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EADE — Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita — Programa II — Filosofia e Ciência Espíritas


Roteiro 14


Perispírito

Objetivos:

» Estudar características da natureza, funções e propriedades do perispírito.

» Refletir a respeito de mudanças que podem ocorrer no perispírito.



IDEIAS PRINCIPAIS

  • Há no homem três coisas: 1º, o corpo ou ser material análoga aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º, o laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito. […] O laço ou perispírito que une ao carpo o Espírito é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do envoltório mais grosseiro [corpo]. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um carpo etéreo, invisível para nós no estado normal […]. Allan Kardec: O Livro dos Espíritos. Introdução VI.

  • O perispírito é de natureza semimaterial, elaborado a partir do fluido cósmico universal. Como função primordial, o perispírito é o veículo de transmissão das impressões fisiológicas, sensações e percepções psicológicas. Allan Kardec: Obras Póstumas. Primeira parte, item I, subitens 10 e 11.

  • As principais propriedades do perispírito são: plasticidade, densidade, luminosidade, penetrabilidade, visibilidade, sensibilidade, expansibilidade. Zalmino Zimmermann: Perispírito, Capítulo 2.

  • O perispírito pode sofrer profundas modificações, algumas graves como acontece com os ovoides que, temporariamente, perdem a forma anatômica humana. Outras mudanças, contudo, indicam aquisições evolutivas, como assinala André Luiz: […] tive notícias de amigos que perderam a veículo perispiritual, conquistando Planos mais altos. André Luiz: Libertação, Capítulo 6.



 

SUBSÍDIOS


1. CONCEITO DE PERISPÍRITO


O vocábulo perispírito (do grego peri = em torno; e do latim spiritus = espírito) foi empregado pela primeira vez por Allan Kardec, na introdução VI e na questão 93 de O Livro dos Espíritos:

a) Há no homem três coisas: 1º, o corpo ou ser material análogo aos animais e animado pelo mesmo princípio vital; 2º, a alma ou ser imaterial, Espírito encarnado no corpo; 3º, o laço que une a alma ao corpo, princípio intermediário entre a matéria e o Espírito. (1)

b) O laço ou perispírito que une ao corpo o Espírito, é uma espécie de envoltório semimaterial. A morte é a destruição do envoltório mais grosseiro [corpo]. O Espírito conserva o segundo, que constitui para ele um corpo etéreo, invisível para nós no estado normal […] (1)

c) Assim como o gérmen de um fruto é envolvido pelo perisperma, o Espírito propriamente dito é revestido por um envoltório que, por comparação, se pode chamar perispirito. (2)


A existência do perispírito pode ser facilmente comprovada pelos fenômenos mediúnicos (por exemplo, materialização e fotografia de Espíritos), e pelos de emancipação da alma.

O conhecimento sobre o perispírito não é atual, sendo descrito pelos povos da Antiguidade. (3) (4) (5) Os egípcios denominavam-no de Ka ou Bai, indicando ser uma forma semelhante ao corpo físico, e de Sahu o Espírito, propriamente dito. O Ka, afirmavam, reproduzia exatamente os traços do corpo físico dos encarnados. Os gregos nomeavam o perispírito como corpo etéreo e, com base nos poemas de Orfeu, acreditavam que nos Espíritos atrasados este corpo possuía manchas que caracterizavam as faltas cometidas, daí ser necessário ao Espírito voltar à Terra para depurá-lo. A cabala judaica denomina o perispírito de rouach, os budistas de kuma-rupa, os chineses de Khi e os hindus de mano-maya-kosha.

Os ocultistas, esotéricos e teosofistas (3) preferiram denominar o perispírito de corpo astral; os neognósticos de aerossoma; o filósofo e cientista alemão Leibniz (Gottfried Wilhelm von Leibniz — 1646-1716) (5) preferia chamá-lo de corpo fluídico, o filósofo inglês Ralph Cudworth  †  (1617-1688) (5) denominava-o mediador plástico, enquanto o estudioso espírita brasileiro Ernani Guimarães de Andrade (5) criou um termo próprio: modelo organizador biológico (MOB).

