Cognome de um Espírito que deixou várias obras escritas através da psicografia de Francisco Cândido Xavier; obras individuais, em parceria com Emmanuel, ou em livros de autores diversos. (v. Catálogo das obras xavierianas por autoria espiritual.)
Depoimento
“Sob o manto luminoso do céu salpicado de estrelas, a derramarem claridade branda sobre as edificações de Nosso Lar, encontrava-me só, a refletir profundamente em tudo o que me ocorrera desde que aportara, por bondade intercessória, àqueles sítios abençoados…
Sem uma folha de serviços digna na Terra, negligente que fora com os recursos a mim confiados pela Providência, utilizara das próprias prerrogativas, mormente a de médico, para atender unicamente as minhas vaidades e caprichos. Minha antiga família, composta de esposa e três filhinhos, se erigiu regida pelos princípios acanhados que me foram padrão.
Nada obstante tudo isso, as determinações do Alto foram-me por demais generosas, prodigalizando-me trabalho tão nobre numa Seara que, antes, não pudera e naturalmente não quereria adentrar. Recordei-me, com emoção, dos momentos vários em que pude, por orientação e tutela de benfeitores amados, me associar a equipes diversas de serviço fraternal, nos mais diversificados setores de assistência e especialização. Quantos instrutores sábios e benevolentes!… Quanta riqueza de material de análise e meditação!…
A vida é um acervo infinito de possibilidades, segundo os interesses de cada criatura. Em tudo e em todos, porém; está o selo que atesta, inconfundivelmente, a presença augusta de Deus.
Recordei-me, com os olhos orvalhados por venturosas lágrimas, a conversa amiga com Clarêncio, que me apresentara, certa feita, Emmanuel e Bezerra de Menezes, que me procuravam para solicitar cooperação, se de meu interesse fosse… Explicaram-me o feito e suas responsabilidades. Discorreram sobre a delicadeza do serviço de intercâmbio: Alvitraram meu dever de aprimorar critérios, observações, linguagem, postura, adentrando com harmonia e seriedade o universo espírita e o psiquismo do médium que me serviria de instrumento.
Quanta alegria senti!… Quanto me bateu forte o coração!… E as indagações íntimas fervilhando: por que eu, enquanto existiam tantas criaturas preparadas?!…
A autoridade dos três benfeitores, que me fitavam, graves e respeitosos, não me deixou desvairar no que poderia se tornar uma espécie de aguçamento da vaidade tola, que me acompanhara e destruíra as melhores possibilidades do bem dilatado na Terra. Compreendi que Deus é Amor, e o Amor renova trabalho e esperança para os caídos, que devem testemunhar seu desejo de elevação. Precisaria, porventura, de outras respostas que não esta? Não, não precisaria! Sabia muito bem, em meu íntimo, que a enxada que me ofereciam tinha o seu peso de disciplina e regeneração. Descortinaria, sob a assistência deles, o Plano em que vivia, desfraldando minha própria condição interior, um pouco de minha intimidade… Mas, qual o arrependido obediente que não deve, um dia, oferecer a mão à palmatória?!
Em cada nota explicativa que me lançavam destacava-se a necessidade da renúncia de mim mesmo, com a perfeita identificação dos objetivos superiores. Emmanuel chegou a afirmar que seria indispensável estagiar por alguns anos entre eles — que compunham vasta equipe de servidores de Jesus, sob o pálio de Ismael, em terras brasileiras. Para meu assombro — já que consideravelmente desvinculado na Terra de seu movimento religioso, notadamente em seus preceitos mais dinâmicos e saudáveis, mostraram-me a revolução abençoada e consistente que se forjava do Mais Alto, a evidenciar-se no mundo através da doutrina organizada por Allan Kardec, em benefício da coletividade humana. O serviço se me afigurava gigante. Como agir?
Sentindo-me divinamente recolhido pela Sabedoria e pelo Amor de nosso Pai, expus a eles — os arautos da Luz — minhas esperanças de pronto ajustamento e o intensivo desejo de servir, tanto quanto me fosse possível.
Dia luminoso!…
Quantas joias preciosas do sentimento tenho colhido nesse labor!… Sem qualquer pretensão, nossas obras se tornaram conhecidas por todo o território nacional, advindo daí, sobre meu coração convertido, o peso de uma responsabilidade sem precedentes. Todavia, jamais em minhas pretéritas investidas de espírito imortal, obtive tanta resposta ao nível de consciência e serviço desinteressado, com amplo aprendizado a me valer por séculos de experiência inalienável.
Numa breve tentativa de análise e avaliação, volvo os olhos para a retaguarda, desde o dia daquele feliz entendimento até aqui, e me estarreço, agradecido a Deus, pelo feixe avultado de recursos que foram desdobrados, acionados, aplicados…
Aqueles mesmos fiéis servidores do Alto, que em nome de Jesus abriram-me a porta do trabalho e da regeneração, descerrando-me o ilimitado amor do Divino Mestre e revelando-me todo o fulgor pulsante da Boa Nova, prosseguem ativos no sacrossanto labor de consolar e soerguer, orientando e iluminando corações que, como o meu, são filhos de Deus, com os mesmos direitos que me foram franqueados. (…)
Mário Campos, MG, 1º de março de 2001.
André Luiz”
(Extraído do prefácio de André Luiz ao excelente livro “Em Novos Horizontes”, psicografado por Wagner Gomes da Paixão e da autoria espiritual de João Lúcio, editado pela União Espírita Mineira. Belo Horizonte, MG.)
[Vide comentário de Emmanuel sobre André Luiz no prefácio do livro Apostilas da Vida; vide também: Nota sobre Carlos Chagas no livro “Sementeira de luz”, e consulte igualmente a Wikipédia. ( † )
E essa notícia no livro Militares no Além:
“A primeira escola oficial de Enfermagem de alto padrão fundada no Brasil em 1923 pelo médico Dr. Carlos Chagas tem, desde 1926, o nome de Anna Nery. A Semana da Enfermeira, instituída oficialmente, e que se realiza todos os anos, termina em 20 de maio, data do falecimento de Anna Nery. Seu retrato consta do acervo de personalidades ilustres na Câmara Municipal de Salvador | BA.”]