de manter em segredo a identidade de quem fez o registro.

  • Em sequência, dobrar a tira de papel e a colocá-la numa caixa.

  • Os participantes devem retirar uma tira de papel da caixa (é importante que nenhum retire o próprio registro. Caso isto aconteça, substituí-lo por outro); ler o que está escrito no papel e dramatizar, por palavras, gestos, ou ambos, a dificuldade ali registrada, procurando vivenciá-la como se tivesse este defeito.

  • Ao final, os participantes opinam sobre as atividades desenvolvidas, fazendo uma apreciação geral sobre as dificuldades dramatizadas.

4. VISÃO DO FUTURO


DINÂMICA: Refletindo na própria desencarnação

ROTEIRO

  • Participantes sentados em círculo, com lápis e papel na mão.

  • Escrevem um pseudônimo no canto superior direito da folha, como identificação (os colegas nada devem saber a respeito desta identificação).

  • A um sinal do dinamizador, cada participante registra no papel, de forma legível, a frase: Quando eu desencarnar…

  • Em seguida, completar, de forma objetiva, a frase escrita. O tempo disponível é de 60 segundos, (caso não consiga, não tem importância).

  • Terminado o tempo, passar, imediatamente, a folha para o colega sentado à direita. Este, por sua vez, completa por escrito as ideias registradas pelo colega. O tempo para esta atividade é, também, de 60 segundos.

  • Continuar o rodízio até que cada um receba, de volta, a própria folha de papel.

  • Ao final, cada participante faz a leitura da programação desencarnatória que lhe foi estabelecida, opinando a respeito.

  • O dinamizador propõe a escolha da melhor programação desencarnatória, oferecendo ao vencedor uma página doutrinária sobre o assunto.

5. AUTOCONHECIMENTO (I)


DINÂMICA: Quem sou eu?


ROTEIRO

  • Participantes sentados em círculo recebem do dinamizador um cartão contendo três perguntas: Quais são as minhas raízes? Que tipo de pessoa eu sou? Quais são as minhas expectativas de vida?

  • Os participantes fazem a leitura das perguntas, dando as respostas, de forma objetiva, no verso do cartão.

  • Terminada essa etapa, o dinamizador recolhe, embaralha e redistribui os cartões. É importante que nenhum dos participantes receba o próprio cartão.

  • Em seguida, os participantes devem ler o conteúdo do cartão recebido, procurando descobrir quem é o autor das respostas. Não ocorrendo a identificação, solicitar o auxílio dos colegas e do dinamizador, ou, caso haja consenso, pedir ao dono do cartão que se identifique.

6. AUTOCONHECIMENTO (II)


DINÂMICA: Estimulando a inteligência verbal ou linguística

ROTEIRO

  • Pedir aos participantes que apresentem, sob a forma de prosa, a seguinte poesia de André Luiz, constante do livro Agenda Cristã, psicografia de Francisco C. Xavier. Editora FEB, capítulo 5.

Medicamentos Evangélicos

(André Luiz)


7. AUTOCONHECIMENTO (III)


DINÂMICA: Código evolutivo (estimulando a inteligência lógico-matemática)

ROTEIRO

  • Os participantes devem elaborar, em grupo, uma linha ascensional do ser humano, tendo como base a escala espírita existente em O Livro dos Espíritos, questões 100 a 113. A dinâmica fica mais interessante se cada grupo trabalhar um nível de classificação da escala espírita (grupo um: ordem dos Espíritos Imperfeitos; grupo dois: ordem dos Bons Espíritos; grupo três: ordem dos Espíritos Puros). Os passos para a construção do código evolutivo são os seguintes:

    • a) seleção dos tipos evolutivos que fazem parte de um agrupamento geral;

    • b) registro das características básicas de cada tipo evolutivo em tiras de cartolina;

    • c) montagem da linha ascensional dos tipos evolutivos, em quadro mural;

    • d) apresentação do mural, em plenária, destacando as características dos tipos evolutivos.

  • O monitor avalia o quadro-mural organizado pelos grupos.

8. AUTOCONHECIMENTO (IV)


DINÂMICA: Álbum de família (estimulando a inteligência espacial)

ROTEIRO

  • Os participantes recebem vários recortes, contendo figuras ou fotos de pessoas nas várias etapas da vida, do nascimento à velhice. O trabalho grupal prevê:

    • a) seriação das figuras de acordo com a evolução etária;

    • b) construção de um quadro-mural, denominado álbum de família, espacialmente organizado em função das diferentes etapas da vida das pessoas identificadas nas gravuras.

9. AUTOCONHECIMENTO (V)


DINÂMICA: Musicalizando (estimulando a inteligência musical)

ROTEIRO

  • Os participantes são convidados a formarem um conjunto musical (banda coral, grupo de dança, orquestra etc.), de acordo com os seguintes passos:

    • a) seleção de uma música que servirá de base para a construção do conjunto musical;

    • b) utilização de tampas de panela, panela, apito, colheres, caixa de fósforos, fósforos, castanholas, cornetas etc, como “instrumentos musicais”

    • c) apresentação do conjunto musical, em plenária.

  • O monitor pede aos participantes para relatar as dificuldades e as facilidades na realização da dinâmica.

  • Em seguida, avalia o trabalho (música selecionada, ritmo ou cadência, harmonia etc.).

10. AUTOCONHECIMENTO (VI)


DINÂMICA: Construindo um móbile (estimulando a inteligência cinestésico-corporal).

ROTEIRO

  • Os participantes são convidados a formarem grupos para a construção de um móbile, por meio do jogo dos cabides. Na construção do móbile, é necessário obedecer a estas etapas:

    • a) a turma deve ser organizada em 3 minigrupos;

    • b) o móbile deve ter 30 cabides, tendo como referência 1 cabide-guia, de cor vermelha;

    • c) em cada nível do móbile deve predominar apenas uma cor de cabides;

    • d) os cabides devem ter o mesmo tamanho para manter o equilíbrio do móbile;

    • e) não deve ocorrer troca de cabides após a distribuição dos mesmos.

O quadro seguinte mostra a distribuição dos cabides, tendo em vista a realização adequada da dinâmica:


CORES

GRUPO 1

GRUPO 2

GRUPO 3

Amarela

1 cabide

1 cabide

Nenhum

cabide

Azul

1 cabide

1 cabide

2 cabides

Branca

3 cabides

3 cabides

2 cabides

Preta

5 cabides

5 cabides

6 cabides

Total

10 cabides

10 cabides

10 cabides

1 cabide-guia de cor vermelha.

  • O monitor pede aos participantes que relatem as dificuldades e as facilidades encontradas na realização da dinâmica.

  • Em seguida, avalia o trabalho.


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