O Espírito André Luiz utiliza duas designações sinônimas para perispírito: psicossoma (Mecanismos da Mediunidade, Capítulo 22) e corpo espiritual (Evolução em dois Mundos, 1ª parte, Capítulo 2, 3, 4 e 5; Nosso Lar, Capítulo 4), que guarda semelhança com a forma como Paulo de Tarso se expressava: “semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual” (1 Coríntios, 15.44 — Bíblia de Jerusalém).

André Luiz admite que haja outros envoltórios espirituais, além do perispírito, como o corpo mental, citado em sua primeira obra (Nosso Lar) (26). Envoltórios esses que são, genericamente, englobados pela expressão perispírito, da conceituação kardequiana. A informação de André Luiz tem o mérito de nos indicar que o Espírito, à medida que evolui, adquire a vestimenta adequada para atuar no Plano onde vive.

Léon Denis, por sua vez, denomina o perispírito de corpo fluídico: “o homem possui dois corpos: um de matéria grosseira, que o põe em relação com o mundo físico; outro fluídico, por meio do qual entra em relação com o mundo invisível.” (6)


2. NATUREZA E FUNÇÃO DO PERISPÍRITO


Os Espíritos da Codificação informam que o perispírito é de natureza semimaterial, uma matéria mais etérea se comparada com a do corpo físico, igualmente originado do “[…] fluido universal de cada globo. É por isso que ele não é o mesmo em todos os mundos. Passando de um mundo para outro, o Espírito muda de envoltório, como mudais de roupa.” (7) Ensinam também que o perispírito é o veículo de transmissão das impressões fisiológicas, sensações e percepções psicológicas, (8) (10) que “não se acha encerrado nos limites do corpo, como numa caixa”, (9) e que é por meio do perispírito que “os Espíritos atuam sobre a matéria inerte e produzem os diversos fenômenos mediúnicos.” (11)

André Luiz (12) esclarece que,


[…] do ponto de vista da constituição e função em que se caracteriza na esfera imediata ao trabalho do homem, após a morte, é o corpo espiritual o veículo físico por excelência, com sua estrutura eletromagnética, algo modificado no que tange aos fenômenos genésicos e nutritivos, de acordo, porém, com as aquisições da mente que o maneja. […] Claro está, portanto, que é ele santuário vivo em que a consciência imortal prossegue em manifestação incessante, além do sepulcro, formação sutil, urdida em recursos dinâmicos, extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as células, noutra faixa vibratória, à face do sistema de permuta visceralmente renovado, se distribuem mais ou menos à feição das partículas coloides, com a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição específica, e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se ajusta. (12)


Destacamos nessas informações de André Luiz dois pontos importantes: o primeiro se refere à alteração que ocorre nos sistemas digestivo e reprodutor. A segunda é que as células perispirituais têm estrutura coloidal.

O aparelho digestivo sofre alguma redução, uma vez que a alimentação, no Plano espiritual, não é tão consistente, como ocorre no nosso Plano. Os desencarnados que não se adaptam a essa realidade “[…] são conduzidos pelos agentes da Bondade Divina aos centros de reeducação do Plano Espiritual, onde encontram alimentação semelhante à da Terra, porém, fluídica, recebendo-a em porções adequadas até que se adaptem […]” (13)

Ao contrário, o desencarnado ajustado à nova realidade, aprende a se alimentar por intermédio da respiração, (14) assim como “[…] pela difusão cutânea, o corpo espiritual, através de sua extrema porosidade, nutre-se de produtos sutilizados ou sínteses quimio-eletromagnéticas, hauridas do reservatório da Natureza e no intercâmbio de raios vitalizantes e reconstituintes do amor com que os seres se sustentam entre si.” (15)

O aparelho reprodutor do perispírito do desencarnado deve manter os mesmos órgãos e estruturas existentes no corpo físico, pois o perispírito é o molde do veículo somático. Entretanto deve sofrer transformações, pois o impulso sexual é manifestado de forma diferente, da mesma forma que a alimentação se opera diferentemente. André relata alguma coisa, mas não se aprofunda no assunto. Informa, por exemplo, que a perda das características sexuais que definem o sexo masculino e feminino, “[…] ocorrerá, espontaneamente, quando as almas humanas tiverem assimilado todas as experiências necessárias à própria sublimação, rumando, após milênios de burilamento, para a situação angélica […].” (16) Daí a expressão: “anjo não tem sexo”. Isso significa que durante muito tempo os habitantes do mundo espiritual estão definidos como pertencentes a um dos dois sexos, masculino ou feminino. Supõe-se, então, que os Espíritos de elevada hierarquia não revelem características sexuais distintivas, sobretudo quando comparadas às do corpo físico.

O perispírito por ser um corpo, ainda que semimaterial, é constituído de células, unidades microscópicas formadoras de tecidos e órgãos, talvez não tão bem delineadas como ocorrem no corpo físico. As células perispirituais são mais leves e mais maleáveis, tendo um aspecto que lembra uma substância gelatinosa mole (coloide), porém ainda classificadas como elementos materiais.


3. PROPRIEDADES DO PERISPÍRITO


Sabemos da existência de diferentes propriedades do perispírito, mas o assunto está longe de ser esgotado. Como ilustração, apresentamos considerações sobre as seguintes propriedades: (17) plasticidade, densidade, luminosidade, penetrabilidade, visibilidade, sensibilidade e expansibilidade.

  • Plasticidade: como o nome indica, é a capacidade do perispírito de ajustar-se ao comando da mente. É moldável, segundo as circunstâncias, sendo que esse poder plástico é mais amplo nos Espíritos superiores, apesar de saber-se que entidades espirituais menos evoluídas podem apresentar graves modificações no seu perispírito, como nos casos obsessivos de zoantropia e ovoidização. Há também obsessores que adquirem, transitoriamente, formas demoníacas ou outras figuras míticas, com a finalidade de perturbar os obsidiados. Os processos ideoplásticos acontecem em decorrência da plasticidade perispiritual.

  • Densidade: sendo o perispírito matéria, tem massa (peso) e ocupa lugar no espaço. Quanto menos evoluído é o Espírito, mais pesado é o seu perispírito, a ponto de ser confundido com o corpo físico. Tal fato explica porque muitos Espíritos não percebem que se encontram desencarnados.

  • Luminosidade: é propriedade intimamente relacionada à densidade. A fluidez do perispírito revela densidade menor e, quanto menos denso, mais brilho emite. O brilho está, igualmente, relacionado ao grau de evolução do Espírito. Os mais adiantados emitem um foco de luz irradiante e clara.

  • Penetrabilidade: indica que o perispírito dos Espíritos de mediana e superior evolução não encontra qualquer obstáculo ao atravessar a matéria presente no Plano físico, mas, ao contrário, ao atuar sobre ela produz efeitos patentes de efeitos físicos (ruídos, pancadas, etc.) ou de efeitos intelectuais, pela transmissão do pensamento à mente do encarnado, resultando em manifestações mediúnicas como visão, escrita, fala, tato, etc. (18)

  • Visibilidade: o perispírito é, usualmente, invisível ao encarnado. Entretanto, nos casos de materialização (ou tangibilidade perispiritual) qualquer pessoa situada no Plano físico pode enxergá-lo. Já os médiuns videntes veem Espíritos, comumente.

  • Sensibilidade: quando encarnado, o perispírito recebe as impressões externas, captadas pelos órgãos dos sentidos, e que lhes chegam pelos nervos sensitivos do sistema nervoso. Este, por sua vez, faz o corpo físico emitir uma resposta que “caminha” nos nervos motores, sempre mediada pelo perispírito. No Espírito desencarnado as sensações e percepções são gerais, captadas em toda a extensão do perispírito, muito diferentes das localizadas ou compartimentalizadas do corpo somático. Daí serem intensos todos os tipos de sensações e de percepções nos desencarnados.

  • Expansibilidade: por princípio, o perispírito é indivisível, mas pode expandir-se muito, ampliando a capacidade de visão e as percepções do Espírito. A expansibilidade explica os fenômenos de bicorporeidade, desenvolvida entre alguns encarnados — como acontecia com Eurípedes Barsanulfo e com Antonio de Pádua — fato que sugere a quem desconhece o fenômeno, a impressão de que a pessoa se divide em duas, já que é vista em lugares diferentes.

4. O PERISPÍRITO PODE DESAPARECER?


Não resta dúvida de que se trata de uma indagação controvertida e para a qual não temos respostas definitivas.

Allan Kardec informa que o perispírito permanece sempre ligado ao Espírito. Entretanto, perante uma análise mais aprofundada, vemos que esta condição é mais especificamente estudada pelo Codificador quando se refere ao Espírito encarnado. Assim:

  • “O perispírito é o laço que une o Espírito à matéria do corpo.” (19)

  • “É o princípio da vida orgânica, mas não o da vida intelectual, pois esta reside no Espírito.” (19)

  • “O agente das sensações exteriores.” (19)

Allan Kardec, por outro lado, informa que no Espírito verdadeiramente evoluído há sérias e profundas modificações perispirituais, tornando-o muito diferente do perispírito dos espíritos menos evoluídos. Nos Espíritos que alcançaram elevado patamar evolutivo, o perispírito se revela essencialmente modificado, muito depurado, sendo substituído por um veículo mais sutil.


[…] Do mesmo modo, se o Espírito não tivesse perispírito, seria inacessível a toda a sensação dolorosa. É o que ocorre com os Espíritos completamente purificados. Sabemos que quanto mais eles se purificam, tanto mais etérea se torna a essência do perispírito, donde se segue que a influência material diminuiu à medida que o Espírito progride, isto é, à medida que o próprio perispírito se torna menos grosseiro. (20)


Isto nos leva a crer que nos Espíritos purificados a natureza do seu envoltório perispirítico é tão sutilizada, tão etérea, que tem muito pouca relação com o perispírito, propriamente dito, dos Espíritos menos evoluídos. Se o envoltório dos Espíritos superiores não tem analogia na Terra, como afirma o Codificador, possivelmente o Espírito se manifesta no Plano espiritual por meio de outro corpo sutil, talvez o mental. É algo para se pensar.

Esclarece também Kardec que se os Espíritos constroem o seu perispírito do meio ambiente, “[…] esse envoltório varia de acordo com a natureza dos mundos. Ao passarem de um mundo a outro, os Espíritos mudam de envoltório, como nós mudamos de roupa, quando passamos do inverno ao verão, ou do polo ao equador.” (21)

Esta última afirmação nos faz concluir que a mudança no perispírito é possível e, de certa forma, natural ou usual, fácil de ocorrer, pois “os Espíritos mudam de envoltório, como nós mudamos de roupa”. É possível raciocinar, então, que o perispírito, propriamente dito, tal como o conceituamos, pode deixar de existir, ou que, a partir de determinado nível evolutivo manifesta-se outro envoltório do Espírito. Mesmo que o perispírito permaneça, nessas condições (elevado grau evolutivo do Espírito), estará muito modificado “cujo envoltório etéreo não tem analogia na Terra”, sem a referência usual.

Os orientadores da Codificação ensinam também que, no caso dos Espíritos puros, o perispírito é tão depurado e “[…] esse envoltório se torna tão etéreo que para vós é como se não existisse. Esse o estado dos Espíritos puros.” (22)

O Espírito André Luiz acena com a possibilidade da perda do perispírito nos níveis superiores de evolução, afirmando: “[…] tive notícias de amigos que perderam o veículo perispiritual, conquistando Planos mais altos.” (23) Também faz referência ao “corpo mental” que, por sua vez, seria o construtor do perispírito:


Para definirmos de alguma sorte, o corpo espiritual, é preciso considerar, antes de tudo, que ele não é reflexo do corpo físico, porque, na realidade, é u corpo físico que o reflete, tanto quanto ele próprio, o corpo espiritual, retrata em si o corpo mental que lhe preside a formação. (12)


André Luiz acrescenta estas outras informações a respeito do corpo mental:


O corpo mental, assinalado experimentalmente por diversos estudiosos, é o envoltório sutil da mente, e que, por agora, não podemos definir com mais amplitude de conceituação, além daquela em que tem sido apresentado pelos pesquisadores encarnados, e isto por falta de terminologia adequada no dicionário terrestre […]. (12)


Diante dessas informações, a ideia de que a memória integral do Espírito estaria localizada no perispírito, precisaria ser revista. As aquisições evolutivas do Espírito estariam localizadas na própria mente do Espírito, permanecendo no perispírito uma espécie de memória periférica, necessária à reencarnação.

Há espíritas, como o psiquiatra Jorge Andreas,  †  que supõem a existência de vários “corpos” espirituais ou “camadas” perispirituais. Nesse sentido, o perispírito da conceituação kardequiana representaria o conjunto desses corpos ou camadas.

De uma maneira geral, estudiosos espíritas e espiritualistas aceitam a existência de vários envoltórios do Espírito, ideia que pode ser resumida no gráfico e na tabela que se seguem, respectivamente: (24)


PERISPIRITO


Figura 1 (24)


Correntes esotéricas

Espiritismo

 

Allan Kardec

André Luiz

Corpo divino ou atmico

Corpo búdico


Corpo mental


Corpo astral


Duplo etérico

Corpo físico

 

Espírito


Perispírito


Corpo mental


Perispírito, psicossoma, corpo espiritual


Como o nosso patamar evolutivo ainda não nos permite afirmar como são efetivamente as coisas nos Planos superiores da vida, as seguintes palavras de Emmanuel nos fazem refletir sobre o que é mais útil para o nosso atual aprendizado:


Como será o tecido sutil da espiritual roupagem que o homem envergará sem o corpo de carne, além da morte? Tão arrojada é a tentativa de transmitir informes sobre a questão aos companheiros encarnados, quão difícil se faria esclarecer à lagarta com respeito ao que será ela depois de vencer a inércia da crisálida. Colado ao chão ou à folhagem, arrastando-se, pesadamente, o inseto não desconfia que transporta consigo os germes das próprias asas. O perispírito é, ainda, corpo organizado que, representando o molde fundamental da existência para o homem, subsiste, além do sepulcro, de conformidade com o seu peso específico. Formado por substâncias químicas que transcendem a série estequiogenenética conhecida até agora pela ciência terrena, é aparelhagem de matéria rarefeita, alterando-se, de acordo com o padrão vibratório do campo interno. Organismo delicado, extremo poder plástico, modifica-se sob o comando do pensamento. E necessário, porém, acentuar que o poder apenas existe onde prevaleçam a agilidade e a habilitação que só a experiência consegue conferir. Nas mentes primitivas, ignorantes e ociosas, semelhante vestidura se caracteriza pela feição pastosa, verdadeira continuação do corpo físico, ainda animalizado ou enfermiço. O progresso mental é o grande doador de renovação ao equipamento do espírito em qualquer Plano de evolução. […] O perispírito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no Plano a que se afina. Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente. Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino. (25)


ORIENTAÇÕES AO MONITOR


1. Fazer breve explanação sobre o conceito de perispírito.

2. Em seguida, conduzir as atividades do painel de discussão, programado desde a reunião anterior, de acordo com o seguinte:

  • Convidar os painelistas a se posicionarem à frente da turma, apresentando-os.

  • Informar aos participantes que cada painelista desenvolverá um tema, durante 15 minutos, assim especificado:

    Expositor 1. Funções do perispírito;

    Expositor 2. Propriedades do perispírito;

    Expositor 3. O perispírito pode desaparecer?

3. Esclarecer também que durante as exposições os participantes devem anotar suas dúvidas ou elaborar questões que, no momento propício, serão respondidas pelos painelistas.

4. Concluídas as apresentações dos assuntos, promover amplo debate sobre o tema, encaminhando as dúvidas/questões da turma aos painelistas.

5. Ao final, destacar o pensamento de Emmanuel, que faz parte da citação 25 do Roteiro de Estudo.



REFERÊNCIAS

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Introdução VI, p. 17.

2. Idem - Questão 93, p. 123.

3. Origem: http://www.comunidadeespirita.com.br/TCI/IX%20os%20egipcios%20antigos.htm

4. Origem: http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/perispirito/o-perispirito.html

5. ZIMMERMANN, Zalmino. Perispírito. 1ª ed. Campinas [SP]: Centro Espírita Allan Kardec, 2000. Capítulo 1, p. 22.

6. DENIS, Léon. Cristianismo e Espiritismo. Tradução de Leopoldo Cirne. Primeira edição especial. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Capítulo 10, p. 278-279.

7. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Op. Cit, questão 94, p. 124.

8. Idem - Obras Póstumas. Tradução de Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2009. Primeira parte, capítulo: Manifestações dos Espíritos, item I-10, p. 66.

9. Idem ibidem - Item I-11, p. 67.

10. Idem ibidem - Item I-12, p. 67.

11. Idem ibidem - Item I-13, p. 67.

12. XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo. Evolução em dois mundos. Pelo Espírito André Luiz. 35. ed. Rio de Janeiro, FEB, 2008. Primeira parte, Capítulo 2, p. 29.

13. Idem - Segunda parte, Capítulo 1, p. 211.

14. Idem ibidem - p. 209-211.

15. Idem ibidem - p. 211-212.

16. Idem -  Capítulo 12, p. 241-242.

17. ZIMMERMANN, Zalmino. Perispírito. Op. Cit. Capítulo 2, p. 27.

18. KARDEC, Allan. Obras póstumas. Op. Cit, item I-14, p. 68.

19. Idem - O Livro dos Espíritos. Op. Cit, questão 257, p. 223.

20. Idem ibidem - p. 227.

21. Idem ibidem - p. 226.

22. Idem - Questão 186, p. 176.

23. XAVIER, Francisco Cândido. Libertação. Pelo Espírito André Luiz. 31. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2008. Capítulo 6, p. 105.

24. Figura 1, origem: http://msponline.org/frame/cap/08.pdf

25. XAVIER, Francisco Cândido. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 13. ed. “Coleção Emmanuel”. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Capítulo 6, p. 31-33.

26. (Obs. do Compilador) Corpo mental: Há duas referências a esse envoltório do Espírito no Testamento Xavieriano: Evolução em dois mundos, 1ª parte, Capítulo 2, item 1, conforme citado acima na ref. nº 12; e no Capítulo 12, item 4, indicador 11. No livro Nosso Lar o corpo causal é citado em uma única instância no Capítulo 12, item 2, 2º §. Relativamente a esse assunto, confira a experiência de André Luiz no Capítulo 36, item 2 do mesmo livro: “Eu sabia, perfeitamente, que deixara o veículo inferior [perispírito] no apartamento das Câmaras de Retificação, em “Nosso Lar”, e tinha absoluta consciência daquela movimentação em Plano diverso.”


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